07/08/2023 às 19h54min - Atualizada em 08/08/2023 às 00h03min

Estes Olhos que a Terra | Centro Cultural Correios SP

traz reflexões sobre meio-ambiente e suas conexões sociais e políticas na arte contemporânea brasileira

Silvia Balady
divulgação
O Centro Cultural Correios - São Paulo exibe a mostra "ESTES OLHOS QUE A TERRA", com abertura dia 8 de agosto, as 16hs. A exposição coletiva reúne obras de sete artistas - Osvaldo Gaia, Mercedes Lachmann, Vítor Mizael, Alexandre Murucci, Berna Reale, José Rufino, Jeane Terra - que abordam questões fundamentais relacionadas ao meio-ambiente e suas interações com a sociedade e a política. A proposta central é investigar a perenidade do equilíbrio entre o homem e a natureza, assim como os desafios e problemas que emergem desse relacionamento, por meio de diferentes poéticas.
A curadoria, sob responsabilidade de Theo Monteiro, almeja compreender como a relação entre o homem e o ambiente em que habita é discutida na arte contemporânea brasileira, explorando amplamente a temática ambiental, de grande relevância no cenário atual. Contudo, além desse enfoque, a exposição contempla tópicos relacionados a questões sociais, históricas, políticas e biológicas, enriquecendo a diversidade de perspectivas dos artistas participantes.
Os artistas presentes na mostra utilizam diferentes linguagens artísticas, como pintura, escultura, vídeo, fotografia e instalação, para expressar suas visões e reflexões sobre os temas em foco.
Destacamos algumas das abordagens:
  • Jeane Terra: Apresenta obras que abordam os fenômenos de elevação dos mares e seus efeitos causados pelo aquecimento global;
  • José Rufino: Explora as questões relacionadas ao uso do solo, observando o embate entre o homem do campo e os grandes grupos econômicos, e seus impactos na dinâmica ambiental brasileira;
  • Osvaldo Gaia: Dedica-se a retratar as tradições ribeirinhas e a nomenclatura amazônica, refletindo sobre a relação entre o homem e a natureza na região;
  • Vítor Mizael: Utiliza a fauna como tema central de sua poética artística, trazendo reflexões sobre sua configuração no contexto contemporâneo;
  • Alexandre Murucci: Apresenta uma instalação que reflete o impasse civilizatório entre o homem e a natureza;
  • Mercedes Lachmann: Exibe trabalhos que estabelecem relação com o mundo vegetal combinando diferentes potências de plantas através de uma alquimia sensível.
  • Berna Reale: Sua obra de impacto consiste em vídeos que evidenciam as complexas relações entre o homem e o meio-ambiente, com múltiplas conotações sociais, políticas, filosóficas e poéticas.
A exposição busca contribuir para o diálogo e conscientização sobre a importância da preservação ambiental e suas implicações na sociedade e política contemporâneas.
  • Artistas
  • Osvaldo Gaia (Belém, PA 1961)
Vive e trabalha no Rio de Janeiro. É escultor e pintor. Sua formação artística foi desenvolvida por meio de pesquisa e experimentações no universo amazônico, utilizando elementos que se assemelham a estruturas escultóricas, com relevos, texturas e transparências. Suas obras conceituais exploram questões sociais, arquitetônicas, econômicas e relacionadas a fluxos, origens, identidades e ferramentas da vida ribeirinha, de onde busca sua inspiração. Sua produção artística apresenta forte recorte orgânico, mas com rigor construtivista e simbolismo marcante. Desde 1975, participa de mostras coletivas e individuais no Brasil e no exterior, e faz parte do elenco da Galeria Lume, SP e da Referência Galeria, em Brasília.
  • Mercedes Lachmann (Rio de janeiro, RJ 1964)
Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Sua produção é, prioritariamente, no campo da escultura, instalação e vídeo. Seu trabalho estabelece relação com o mundo vegetal combinando diferentes potencias de plantas através de uma alquimia sensível; exploram questões relacionadas aos ciclos da vida, transformações da matéria e a escassez de recursos naturais. Combina elementos naturais com materiais industriais, criando relações ambivalentes entre força e fragilidade, rigidez e fluidez, peso e leveza. Sua pesquisa recente envolve plantas, ervas medicinais e aromáticas, explorando as diversas potências do reino vegetal em expressões multissensoriais. Além de exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, Mercedes Lachmann foi indicada ao Prêmio Pipa em 2018. É representada pela galeria Gaby Índio da Costa Arte Contemporânea (RJ) e galeria Arte Formatto (SP)
  • Vítor Mizael (São Caetano do Sul, SP 1982)
