02/12/2021 às 14h59min - Atualizada em 02/12/2021 às 14h57min

Caminho mais livre para investimento no mercado imobiliário americano

Renato Galvão
Divulgação
Possibilidade de diversificação, agentes conhecidos e sofisticação dos produtos ajudam investidor brasileiro
 
Por Cássio Segura
 
Já faz algum tempo que, diante da demanda do mercado e de aprimoramentos regulatórios, os especialistas chamam a atenção para a necessidade de os brasileiros diversificarem seus investimentos não só em diferentes classes de ativos, mas também em termos geográficos. Num cenário de redução estrutural da taxa de juros do País para menos de dois dígitos e diante da percepção de que pode não fazer sentido concentrar todos os riscos na economia local, comprar ativos no exterior é uma estratégia que tende a melhorar a qualidade da exposição das carteiras. Seria uma espécie de proteção contra os possíveis altos e baixos dos ciclos econômicos que ocorrem no País.
 
Com a expansão desse movimento, as opções de produtos também têm aumentado, simultaneamente ao conhecimento dos investidores em relação ao que o mercado externo tem a oferecer. Um bom exemplo dessa nova dinâmica é o investimento imobiliário nos Estados Unidos. Se antes as carteiras tinham principalmente imóveis, passaram a contar também com cotas de fundos detentores de ativos do setor. Funcionam como instrumentos financeiros, nesses casos, os chamados Reits (Real State Investment Trusts), similares aos fundos imobiliários brasileiros.
 
Nesse sentido, gestores de recursos se associam a construtores para fazer dos imóveis e dos recebíveis relacionados aos financiamentos das unidades vendidas a base para constituição de fundos — comprando as cotas, os investidores não precisam se preocupar com a administração dos imóveis, recebendo apenas os dividendos. Vale lembrar também que investir nos Estados Unidos significa apostar num país que tem grau de investimento, além de ser a maior economia do mundo.
 
A barreira do receio em relação a investimentos em outros países e tipos de ativos, incluindo o mercado imobiliário americano, tem sido superada com a participação de agentes brasileiros, como gestores e plataformas nacionais reconhecidos. Operando com quem conhece, o investidor local tem mais conforto para fazer a diversificação geográfica. Também está sendo superada a ideia de que investir no exterior é algo exclusivo dos que querem escapar do fisco, numa clara demonstração da efetividade dos esforços de educação e organização financeira.
 
Os resultados recentes e as perspectivas de médio e longo prazos para o mercado imobiliário americano contribuem para a ampliação do interesse dos investidores. Mesmo com as dificuldades provocadas pela pandemia, como atrasos na concessão de licenças para construção e no fornecimento de matérias-primas, o segmento tem oferecido bons retornos nos Estados Unidos e em outros países.
 
Especificamente no mercado americano, os preços dos imóveis subiram 14,6% em abril de 2021 em relação a igual período do ano passado, de acordo com o Índice S&P Corelogic Case Schiller1, que agrega dados de vários países. A alta foi mais expressiva do que as registradas no Reino Unido (13,4%), no Canadá (11,3%), na Alemanha (8,1%) e na França (6,1%). E a expectativa, mostra o índice, é de continuidade dessa tendência nos períodos seguintes. Para os valores de aluguéis nos Estados Unidos, por exemplo, a projeção é de alta de 9,7% nos 12 meses posteriores a maio de 2021.
 
Nesse contexto, o investimento no exterior como estratégia de diversificação pode levar o brasileiro a aperfeiçoar a gestão do risco de sua carteira. E o avanço do mercado, com novos e sofisticados produtos, tem condições de atender a essa crescente demanda.
 
*sócio da gestora americana YellowFi
 
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