01/11/2023 às 15h04min - Atualizada em 01/11/2023 às 20h06min

Simetria facial não é sinônimo de resultados estéticos perfeitos

Ao lidar com assimetria facial, equilibrar elementos do rosto não significa buscar resultados matematicamente simétricos

Clara Barcellos
Foto: Divulgação/AdobeStock.

No imaginário popular, simetria é sinônimo de harmonia. Derivada do latim e do grego, na matemática e na geometria a palavra indica a proporção perfeita entre duas partes. Nas artes, a simetria foi objeto de estudo de muitos intelectuais, com destaque especial para Leonardo da Vinci e seu uso da proporção áurea em obras célebres como a Monalisa e o Homem Vitruviano. 

 

Cada vez mais ela se torna objeto de desejo estético, principalmente impulsionada pelo uso de filtros nas redes sociais. Segundo Matheus Manica, cirurgião plástico de São Paulo, é comum que pacientes cheguem ao consultório em busca de rostos mais simétricos. No entanto, o médico ressalta que a simetria facial perfeita nem sempre traz um resultado satisfatório.

 

“Existem diferentes níveis de assimetria facial. Em alguns casos, quando há necessidade de reposicionar os ossos da mandíbula, a cirurgia ortognática pode ser indicada. Em outros casos, procedimentos minimamente invasivos já podem ser suficientes para criar harmonia entre os diferentes elementos do rosto”, diz o médico.

 

Um teste simples replicado no TikTok pode mostrar rapidamente como a simetria não está diretamente atrelada à harmonia. Filtros replicam um lado do rosto, simulando uma face com proporções perfeitas entre os dois lados. Em determinados tipos de rosto, o resultado pode ser esteticamente positivo, porém em outros, a estranheza é logo notada.

 

“Quando traçamos um plano de tratamento para um paciente, olhamos muitos fatores como a projeção do maxilar, posição dos olhos, formato do nariz e boca. Tudo isso é levado em conta para gerar equilíbrio, por isso, o tratamento deve ser personalizado”, detalha Matheus.

 

Procedimentos não invasivos são a primeira opção

 

O cirurgião explica que, para projetar um rosto mais harmônico, é necessário avaliar a estrutura facial. Um dos principais efeitos do processo de envelhecimento – e que geram assimetria facial – é a perda de sustentação. Matheus comenta que tratamentos mais simples, como o preenchimento e os bioestimuladores, são boas opções para esses casos.

 

“Com o ácido hialurônico é possível repor o volume, que naturalmente se perde em regiões que vão ‘derretendo’ e caindo. Além disso, também usamos para elevar áreas específicas, como as maçãs do rosto. Com os bioestimuladores podemos atuar na firmeza da pele, devolvendo a sustentação”, afirma o cirurgião plástico.

 

A toxina botulínica, um dos tratamentos estéticos mais bem conhecidos do mercado, também é uma opção quando há necessidade de trabalhar o posicionamento muscular para melhora da assimetria facial. 

 

Esse produto interfere no movimento involuntário dos músculos e, por isso, é bastante usado para diminuir as rugas de expressão. Além disso, a toxina também é indicada para correção de assimetrias causadas por doenças como a paralisia facial, que geram desproporção maior entre os dois lados do rosto.

 

Intervenções cirúrgicas também podem ser necessárias

Além dos procedimentos mais comuns, cirurgias também podem ser indicadas ao lidar com a assimetria facial. Segundo Matheus Manica, as principais são a rinoplastia e a ritidoplastia.

 

Em relação ao nariz, o objetivo da rinoplastia é equilibrar essa região com o formato dos olhos. O cirurgião plástico destaca que não se trata de modificar os traços característicos de cada pessoa, mas realçar a beleza que já existe em cada um.

 

“O nariz é o ponto central do rosto e, junto aos olhos, compõe esse ‘triângulo’ estético da face. Em alguns casos, é possível fazer ajustes com preenchimento, mas em outros, em que a proporção precisa de maior intervenção, a rinoplastia é mais indicada”.

 

Já a ritidoplastia é um procedimento de lifting facial cirúrgico. O médico explica que tratamentos cirúrgicos e procedimentos não invasivos não são excludentes, mas sim complementares. A cirurgia é indicada quando há casos com mais flacidez ou em que a necessidade de reposicionamento dos tecidos é maior. "Aliar procedimentos não invasivos à cirurgias pode acabar trazendo resultados mais completos”, finaliza o cirurgião.


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