14/09/2023 às 13h55min - Atualizada em 14/09/2023 às 16h07min

Abracrim pede providências do Ministério Público contra promotor que agrediu verbalmente advogada no Amazonas

Promotor de justiça Walber Luis Silva do Nascimento (MP-AM) comparou a advogada a uma "cadela"

MP News
Divulgação
A Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim) protocolou um pedido de providências no Conselho Nacional do Ministério Público em defesa das prerrogativas da associada Catharina de Souza Cruz Estrella ofendida e desrespeitada em sessão do Tribunal do Júri no estado do Amazonas, na última quarta-feira (13). O promotor de justiça Walber Luis Silva do Nascimento (MP-AM) comparou a advogada a uma "cadela" e ainda sugerindo que a cadela estaria em um patamar superior quando comparada com a advogada, durante um julgamento na 3ª Vara do Tribunal do Júri do Amazonas. 

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que o promotor diz que comparar uma cadela a advogada criminalista Catharina Estrella é uma "ofensa" ao animal. Em outra gravação, percebe-se que, numa tentativa de se furtar da autoria das suas comparações desrespeitosas, o promotor fala: “quando de sua defesa, dizendo que eu havia comparado todas as mulheres a cadelas, gritando inclusive, dizendo que ela tinha sido ofendida. Eu não falei nada disso. Expliquei o contexto e só ela deturpou”.

E, logo em sequência, o promotor faz novamente a comparação, sem nenhuma urbanidade, ao afirmar: “os cachorros eram fiéis, eram leais, e levando em consideração a lealdade eu não poderia fazer essa comparação dela com uma cadela, porque senão eu estaria ofendendo a cadela. Eu não a comparei em nenhum momento,muito pelo contrário… mas como ela gosta de deturpar as coisas”.

A Abracrim defende qu eo promotor de justiça violou afrontosamente os preceitos estabelecidos na Lei Orgânica do Ministério Público como, por exemplo, manter ilibada conduta pública e particular; zelar pelo prestígio da Justiça, por suas prerrogativas e pela dignidade de suas funções e; tratar com urbanidade as partes, testemunhas, funcionários e auxiliares da 
Justiça.

"Protocolamos o pedido de providências perante o CNMP, pois somos solidários com a nossa associada Catharina Estrella e também por estarmos sempre no combate às violações, ao machismo, aos abusos e agressões que buscam ofender a advocacia criminal, em qualquer esfera. A Abracrim estará sempre a frente da valorização profissional e no combate a todo e qualquer tipo de violação. Esperamos que o caso seja investigado e que as providências devidas sejam tomadas para que se evitem novos casos lamentáveis como este no Amazonas", afirma o presidente nacional da Abracrim Sheyner Asfóra.

“O que ocorreu com a colega no Plenário do Júri foi muito além de uma violação ética por parte do promotor de justiça, se constituiu em crime contra a honra com contorno misógino inclusive, não cremos que se fosse um advogado homem ele agiria dessa forma. Não podemos compactuar e as medidas necessárias já foram tomadas pela Abracrim ”, avalia a vice-presidente nacional da Abracrim, Adriana Spengler.
 

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