29/06/2023 às 15h19min - Atualizada em 30/06/2023 às 00h10min

Música raiz, comidas típicas do Brasil e mais: A história da festa junina

A comemoração, que foi originalmente importada da Europa, se tornou marca do país e se prolonga no mês de julho em muitas regiões

SALA DA NOTÍCIA Redação
As festas juninas são tão tradicionais e populares por todo o Brasil que poucas pessoas desconfiam de que elas não são brasileiras em sua origem. Antes de chegarem por aqui e se tornarem os queridinhos de imensa parte da população, os festejos desta época do ano teriam surgido possivelmente na Europa, um pouco antes do século XVI.

Originalmente festas pagãs em que se celebrava o período da chegada das boas colheitas com o solstício de verão, essa comemoração, posteriormente, foi mesclada ao cristianismo, sendo associada à mensagem das boas novas. A igreja católica, por fim, se apropriou das festas e passou a homenagear três de seus santos mais conhecidos: no dia 13 de junho, Santo Antônio; no dia 24, São João; e no 29, São Pedro.

Ao chegarem no Brasil, as festas juninas ganharam identidade única, incorporando tradições europeias e influências das culturas indígenas e africanas. Ainda que aconteçam em todas as regiões do país, cada uma pode possuir uma particularidade, mas algumas características são comuns a todas as comemorações juninas: é sempre uma festa alegre e colorida, repleta de bebidas e comidas típicas. No cenário atual, a comemoração adentra o mês de julho, garantindo a diversão do público participante.

De acordo com Bruna Ribeiro Prado, docente da pós-graduação em Cozinha Brasileira: cultura, território e negócios de alimentação do Centro Universitário Senac - Campos do Jordão, há uma série de motivos que podem explicar o amor do brasileiro pelas festas juninas. Além de retratar a fé popular, a celebração é democrática, alegre e festiva, fatores que fizeram com que ela logo ganhasse a preferência popular.

“A festa dialoga com o que o brasileiro representa e ama desde sempre: música, comida afetiva e ambiente acolhedor – é um encontro para se divertir e celebrar a cultura brasileira. Além disso, a festa acontece no inverno, com comidas quentes, bebidas, dança e algumas até com fogueiras, sendo certamente uma maneira certeira de espantar o frio”, opina.

Patrimônio cultural brasileiro

Se as festas juninas proporcionam muitos momentos marcantes na vida dos brasileiros, as contribuições dessas manifestações culturais não se restringem ao campo afetivo. Para Bruna, as festas juninas podem ser consideradas patrimônios imateriais nacionais e importantes ferramentas de preservação cultural.

“Emblemáticas, as festas mantêm viva e contam nossa história, revelam nossos sabores, celebram encontros e promovem a fé. Elas favorecem a interação social, criando um estreitamento dos laços afetivos; demonstram e exploram a diversidade cultural de acordo com as localidades em que elas acontecem no país”, afirma.

Sobre esse último ponto em particular, a docente destaca algumas das principais diferenças encontradas entre as festas juninas do país. Se no Nordeste, por exemplo, os festejos podem durar dias, com queimas de fogos e comidas típicas à base de milho, no Sul já fica mais visível a influência europeia nas danças típicas alemãs e italianas, além do tradicional fandango regado a chimarrão. No sudeste são muito comuns as quermesses organizadas pelas igrejas e comunidades, enquanto no norte do país os ritmos amazônicos estão sempre presentes, assim como as danças indígenas e elementos da cultura ribeirinha.

Com tantos traços e características definidoras do próprio povo brasileiro, Bruna valoriza as festas juninas como ricas manifestações da diversidade cultural do país. “De uma forma geral, manter viva essa comemoração significa preservar a cultura, reforçar laços, celebrar e proporcionar entretenimento, resgatar história e gastronomia, manter acesa a tradição de uma festa que reflete a identidade do Brasil”, conclui.

Gastronomia junina

Como um dos pontos mais marcantes das festas juninas é a gastronomia, com as comidas típicas do período, contamos abaixo como preparar três receitas bem conhecidas de todos os brasileiros e brasileiras que curtem uma quadrilha. Aproveite!

SUCO DE MILHO VERDE

Ingredientes

Seis espigas de milho verde sem palha e sem cabelo; um litro de leite (pode ser leite vegetal); água q.b.; e açúcar q.b.

Modo de preparo

Debulhe os milhos e bata no liquidificador com água; passe numa peneira fina; leve ao fogo até engrossar. Bata a mistura no liquidificador e ajuste a textura com água. Tempere com o açúcar. Sirva gelado.

BOLO DE ROLO

Ingredientes

250 gramas de manteiga; 250 gramas de açúcar refinado; 250 gramas de ovos; 250 gramas de farinha de trigo; 200 gramas de goiabada em pasta; açúcar de confeiteiro para polvilhar.

Modo de preparo

Bata a manteiga, o açúcar e as gemas. Retire da batedeira e acrescente a farinha peneirada e, depois, as claras batidas em neve. Espalhe a massa, em camadas finas, em assadeiras untadas com manteiga e polvilhadas com farinha de trigo. Asse em forno preaquecido a 160 °C (cerca de 3 minutos (não deve dourar). Vire a massa assada sobre um guardanapo polvilhado com açúcar e espalhe a goiabada derretida ainda quente com um pincel em camada bem fina. Enrole rapidamente com a ajuda de um guardanapo de tecido. Coloque esse rocambole sobre uma nova massa coberta de goiabada em pasta e torne a fazer outro rocambole, e assim sucessivamente até acabar a massa. Pulverize no final com açúcar de confeiteiro.  Sirva frio em fatias finas.

COCADA

Ingredientes

250 gramas de coco fresco ralado grosso; 100 ml de leite de coco; 100 ml de leite; 100 g de açúcar; manteiga para untar.

Modo de preparo

Misture todos os ingredientes e cozinhe em fogo brando mexendo sempre. Quando a mistura começar a soltar do fundo da panela, a cocada está pronta para ser moldada. Unte uma assadeira com manteiga e coloque a cocada. Espalhe e deixe esfriar. Em seguida, corte ou faça o formato com duas colheres e espere esfriar.

Inscrições abertas
O Centro Universitário Senac - Campos do Jordão está com inscrições abertas para a pós-graduação em Cozinha Brasileira: cultura, território e negócios de alimentação até o dia 1 de agosto.

Entre os diferenciais da instituição, os alunos têm possibilidade de desconto de até 50% no valor do curso, aulas flexíveis no formato híbrido e TCC opcional. Outros destaques são as disciplinas Projetos e Conexão com o Mercado, inseridas no programa curricular dos cursos. Em Projetos, o estudante vivencia a prática profissional com a elaboração de atividades conectadas às inovações e demandas do mercado de trabalho. A disciplina Conexão com o Mercado proporciona a interação de estudantes com renomados profissionais por meio de atividades como palestras, seminários e aulas magnas.

Para mais detalhes e inscrições, acesse o site: www.sp.senac.br/posgraduacao.

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