Ao contrário do que ocorre no mercado brasileiro, no exterior várias empresas exploram os benefícios derivados da Cannabis, que vão além do seu uso medicinal tradicional. Segundo o segundo relatório global sobre Cannabis produzido pela consultoria Prohibition Partners, o mercado de Cannabis gerou cerca de US＄ 37 bilhões somente em 2021 e tem potencial para alcançar US＄ 120 bilhões até 2026, impulsionado principalmente pelo crescimento do setor em países como Alemanha, Austrália e Israel.
Em solo brasileiro, o mais tradicional uso para a Cannabis é o segmento medicinal, cuja história começou com uma das pesquisas pioneiras do médico Elisaldo Carlini e teve o mais recente capítulo com o projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo em dezembro de 2022, sancionado pelo governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em 31 de janeiro deste ano, que ampliou o debate sobre a cannabis medicinal no país. Existem, no entanto, outras alternativas que já tem sido colocadas em prática para usufruir dos diversos benefícios que a Cannabis possui. Listamos 5 empresas no Brasil e no mundo que atuam com diferentes benefícios provenientes da Cannabis:
Kanna
No Brasil, a primeira DAO (Organização Autônoma Descentralizada) ESG do país, a Kanna une a tecnologia blockchain com o mercado promissor do cânhamo. A empresa utiliza a blockchain e o cânhamo como meio para financiar a sua operação em causas de impacto como a compensação de danos, trazendo um ativo digital que representa uma fração de solo revitalizado pela planta. Além de absorver mais CO2 por hectare do que qualquer outra cultura conhecida, as estopas da planta podem ser usadas na produção de papel, descartando a necessidade de corte de árvores. Outro benefício ambiental da planta é a fitorremediação, por ser capaz de limpar metais pesados no solo.
O Token KNN, cuja pré-venda iniciou em 25 de janeiro, carrega um lastro em solo revitalizado e CO2 removido, além de doações que vão ajudar as comunidades vulneráveis em torno da região de atuação da empresa.
A empresa é liderada por Luis Quintanilha, ex-CMO da Gama Academy, e Mario Lenhart, ex-executivo financeiro de grandes empresas como PWC, Fiat e grupo Votorantim e conta também com o Cannabis Advisor Gastón Lepera, consultor internacional em assuntos regulatórios e industrialização da Cannabis na América Latina. Além de outros importantes nomes do mercado, como o Sócio & Web3 Advisor da Kanna Robson Harada, CMO do Mercado Bitcoin, e a Sócia & COO Natália Garcia, ex-diretora de riscos da FoxBit.
Curaleaf Holdings
Com sede em Wakefield, Massachusetts, a Curaleaf é a maior empresa de maconha dos Estados Unidos e atua em 23 estados do país. A empresa gerencia 101 dispensários, 22 locais de cultivo e 30 instalações de processamento do produto, empregando 5.000 funcionários e atendendo a mais de 350.000 clientes, conforme divulgado em seu site. A linha de produtos é composta por três marcas: a Curaleaf Hemp, que oferece produtos estéticos e medicinais à base de cânhamo; a Select Cannabis, que oferece extratos, óleos e comestíveis; e a UKU Cannabis, uma área mais inovadora que busca explorar novas experiências para consumidores experientes.
No início de 2021, a Curaleaf expandiu suas operações para a Europa ao adquirir a EMMAC Life Sciences Limited, reconhecida no continente por sua integração vertical, que vai desde a produção do cultivo até a entrega ao cliente.
Green Thumb Industries
Com sede em Chicago, a Green Thumb Industries aposta em uma variedade de produtos que incluem marcas de flores e extratos (Rythm), doces (Incredibles), pastilhas e vaporizadores (Beboe) e produtos de bem-estar (Feel Collection), entre outros. A empresa foi criada em 2014 e reportou (737 KB, em inglês) um crescimento anual de receita de 48,7% em setembro, totalizando US＄ 233,7 milhões. A Green Thumb Industries também é proprietária da loja Rise, que conta com 31 unidades em 9 estados do país. Com um total de 66 varejistas em 14 estados dos EUA, a empresa emprega mais de 3.400 pessoas em 16 estoques.
No início de dezembro, a Canadian Securities Exchange, onde a empresa está listada, anunciou planos de propor mudanças que aumentariam a liquidez, reduziriam os custos de capital e facilitariam a inclusão em fundos e índices negociados em bolsas dos EUA. A operação norte-americana é limitada pelas restrições do mercado, considerado ilegal no âmbito federal, conforme relatado pela Bloomberg.
Cannapag Bank
Voltando ao Brasil, a startup Cannapag Bank oferece soluções personalizadas de pagamento e nasceu a partir do problema que uma associação de pacientes de Cannabis enfrentava para ter acesso a métodos de pagamento que atendessem suas necessidades. É a primeira fintech para o mercado de Cannabis do Brasil, oferecendo um sistema de internet banking para as associações de pacientes e estabelecimentos de saúde, além de integração com e-Commerce. A startup também atua na consultoria em tempo integral para implementação de loja online e sistema de gestão e treinamentos para integrar com sucesso o mercado da Cannabis.
HempBlock
O nome HempBlock, segue a linha do Hempcrete, mistura das palavras hemp e concrete, que são, respectivamente, cânhamo e concreto em inglês. Mesmo não conhecendo o termo, fica clara a atuação da empresa com um tipo de concreto feito à base de cânhamo, uma variação da Cannabis.
A organização australiana garantiu uma distribuição exclusiva nos EUA para um sistema de construção de hempcrete, que possui um custo competitivo ante a construção tradicional. Pesquisas da empresa mostraram que o custo do material é de US＄ 14 por aproximadamente 1 m², custo competitivo em relação a materiais de construção tradicionais e, em muitos casos, mais barato.
