03/08/2023 às 11h18min - Atualizada em 03/08/2023 às 14h02min

“Domine o Linfoma” – campanha da Abrale convida paciente a assumir o controle da sua saúde no Agosto Verde Claro

Segundo levantamento, pacientes negros e pardos encontram mais dificuldade para fechar o diagnóstico

Abrale
abrale.org.br
divulgação
A Abrale – Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia realiza a campanha Agosto Verde Claro, no mês de conscientização dos linfomas. “Domine o Linfoma” é a mensagem principal da iniciativa, que convida o paciente a assumir controle da própria saúde, através de mais informação sobre a doença.
 
Durante todo o mês de agosto, está planejada a divulgação de materiais informativos, apoio à iluminação de prédios públicos e monumentos e realização de uma mobilização com ex-jogadores de futebol nas redes sociais, para ampliar a conscientizar a população sobre o tema.
 
Novos dados sobre a jornada do paciente
A campanha Agosto Verde Claro também traz novas análises dos dados da jornada dos pacientes com linfomas. O levantamento ouviu 1.392 pessoas em seguimento terapêutico, em todo o país. 
 
Além de mostrar o desconhecimento dos principais sintomas e a demora para procurar um médico, os números também revelam a dificuldade de acesso para receber a confirmação do diagnóstico. 
 
“A avaliação das jornadas dos pacientes de linfoma no Brasil confirma que precisamos investir intensamente em informação e comunicação para que haja mais conhecimento sobre estas doenças. Sabemos que, ainda, mais da metade dos diagnósticos no país acontecem nos estágios mais avançados do câncer, e isso é muito preocupante. Devemos identificar os gargalos do atendimento e trabalhar para garantir o acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento mais adequado e em tempo”, afirma a CEO da Abrale, médica sanitarista Dra. Catherine Moura.
 
A Jornada do Paciente com Linfoma de Hodgkin (LH) no Brasil ouviu 501 pacientes, 73% mulheres, 66% com idades entre 20 e 39 anos. Pacientes autodeclarados pretos e pardos possuem mais dificuldade para fechar o diagnóstico (53% e 52% respectivamente) se comparado com pacientes autodeclarados brancos e amarelos (47% e 30%). Pacientes que navegam pelo Sistema Único de Saúde também demoram mais para fechar o diagnóstico.
 
A jornada completa apresenta alguns problemas, como: 
- Demora do paciente em buscar atendimento médico mesmo sendo uma doença sintomática; 
- Paciente passa por muitos médicos na atenção básica e ocorre um atraso no encaminhamento ao especialista; 
- A lei dos 30 dias não foi respeitada em 74% dos casos
- 20% enfrentou falta de acesso a exames para fechar o diagnóstico e/ou para acompanhamento do tratamento, tais como: PET-CT, biópsia do gânglio, biópsia de medula óssea e tomografia computadorizada
- A lei dos 60 dias para início do tratamento foi respeitada em 86% dos casos.
 
A Jornada do paciente com Linfoma não-Hodgkin no Brasil entrevistou 891 pacientes (62,1% mulheres). Para os entrevistados, o tratamento representou um grande impacto na qualidade de vida: 75% tiveram mudanças na rotina, sendo que 65% deixaram de trabalhar, 48% largaram a prática de atividades físicas e 40% abandonaram os relacionamentos sociais.
 
Também há problemas, como: 
- Demora do paciente em buscar atendimento e no encaminhamento ao especialista; 
- Dificuldade para realizar exames diagnósticos como PET-CT, biópsia do gânglio e biópsia da medula óssea; 
- A lei dos 30 dias não foi respeitada em 65% dos casos.
 
Conhecendo os linfomas
Os linfomas aparecem quando os linfócitos e seus precursores que moram no sistema linfático, e que deveriam nos proteger contra as bactérias, vírus, dentre outros perigos, se transformam em malignos, crescendo de forma descontrolada e “contaminando” o sistema linfático. 
 
Divididos entre linfoma de Hodgkin (LH) e linfoma não-Hodgkin (LNH), esses tumores de sangue apresentam comportamentos, sinais e graus de agressividade diferentes. Entre os sintomas, estão nódulos no pescoço, na região axilar ou virilha, febre, suor profundo à noite e perda de peso. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados mais de 12 mil novos casos de LNH para o Brasil neste ano. Já para LH, devem ser registrados 3.080 casos em 2023.
 
Os tratamentos dos linfomas de Hodgkin e não-Hodgkin podem ser feitos por radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e/ ou terapia celular, dependendo da indicação médica e da eficácia de cada alternativa terapêutica. O transplante da medula óssea também pode ser o tratamento a ser escolhido, dependendo da forma da manifestação e do estágio da doença. 
 
Mais informações sobre linfomas estão disponíveis em https://www.abrale.org.br/doencas/linfomas/
 

 
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