A Secretaria Municipal de Relações Internacionais (SMRI), em parceria com a organização Ideia Circular, lançam o Manual de Economia Circular para Cidades Ibero-Americanas, pensado nos desafios dos governos do sul global, com o intuito de inspirar e orientar boas práticas inovadoras que contribuam para políticas públicas em governos municipais e estaduais.
O Manual de Economia Circular é parte do projeto “A Economia Circular Como Mecanismo Inovador de Implementação da Agenda 2030”, com o apoio da União das Cidades Capitais Ibero-americanas (UCCI). Reunindo relatos dos gestores das quatro cidades participantes, a intenção é inspirar outros governantes a implementar políticas circulares de acordo com a realidade local, possibilitando novos negócios, geração de renda, redução da poluição e cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Somadas as experiências de São Paulo, Bogotá, Montevideu e Buenos Aires, a Ideia Circular, que é uma iniciativa de comunicação e educação sobre a economia circular, elaborou um manual que discute conceitos fundamentais para alcançar cidades circulares, sustentáveis e verdes.
“O Manual vem para esclarecer o conceito de Economia Circular, que não é tão conhecido, e mais que isso, entender como ela pode ser aplicada em uma escala urbana. A indústria mexe bastante com a Economia Circular, mas as cidades também são importantes já que nos relacionamos com o planeta através delas, ainda mais na América Latina, onde existe um número expressivo de pessoas morando em cidades”, comenta Léa Gejer, fundadora da Ideia Circular.
O manual compartilha as bases teóricas do pensamento circular, num contexto ibero-americano, sobre a criação de espaços urbanos saudáveis, inclusivos, resilientes e regenerativos, e apresenta os desafios e oportunidades para a cidade. Além de orientar os gestores a traçar metas para áreas chaves dentro do município, o modelo da economia circular pretende estimular a melhor versão possível de cada localidade.
“Fizemos o Manual estudando quatro cidades, São Paulo, Buenos aires, Bogotá e Montevideú. Trouxemos o exemplo de como esses municípios incluem em suas políticas públicas a Economia Circular, e envolvem diversos atores para que isso aconteça, pois existe uma adaptação do hemisfério norte para o hemisfério sul. Temos um lado social que precisa ser trabalhado”, explica Léa.
A conclusão do manual é composta por boas práticas já implementadas ou planejadas pelos governos participantes, como o projeto “Ligue os Pontos” da cidade de São Paulo, que estimula a produção regenerativa de alimentos no território rural para abastecer centros urbanos, escolas municipais, mercados e feiras livres.
Outro exemplo de boa prática é o projeto premiado pela durante o C40 World Mayors Summit: o “Cardápio Escolar Sustentável” desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação (SME), que visa fornecer alimentos vegetarianos de alto valor nutricional a mais de 1 milhão de alunos da rede escolar municipal, a fim de reduzir 22,3% das emissões de gases poluentes nos próximos 10 anos.
Também é amplamente utilizado o biodigestor anaeróbio, instalado por exemplo em Centros Únicos de Ensino (CEUs) e no Canil da Gurda Civil Metropolitana (GCM). Trata-se de um equipamento construído para transformar matéria orgânica em fonte de energia ou de fertilização do solo. Tudo que viraria lixo em uma casa, escola, ou em uma grande área de plantação ou de criação de animais, inclusive já utilizado em aldeias indígenas, pode ser transformado em biogás e biofertilizante.
Para ler manual basta clicar aqui.
