21/03/2023 às 15h25min - Atualizada em 22/03/2023 às 00h05min

O papel da iniciativa privada no combate à discriminação racial

Junior Santos, superintendente de planejamento e embaixador do Grupo Aliados Raças e Etnias da Atento no Brasil

SALA DA NOTÍCIA Rafael Massadar

Celebrado em 21 de março, o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em memória ao Massacre de Sharpeville, que ocorreu na África do Sul, em 1966 e, hoje, a data é marcada pelo reconhecimento da batalha e das conquistas de direitos sociais para a população negra. No Brasil, uma grande luta contra a discriminação racial acontece desde a Constituição Federal de 1988, que incluiu o crime de racismo como inafiançável e imprescritível. Porém, este é um avanço recente, que faz com que o racismo ainda exija políticas de inclusão mais eficazes, principalmente no mercado de trabalho.

Na Atento, acreditamos que é necessária uma profunda transformação na cultura das empresas, que devem ter como prioridade a equidade entre as pessoas. Para nós, valorizar e potencializar as diferenças de cada um é de extrema importância para uma companhia que opera em tantos países, por isso temos um sólido compromisso em sedimentar uma cultura de inclusão que promova a diversidade no local de trabalho.

Quando falamos especificamente de negros, contamos com um quadro acima da média brasileira, de 29,6% segundo o Índice de Equidade Racial Empresarial (IERE) de 2021. Na companhia, 58% dos colaboradores se autodeclaram pretos ou pardos, enquanto na liderança o número se mantém próximo em 50% do total, sendo mais de três vezes maior do que as 15,8% mapeados pelo IERE.

Diante desse extrato da nossa realidade, direcionamos nossos investimentos a diversas ações para combater estereótipos que estigmatizam as pessoas devido a sua cor de pele. Desde 2020, por exemplo, contamos com um “Grupo Aliados Raças e Etnias”, formado por colaboradores que defendem a causa de alavancar a discussão da temática étnico-racial na Atento e no mercado de trabalho.

 

Além disso, desde 2021 somos signatários do Mover, movimento que tem como objetivo combater o racismo, atuando nas gerações de oportunidades. E, no último ano, realizamos a primeira edição do nosso o Programa de Mentoring para pessoas negras, com objetivo específico de acelerar a carreira desses profissionais, auxiliando-as no crescimento profissional e possibilitar que ocupem mais cargos de alta liderança da companhia (na primeira turma, 56 colaboradores negros foram mentorados). Dentro dessa esfera, também temos um banco de talentos que busca atrair candidaturas para a inclusão de profissionais negros em cargos executivos.

 

Defendemos que umas principais formas de luta contra a discriminação racial é a educação. Dentro das empresas, vale o exercício de ter um trabalho de letramento racial com as lideranças, trazer o tema em conversas, workshops de sensibilização e esclarecimento, pois, ainda que não intencional, algumas expressões enraizadas na sociedade brasileira têm viés racistas.

Pessoalmente, acredito que, para nos tornarmos aliados nessa luta contra a desigualdade racial, é necessário, sobretudo, uma disposição de pessoas brancas se colocando ativamente como aprendizes nessa reconstrução das relações raciais, enfrentando o desconforto, o medo, o desconhecimento; reeducando olhares e escutas; refletindo e avaliando suas ações.

Diversidade e Inclusão estão incorporadas ao DNA e à cultura da Atento, por isso o combate ao racismo é um tema vivo em nossa companhia. Sabemos que muitos passos ainda são necessários para construirmos uma sociedade igualitária, mas estamos trabalhando para que esses passos sejam cada vez mais largos, ao menos dentro e no entorno da nossa empresa. 


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