Vive e trabalha em São Paulo. É Mestre em Estética e História da Arte (2008) e Especialista em Museologia (2005) pela Universidade de São Paulo (USP), e Bacharel em Artes Plásticas (2004) pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Sua produção artística abrange diversas exposições e atividades, incluindo participação no Programa de exposições 2014 do Centro Cultural São Paulo, exposição "Diorama" na galeria BlauProjects, Temporada de Projetos 2013 e exposição "Eu fui o que tu és e tu serás o que eu sou" no Paço das Artes, entre outras. Vítor Mizael também possui experiência como curador, diretor de arte, cenógrafo, cineasta e autor em mídias diversas. É representado pela Galeria Lume (SP).
  • Alexandre Murucci (Rio de Janeiro, RJ 1961)
Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Artista plástico formado pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV). Com trajetória de mais de 30 anos, atua em suportes múltiplos, enfatizando escultura, fotografia, instalações, vídeo e digital art (NFT). Realizou mais de 80 exposições. Sua arte tem foco conceitual e abrange temas como identidades, inserções periféricas e polaridades dos fluxos de poder, com abordagens político-históricas e metalinguísticas. Em 2009, foi selecionado para o prêmio Bolsa Iberê Camargo e, no mesmo ano, participou da mostra coletiva "Las Américas Latinas - Fatigas Del Querer" em Milão, com curadoria de Philippe Daverio. Em 2011, foi o vencedor do 2º Prêmio da Fundação Thyssen-Bornemisza, de Viena, com o projeto "The Morning Line" - TBA21. Representado pela Ondas Gallery (EUA), foi um dos primeiros artistas a mostrar seus trabalhos em NFT na feira presencial de arte ARTRIO, através de sua galeria no formato Metaverse Agency, uma participação inédita internacionalmente.
  • Berna Reale (Belém, PA 1965)
Vive e trabalha em Belém, PA. É reconhecida como uma das principais expoentes da prática de performance no país. Iniciou sua carreira artística nos anos 1990 e se destacou com intervenções fotográficas, como a obra "Cerne" no 25º Salão Arte Pará, realizada no Mercado de Carne do Complexo do Ver-o-Peso. Desde então, sua produção artística tem explorado questões materiais e simbólicas da violência e os processos de silenciamento presentes na sociedade. Seus trabalhos investigam a importância das imagens na manutenção de imaginários e ações brutais, evocando sentimentos de fascínio e aversão da sociedade pela violência. A fotografia desempenha um papel fundamental em suas obras, perpetuando suas ações e fazendo parte de seu processo criativo. Suas exposições individuais e coletivas têm sido apresentadas em diversas instituições no Brasil e no exterior. Sua produção artística está presente em importantes coleções e exposições ao redor do mundo.
  • José Rufino (João Pessoa, PB 1965)
Vive e trabalha em João Pessoa, PB. É artista, doutor em Geociências e professor de Artes Visuais na Universidade Federal da Paraíba e no Programa de Mestrado em Artes Visuais das universidades federais da Paraíba e Pernambuco. Durante a década de 1980, explorou diferentes formas de expressão artística, transitando entre poesia, poesia concreta, arte postal, pintura e desenho, especialmente sua série intitulada "Cartas de Areia". Desde os anos 1990, concentrou-se em grandes instalações, com seu trabalho inicial baseado no declínio das plantações de cana-de-açúcar no nordeste do Brasil. Sua produção aborda diálogos dicotômicos relacionados à memória e esquecimento, opulência e decadência, e público e privado. É representado pela Orlando Lemos Galeria.
  • Jeane Terra (Minas Gerais 1975)
Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Dedica-se à pesquisa das subjetividades da memória, bem como às nuances da transitoriedade das cidades e destroços do tempo. Sua arte se desenvolve nos suportes da pintura, escultura, fotografia e videoarte, frequentemente abordando temas autorreferenciais. A partir de suas vivências, como a demolição da casa de sua infância e sua aproximação com o barroco mineiro, a artista produz esculturas utilizando escombros coletados de diversas construções. Esses objetos carregados de memórias e moradas ganham um novo significado em suas obras. Jeane utiliza a técnica da "pele de tinta", uma mistura de tinta acrílica e aglutinante aplicada em finas camadas, para produzir suas pinturas, costurando ou recortando e colando direto na tela. Sua arte traz reflexões sobre o corpo, a casa e a natureza, utilizando escombros e peles de tinta para gerar novos sentidos à matéria. A artista realizou exposições individuais em diferentes espaços, como o Centro Cultural Correios - RJ (2022) e a galeria Simone Cadinelli, RJ (2021), com curadoria de Agnaldo Farias. Atualmente, é artista representada pela Galeria Anita Schwartz e foi premiada com o EFG Latin American Award em 2022, um prêmio aquisição na FEIRA SP-Arte.
 
