18/08/2023 às 16h01min - Atualizada em 19/08/2023 às 16h06min

Por que vacinar contra a raiva, mesmo com poucos registros da doença no Brasil?

Médica-veterinária da UniFAJ fala sobre a importância da vacinação antirrábica, que deve ser realizada anualmente

Grupo UniEduK
Eliandro Figueira/Grupo UniEduK
A raiva é uma doença séria e letal, que atinge tanto animais quanto seres humanos. Apesar de poucos casos registrados no Brasil, a médica-veterinária e docente do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ), do Grupo UniEduK, alerta sobre a importância de vacinar os pets anualmente, já que a vacina é a única forma de prevenção contra a doença.  

Dados do Ministério da Saúde revelam que, entre 2010 e maio de 2023, 47 casos de raiva humana foram registrados no Brasil. Mas, atualmente, há uma grande preocupação das autoridades devido reaparecimento de casos. No ano passado, por exemplo, foram cinco mortes; enquanto que este ano dois óbitos já foram registrados por conta da doença. No mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde, a raiva humana mata 70 mil pessoas todos os anos.
Apesar de o número parecer pequeno, a grande preocupação é que a raiva humana ainda não tem cura. Historicamente, apenas duas pessoas foram curadas no Brasil. Por isso é tão importante agir de forma preventiva e a única forma é por meio da vacinação, cuja dose está disponível na rede pública e deve ser aplicada nos animais todos os anos, sem exceção.

“A vacinação de cães e gatos é obrigatória em território nacional e isso se justifica porque é a maneira mais eficaz de controle da doença na zona urbana. A doença se desenvolve apenas em mamíferos e, na área urbana, cães e gatos são os responsáveis por sua disseminação entre humanos. Já na zona rural, os morcegos são os principais responsáveis pela disseminação da doença e acabam afetando os bovinos e equinos”, salienta a docente do curso de Medicina Veterinária da UniFAJ, a médica-veterinária Aline Ambrogi.

De acordo com o Ministério da Saúde, entre os 47 casos registrados entre 2010 e este ano, nove tiveram agressões provocadas por cães, 24 por morcegos, cinco por primatas não humanos, dois por raposas, quatro por felinos, um por bovino e em dois deles não foi possível identificar a espécie de animal agressora. 

Aline ressalta que cães e gatos devem ser vacinados contra a doença a partir dos 3 meses de vida e, posteriormente, deve-se fazer o reforço anual. Bovinos e equinos também devem ser imunizados todos os anos. Em humanos a vacina é administrada em casos específicos, como em profissionais que estão em risco permanente, tais como médicos-veterinários, trabalhadores rurais e pessoas que atuam em laboratórios.
 
Mas como a doença é transmitida?  
A raiva humana é transmitida a partir do contato da saliva do animal infectado pelo vírus Lyssavirus, da família Rabhdoviridae, com a mucosa e pele de outros animais ou pessoas sadias, através de mordeduras, arranhaduras e lambeduras.

No organismo, o patógeno começa a se disseminar, podendo ser em ritmo mais lentou ou rápido, causando sintomas como:

- Mal-estar geral;
- Aumento da temperatura;
- Anorexia;
- Dor de cabeça;
- Náuseas;
- Dor de garganta;
- Entorpecimento;
- Irritabilidade;
- Sensação de angústia.

O grande perigo é quando a doença avança e atinge o sistema nervoso, causando febre, delírios, espasmos musculares involuntários e convulsões, podendo levar animais e pessoas a óbito. Segundo a médica-veterinária da UniFAJ, o diagnóstico não é tão simples.

“Embora exista testes para a identificação do vírus, é difícil diagnosticar a doença clinicamente, pois no início ela apresenta sintomatologia inespecífica”, ressalta Aline. “Em seres humanos, para confirmar a suspeita, realiza-se o exame de córnea do paciente. Já nos animais, muitas vezes as amostras e a confirmação vêm após ele ter sido eutanasiado ou ter vindo à óbito.”


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