02/03/2023 às 11h50min - Atualizada em 03/03/2023 às 00h08min

Molly-Bloom tem aula aberta com Caetano Galindo, ilustrada por Bete Coelho, no Teatro Unimed

Tradutor e especialista em James Joyce conversa com o público sobre o rico universo da literatura irlandesa, com cenas ao vivo da peça Molly-Bloom, nesta quinta, 2 de março, entrada franca.

SALA DA NOTÍCIA Fernando Sant'Ana
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Marcando o centenário de Ulisses, clássico de James Joyce, espetáculo Molly-Bloom pode ser visto no Teatro Unimed até o dia 26 de março. (créditos: Matheus Jose Maria)
O Teatro Unimed será palco, nesta quinta-feira, 2 de março, às 20h, de uma aula aberta do professor, autor e tradutor Caetano W. Galindo, com entrada gratuita, retirada de ingressos a partir das 18h30, na bilheteria do teatro, sujeito à lotação. Ilustrada pela atriz Bete Coelho, que está em cartaz no teatro com o espetáculo Molly-Bloom, a aula será uma instigante viagem pelo universo de James Joyce, particularmente a obra Ulysses (cuja primeira publicação fez 100 anos em 2022) e a força da literatura irlandesa. Uma outra participação especial também discutirá esse vasto universo das personagens de Joyce: após a apresentação da peça na sexta-feira, 10 de março, Bete Coelho, Roberto Audio e o público presente conversarão com o psicanalista Jorge Forbes.

Em nova montagem da Cia.BR116, o espetáculo Molly-Bloom é estrelado pela atriz Bete Coelho, que também assina a direção ao lado de Daniela Thomas e divide a cena com o ator Roberto Audio. O texto, formado pelas partes finais de Ulysses, com tradução de Caetano Galindo e codireção de Gabriel Fernandes, é o fluxo ininterrupto e fascinante do pensamento da personagem, que nunca deixou de ser um desafio e uma tentação para leitores, críticos e, talvez acima de todos, para as atrizes.

Em cena, Leopold Bloom [Roberto Audio], icônico personagem da literatura mundial, retorna a sua casa após flanar por cerca de 16 horas pela cidade de Dublin, capital da Irlanda. Sua esposa, Molly Bloom [Bete Coelho], já está dormindo, ou finge estar. Ele, exausto, deita na cama com cautela para não a acordar e cai no sono. Molly, então, parte para sua odisseia mental, singrando o mar de seus pensamentos. Entre travesseiros e fluidos líquidos e gasosos, navega as águas do passado, a infância em Gibraltar, seu pai, os enamoramentos, o primeiro beijo, o filho morto; navega as águas do presente, o casamento, o adultério, a barriga que está ficando grandinha, a conjectura de talvez parar com a cerveja no jantar, a filha; e as águas fascinantes e traiçoeiras da libido, do sexo, do proibido.

A atriz e diretora Bete Coelho explica que, em Molly-Bloom, a Cia.BR116 decidiu não encenar apenas o célebre monólogo final, desencaixando-o do livro como um fragmento isolado. “Optamos por incluir na montagem trechos do episódio anterior, onde Leopold Bloom, finalmente sozinho depois de um dia longo e cansativo, se prepara para entrar na cama com a esposa que, ele sabe, cometeu adultério naquele dia”. Trata-se de um gesto aparentemente discreto, essa ligeira manipulação do texto que reconecta Molly e Bloom, mas com um efeito profundamente transformador. Trazer o final do capítulo anterior permite ao público conceber de maneira muito mais plena aquele mundo, aquelas pessoas e a integralidade do livro Ulysses. Bete Coelho também destaca o pensamento revolucionário da consciência e da sexualidade femininas presentes nas falas de Molly Bloom.

Para Caetano Galindo, que também assina a consultoria dramatúrgica de Molly-Bloom, “se a terceira parte do romance de Joyce trata da volta para casa, e nela finalmente vemos Bloom voltar ao seu ‘reino’ usurpado, mas ainda acolhedor, o que a encenação realiza ao reintegrar ao livro como um todo as famosas falas foi uma operação da mesma natureza: ela trouxe Molly, que passou todo aquele dia 16 de junho de 1904 sem sair do seu endereço, de certa forma de volta para ‘casa’, fazendo com que sua voz de novo converse com a do marido, fazendo com que a noite apareça novamente como sequência e inversão dos valores do dia, com que a lua surja, aos poucos, na medida em que o sol desaparece”.