  • Curador
Theo Monteiro (São Paulo, SP) - Mestre em História Social pela Universidade de São Paulo (2022) e possui graduação em História pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (2016). Com vasta experiência nas áreas de História, História da Arte, Crítica e Curadoria, suas pesquisas têm como foco a arte brasileira e latino-americana moderna e contemporânea. Além de atuar como curador, Theo ministra cursos, participa de júris e colabora em projetos de acompanhamento artístico. Ele também é um dos autores do catálogo da exposição "AI-5 50 anos: ainda não terminou de acabar", publicação premiada com o Prêmio Jabuti de 2020.
  • Centro Cultural dos Correios São Paulo
O prédio onde está instalado ocupa um grande terreno no Vale do Anhangabaú, coração do centro antigo da cidade. Com 15 mil m² de área construída, sua construção se iniciou em 1919 e a inauguração ocorreu três anos depois. Tornou-se um ponto marcante na paisagem urbana da capital Paulista e fez com que a Praça Pedro Lessa ficasse mais conhecida como "Praça do Correio" do que pelo seu nome original. Inaugurado em 2013, o Centro Cultural dos Correios SP conta com uma área de 1.280m², com duas salas para exposições e o saguão central. Fomenta atividades culturais nos campos das artes visuais, humanidades e música. A agenda é diversificada, durante todo o ano, com o intuito de atingir e atender aos diferentes gostos. O público tem a oportunidade de prestigiar, gratuitamente, artistas em início de carreira como também os renomados, que procuram inserir seus trabalhos em um local que une credibilidade e reconhecimento da sociedade.

Exposição: “ESTES OLHOS QUE A TERRA
Artistas: Osvaldo Gaia, Mercedes Lachmann, Vítor Mizael, Alexandre Murucci, Berna Reale, José Rufino, Jeane Terra
Curadoria: Theo Monteiro
Abertura: 08 de agosto – terça-feira – das 16h às 20h
Período: de 08 de agosto a 16 de setembro de 2023
Local: Centro Cultural Correios - São Paulo
Endereço: Praça Pedro Lessa - Centro Histórico de São Paulo, São Paulo - SP (Metro mais próximo - São Bento)
Horários: De segunda-feira a sábado, das 10 às 17hs.
Entrada franca
Livre para todos os públicos
 
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