(Foto: Divulgação) A endometriose é uma doença crônica e muito frequente, que, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), afeta cerca de 10% da população feminina brasileira, sendo mais frequente entre mulheres de 25 a 35 anos de idade. O Endométrio é a camada interna do útero, que descama durante a menstruação. A endometriose consiste no surgimento e crescimento dessa camada fora do útero, levando à inflamação e fibrose local, e tendo como consequência a dor. Essa doença pode se apresentar de forma leve ou profunda, é isso depende dos órgãos atingidos e do grau de acometimento de cada paciente.
Os sintomas mais comuns são: dor pélvica intensa (principal sintoma); sangramento nas fezes; massa abdominal palpável; cólicas menstruais; alterações do hábito intestinal; diarreia ou prisão de ventre; dor para evacuar ou urinar; dor na relação sexual; distensão abdominal; infertilidade; e fadiga.
A dor normalmente é severa e cíclica (coincidindo com a menstruação), e pode estar relacionada à menstruação abundante. Nem sempre a intensidade da dor se correlaciona com a extensão da doença. Ou seja, doentes com pouca dor podem ter doença ampla e vice-versa. Esta dor é, por vezes, difícil de distinguir de uma simples cólica menstrual.
A infertilidade é comum nas pacientes com endometriose, acometendo cerca de 30 a 50% das enfermas, mas é importante observar que mulheres com endometriose podem, sim, engravidar, seja forma espontânea ou por intermédio de tratamentos assistidos. Durante a gestação, a endometriose reduz sua atividade devido aos hormônios produzidos ao longo dessa fase.
As causas da endometriose ainda não são totalmente esclarecidas e acredita-se que a origem é multifatorial. A suspeita diagnóstica se inicia quando a paciente descreve os sintomas clínicos compatíveis, mas, o ultrassom pélvico com mapeamento de endometriose e a ressonância magnética com contraste e preparo intestinal, são os exames de imagem que podem reconhecer a presença da doença. O diagnóstico é ainda confirmado por biópsia e identificação das células endometriais na avaliação do material.
O tratamento pode ser clínico, com uso de hormônio para inibir os ciclos menstruais e mudança do estilo de vida (alimentação e atividade física, especialmente), e também cirúrgico, por videolaparoscopia, para remoção dos focos da doença. A escolha do tratamento vai depender dos sintomas da paciente e do grau da doença. E cabendo destacar que o diagnóstico precoce é um fator que sempre auxilia no tratamento. Por isso, diante de qualquer suspeita, procure um médico ginecologista.
Drª Fernanda Azevedo
Ginecologista e Obstetra
Instagram: @drafernanda.azevedo