Por Ademar Alves, diretor de Postos e Conveniência na Linx
Uma realidade que pode ser surpreendente para os brasileiros de modo geral, mas que qualquer proprietário de postos de combustíveis já está acostumado a lidar é: o montante recebido pela venda de combustíveis não chega nem perto de gerar o maior lucro para os postos. Essa afirmação pode até parecer controversa para quem está fora deste mercado, mas está muito clara no fechamento do balanço de qualquer posto.
De acordo com dados da base Linx, que possui uma frente de softwares especializados no mercado de combustíveis, a lucratividade média sobre o faturamento de combustíveis, que é o principal produto dos postos, gira em torno de 3%. Esse número pode crescer ou diminuir minimamente, caso haja uma disputa comercial, com promoções ou queda de preços de mercado. Porém, de modo geral, a lucratividade com a venda dos combustíveis está longe de ser determinante para os postos na equação final.
E, se o pote de ouro não está no principal produto, basta olhar em volta para descobrir quais itens realmente movimentam o caixa. Com o lucro tão apertado nas bombas, a loja de conveniência, por exemplo, se destaca por ser responsável por até 30% da margem. O protagonismo maior, no entanto, fica por conta dos lubrificantes automotivos, nas trocas de óleo. A margem obtida pela área de Troca de Óleo e Lubrificantes pode dar uma margem de até 50% sobre os produtos e serviços vendidos.
Dessa maneira, torna-se cada vez mais estratégico (e urgente) ter um olhar mais cuidadoso para as ações que, de fato, trazem visibilidade para as frentes mais lucrativas. Nesse quesito, o cruzamento de dados pode ajudar a identificar onde estão as oportunidades de crescimento e impulsionar as vendas.
Com ferramentas tecnológicas que fazem essa análise de cenário, é possível perceber quais produtos são mais consumidos nas lojas de conveniência e desenvolver estratégias para que fiquem em mais evidência, por exemplo. Assim como é possível entender em quais períodos do ano existe uma demanda maior ou menor para determinado produto ou serviço.
Os dados contribuem até com o gerenciamento do estoque. Com as informações extraídas do sistema, é possível saber quais produtos estão em falta ou em excesso, de modo que fique fácil pensar em ações de venda mais direcionadas. De acordo com a base Linx, é possível notar que o uso desses dados contribui com um aumento de até 20% no faturamento de postos de combustíveis.
A tecnologia voltada para o uso de dados pode ser um grande diferencial competitivo para os gestores que optarem por seguir esse caminho. Estamos no início de um ano, que certamente terá desafios para toda a economia. Em momentos como este é preciso ter olhos e ouvidos bem atentos: a modernização nos chama!
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