17/08/2023 às 09h22min - Atualizada em 17/08/2023 às 16h10min

Que lições podemos aprender com o Coldplay sobre sustentabilidade em festivais?

Por meio do programa Cultura Circular, British Council promove a colaboração internacional como ferramenta para aprimorar práticas sustentáveis em festivais

British Council
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A economia circular, se for aplicada de forma correta, tem potencial para suprir todas as necessidades da humanidade com apenas 70% dos insumos consumidos atualmente, segundo o Circularity GAP Report, do International Institute for Sustainable Development (IISD). Diversos segmentos do mercado e atores da sociedade civil podem agir ativamente para tornar essa estimativa uma realidade – e os festivais de arte e cultura não ficam de fora.

Shows, exposições, feiras e mostras artísticas têm um potencial único para impulsionar tanto a cultura em si quanto a economia circular. Todos esses eventos podem ser uma poderosa ferramenta para uma mudança significativa. Mas para torná-los mais sustentáveis, é necessário promover a junção de diversas variáveis. 

Por um lado, os festivais não são apenas plataformas para expressão cultural e entretenimento, mas também um veículo para promoção de práticas sustentáveis e conscientização sobre questões socioambientais. São eventos que também fomentam o senso de responsabilidade tanto dos organizadores quanto dos artistas diante do público, além de movimentar economicamente os territórios que sediam esses festivais.

No Brasil, o Rock in Rio (2022) sozinho foi responsável por um impacto econômico de R$ 2,2 bilhões somente na capital carioca, gerando 28 mil empregos diretos e atraindo 410 mil visitantes nacionais e 10 mil internacionais, segundo a organização. Para 2023, a previsão é de que ao menos 40 festivais sejam realizados durante o ano, de acordo com reportagem do jornal O Globo.

O impacto econômico do segmento tem sido cada vez mais importante no país como um todo. Em abril de 2013, o Observatório Itaú Cultural publicou o produto interno bruto (PIB) da economia da cultura e das indústrias criativas (Ecic) do Brasil. Segundo o indicador, em 2020 o setor foi responsável por 3,11% do PIB da economia brasileira. Em geral, a média anual do PIB da Ecic para o período avaliado (de 2012 a 2020) foi de cerca de 2,63%.

Diante desses números, o compromisso com bandeiras sustentáveis se torna inadiável também no setor de festivais, que representa uma fatia da economia da cultura e das indústrias criativas. Vale destacar que esse olhar sustentável é também um compromisso conectado com a agenda ambiental adotada pelo Brasil.

Isso porque, aos poucos, o país reassume o protagonismo em questões sustentáveis. Nesse mês de agosto, oito presidentes de países amazônicos e líderes de instituições financeiras internacionais estiveram reunidos em Belém (PA) no Amazônia Summit, a Cúpula da Amazônia, para discutir o Tratado de Cooperação Amazônica, firmado há 45 anos. E nos dias que antecederam o evento houve o Diálogos Amazônicos, que promoveu uma série de plenárias-síntese para discutir os principais problemas da região da maior floresta tropical do planeta. Festivais artísticos e culturais não podem ficar alheios a esse debate.

 

Transformação sustentável

A economia circular busca diminuir os impactos ambientais da cadeia de valor de consumo e produção. Para implementar essas mudanças, é necessário renovar os hábitos de consumo e criar ciclos produtivos sustentáveis ​​que reduzam o uso de recursos, desperdícios e danos ecológicos. É inegável que esse conceito está no cerne da indústria dos festivais.

Um ótimo exemplo – e ainda muito recente – é o Coldplay, banda britânica mundialmente conhecida que demonstrou de forma clara o potencial dos grandes artistas para contribuir com a economia circular. Por meio de iniciativas criativas reunidas no primeiro relatório de sustentabilidade da banda validado pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), houve uma redução de 47% nas emissões diretas de CO2 durante a turnê mundial "Music Of The Spheres", em comparação com a turnê 2016-2017.

O compromisso do grupo com a sustentabilidade transcende a música, já que também foram realizados o plantio de 5 milhões de árvores, a limpeza dos oceanos e a redução de resíduos. Houve ainda a geração de energia renovável com instalações solares, pistas de dança cinéticas e bicicletas elétricas. E, no topo de tudo isso, 66% dos resíduos da turnê foram desviados de aterros sanitários. Indo além da determinação da banda, essas ações mostram como os festivais podem promover mudanças positivas e alinhadas à economia circular.

Entretanto, o estágio atual da economia circular global ainda é preocupante. Segundo um recente relatório da Circle Economy, hoje a tendência é de que a taxa de circularidade continue a diminuir, considerando que, de 2017 a 2018, houve queda de 9% para 7% nesse indicador. Em vez de avançar nesse sentido, a humanidade caminha na direção oposta.

Com o objetivo de contrariar as tendências acima e alinhado ao compromisso do Reino Unido com o desenvolvimento sustentável, o British Council realiza o Cultura Circular, um programa para promoção do desenvolvimento sustentável no setor cultural através de festivais no Brasil e em mais 7 países da América Latina e Caribe: Argentina, Colômbia, Cuba, México, Perú, Trinidade & Tobago e Venzuela.

“A indústria de festivais está na interseção entre cultura e sustentabilidade. Se conseguirmos capitalizar essa convergência, teremos benefícios tanto para a cultura quanto para a sustentabilidade do nosso planeta”, diz Rafael Ferraz, Head de Artes Brasil do British Council. “Com toda a sua influência, os festivais precisam impulsionar a conscientização ambiental, promover práticas sustentáveis ​​e incentivar a economia circular, pois atraem públicos diversos e podem contribuir substancialmente para os esforços globais de combate às mudanças climáticas e para a criação de um futuro mais sustentável”, complementa.

Aos interessados ​​em participar do programa Cultura Circular e receber o respectivo aporte financeiro para desenvolvimento de práticas sustentáveis em colaboração com o Reino Unido, as inscrições vão até 20 de agosto por este link


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