O professor, autor e tradutor Caetano W. Galindo é doutor em linguística pela Universidade de São Paulo. Sua tradução de Ulysses recebeu os mais importantes prêmios literários do país: Jabuti, APCA e da Academia Brasileira de Letras. É autor de Sim, eu digo sim: uma visita guiada ao Ulysses de James Joyce, finalista do Prêmio Rio de Literatura. Já Ensaio sobre o entendimento humano, livro não comercial, com tiragem limitada, recebeu o Prêmio Paraná de Literatura em 2013. Também é tradutor das obras de T. S. Eliot, J. D. Salinger e David Foster Wallace.

Na encenação de Molly-Bloom, Daniela Thomas criou uma cenografia (indicada ao prêmio Shell deste ano) para que o público assista ao espetáculo como se lê a obra clássica de Joyce, de vários ângulos. O cenário multimídia é um convite para que a plateia esteja junto à cena, vendo pequenos detalhes da montagem. “A ideia é trazer a amplitude do livro para o palco oferecendo maneiras diferentes de olhar a mesma cena, sem induzir a uma única compreensão”, pontua Bete Coelho.

Teatro Unimed
O Teatro Unimed está localizado em um dos pontos centrais da cidade de São Paulo: esquina da Rua Augusta com a Alameda Santos, a apenas uma quadra da Avenida Paulista. Sua programação é dedicada a espetáculos de alta qualidade e nunca antes exibidos na cidade, como o musical Lazarus, de David Bowie, com o qual o teatro abriu suas portas em agosto de 2019. Durante todo o período em que esteve fechado para espetáculos presenciais, o Teatro Unimed continuou produzindo cultura e lazer, com espetáculos de grande qualidade, online e sempre gratuitos, como parte do projeto Teatro Unimed Em Casa. Muito versátil, com o que existe de mais moderno em tecnologia cênica, ideal para espetáculos de teatro, música, dança, eventos, gravações e transmissões ao vivo, o Teatro Unimed é todo revestido em madeira, com 249 lugares, palco de 100m2, boca de cena com 12m de largura e fosso para orquestra. Primeiro teatro criado por Isay Weinfeld (responsável pelos projetos dos hotéis do Grupo Fasano, do residencial Jardim, em Nova York, e do Hotel InterContinental, em Viena), o Teatro Unimed ocupa o primeiro andar do sofisticado edifício projetado pelo arquiteto, o Santos Augusta, empreendimento da desenvolvedora Reud, combinação única de escritórios, café, restaurante e teatro, o que permite uma experiência completa, antes e depois de cada espetáculo. Elegante e integrado ao lobby no piso térreo, o Perseu Coffee House é a porta de entrada do Santos Augusta. Com mobiliário vintage original dos anos 50 e 60, assinado por grandes nomes do design brasileiro, como Zanine Caldas, Rino Levi e Carlo Hauner, e uma carta de cafés, comidinhas e drinks clássicos, é o lugar perfeito para encontros informais, desde um café da manhã até o happy hour. O Casimiro Ristorante, localizado no quarto andar do edifício, é uma iniciativa de um dos mais admirados e tradicionais restaurantes de São Paulo o Tatini, fruto da dedicação de três gerações de profissionais voltados para a gastronomia italiana de qualidade: Mario Tatini, Fabrizio Tatini e Thiago Tatini.

Molly-Bloom
Teatro Unimed
Ed. Santos Augusta, Al. Santos, 2159, Jardins, São Paulo
Aula ilustrada com Caetano W. Galindo: quinta-feira, 2 de março, às 20h, grátis, retirada de ingressos a partir das 18h30, na bilheteria, sujeito à lotação do teatro
Sessão especial seguida por conversa com Bete Coelho, Roberto Audio e o psicanalista Jorge Forbes: sexta, 10 de março (ingressos à venda)
Curta temporada: somente até 26 de março de 2022
Horários: sextas e sábados, às 20h. Domingos, às 18h
Valores: Inteira - R$ 140,00 (plateia), R$ 100,00 (balcão). Meia-entrada - R$ 70,00 (plateia) e R$ 50,00 (balcão).
Clientes Unimed têm 50% de desconto com apresentação da carteirinha. Descontos não cumulativos.
Horários da Bilheteria: Sexta e sábado, das 12h30 às 20h30. Domingos, das 10h30 às 18h30.
Duração: 75 minutos
Classificação: 14 anos
Capacidade: 249 lugares
Gênero: Comédia dramática
Acessibilidade: Ingressos para cadeirantes e acompanhantes podem ser reservados pelo e-mail [email protected]
Recomenda-se o uso de máscara durante todo o espetáculo.
Estacionamento com manobrista: R$ 25,00 (primeira hora) + R$ 10,00 (por cada hora adicional)
Vendas pela internet: www.sympla.com.br/teatrounimed
www.teatrounimed.com.br
https://www.facebook.com/TeatroUnimed
https://www.instagram.com/teatrounimed

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