16/05/2023 às 14h11min - Atualizada em 16/05/2023 às 20h00min

A complexidade do problema da segurança escolar 

*Kellin Inocêncio 

SALA DA NOTÍCIA Valquiria Cristina da Silva Marchiori
Rodrigo Leal

Há tempos os ataques bárbaros a escolas eram noticiados no âmbito internacional nos dando a falsa sensação de que tais atos faziam parte de uma violência distante do nosso país, e essa condição pode ser claramente percebida pelos números de ataques a instituições de ensino em outros países específicos e com uma cultura de arma de fogo mais intensa, como os Estados Unidos por exemplo. 

Entretanto, no Brasil, as escolas sempre foram percebidas pela sociedade em geral como ambientes seguros para as crianças e adolescentes, e a preocupação tinha outros focos, com a qualidade de ensino ou diferentes aspectos sociais. Porém, essa condição tem se modificado com base em uma onda de ataques violentos, deixando a todos, sobretudo aos familiares, apreensivos. Ao analisarmos os dados, percebemos que as escolas já são alvos de violência em território nacional há mais de duas décadas, como apontado pela pesquisa realizada pela Unicamp – Universidade Estadual de Campinas, que relata aproximadamente 22 ataques entre os anos de 2002 e 2022. O fato é que essa condição precisa ser discutida e que temos, como sociedade, muito a caminhar quando pensamos em escola e segurança.  

É preciso movimentar a comunidade escolar, o poder público e a sociedade em geral, isso significa que há a necessidade urgente de mudança, é como um grito social de socorro e que dá abertura ao questionamento de “como promover tais transformações”?   

É importante que as ações que visam tranquilizar a sociedade e de proteção aos estudantes e profissionais escolares, sejam instituídas rapidamente e sem simplificações rasteiras para problemas complexos e estruturais.   Em alguns estados, predomina a ideia de que a solução para o problema seja a implementação das chamadas escolas cívico-militares. Acredito que essa não seja uma solução plausível e emergencial, precisamos de proteção agora e as ações implementadas a longo prazo devem ser instituídas por todo o processo de escolarização, condição que seja independente da perspectiva filosófica e pedagógica da escola.  

Estamos nos referindo a diferentes perspectivas, como os recursos físicos e humanos, com implantação de detectores de metais, cercas elétricas e serviços de segurança capacitados, tanto na escola pública, como na escola privada e, de igual modo. A reestruturação da escola, sobretudo nos momentos de entrada e saída dos estudantes, bem como a construção de planos estratégicos e protocolos de mapeamento de risco e proteção, enfatizando a prevenção e a cultura de paz. Assim, a gestão escolar, o corpo docente e a comunidade como um todo seguirá na busca e implementação pela não violência. O que acontece não somente no chão da escola, mas como uma ação estendida a todos os ambientes sociais, colocando a cultura de paz de fato como parte da formação e do processo de escolarização das crianças.  

Profª Dr. Kellin Inocêncio é docente da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter 


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp