30/07/2021 às 13h17min - Atualizada em 30/07/2021 às 13h05min

As pessoas com deficiência estão no mundo e no mercado de trabalho?

* (Por Renata Pereira Guimarães – Franqueada Yes! Cosmetics Unidade Palhoça/SC)

Henrique Harmonia

Henrique Harmonia

Atualmente com Colunas em 10 Portais de Notícias, 5 Jornais e 1 Revista, além do Programa Em Harmonia, exibido em 36 emissoras do Brasil

(Foto: Divulgação)
Existem várias formas corporais de estar presente no mundo, algumas pessoas necessitam de condições especiais para se colocarem no mundo, mas será que em pleno ano 2021 estamos preparados para quebrar paradigmas, criar acessibilidade e incluir essas pessoas que necessitam de condições especiais na forma de se colocar no mundo?

Como empresária e alguém que está estudando, aprendendo e tentando criar formas de acessibilidade e inclusão, digo que a resposta é: NÃO! Pois, infelizmente a deficiência é considerada uma “tragédia” pessoal, não é tratada como questão de justiça social, por isso é importante desconstruir alguns conceitos, pois muitas vezes a deficiência não está na pessoa, mas sim na sociedade com suas barreiras. Muitas pessoas enxergam a pessoa com deficiência como incapaz, sem condições de exercer uma atividade, um trabalho formal.

O que na prática não é verdade. A pessoa com deficiência precisa de uma oportunidade, e o fato de ter uma deficiência não a torna inapta para exercer qualquer tipo de trabalho, desde que esse trabalho oferecido seja condizente com a limitação da própria pessoa.

Na verdade, a falta de acessibilidade, o alto custo para tornar as coisas acessíveis, a falta de informação, acabam sendo alguns fatores impeditivos para a inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

A pessoa com deficiência sempre existiu, o que é algo novo é a sua visibilidade e a prática de acessibilidade e inclusão. Muitas empresas só contratam, porque a Lei de Cotas para Deficientes (Lei 8.213/1991) determina a obrigatoriedade da contratação de PcDs por parte das empresas.

Ademais, a colocação das pessoas com deficiência no mercado de trabalho esbarra nas barreiras de acessibilidade, que são classificadas com: arquitetônicas, metodológicas, instrumentais, comunicacionais, pragmáticas, naturais e atitudinais.


O papel do estado e da sociedade é criar adaptações razoáveis de acessibilidade, e sem dúvidas a barreira mais difícil de ser quebrada é a barreira atitudinal, pois temos crenças impregnadas na nossa sociedade, que levarão um bom tempo para serem quebradas. É um longo caminho, que só será construído com união do estado e da sociedade, com a propagação de informação e criação de meios que possibilitem esses mecanismos de acessibilidade, e assim incluir as pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

Como empresária e cidadã vivendo na prática essas questões de acessibilidade e inclusão, digo que não é um caminho fácil, requer investimento de tempo e recursos financeiros, e principalmente resiliência em lidar com a questão atitudinal, pois uma empresa ao aderir esse tipo de projeto tem que oferecer os recursos, não só para quem irá trabalhar na empresa, mas também para toda equipe e o público consumidor.

A sensação é que existem dois mundos paralelos, os que se consideram “normais” e as pessoas com deficiência, e a grande questão é: como unir esses mundos? Como quebrar essas barreiras? Como construir um mundo mais acessível? Enfim, são
perguntas que me faço diariamente.

Escolhi entrar para uma rede de franquias, no varejo, na área de cosméticos, uma empresa que carrega no DNA a questão da acessibilidade e inclusão, pois sempre pensei em colocar em prática um projeto de acessibilidade e inclusão.

E, além de incluir a pessoa com deficiência no mercado de trabalho, temos que pensar nessas pessoas como consumidores, pois consumidores com deficiência somam 45 milhões de indivíduos e podem aquecer o mercado brasileiro. É um mercado promissor, porém o que ocorre é falta de preparo para o atendimento deste público, quanto mais severa a deficiência, maior a falta de habilidade dos vendedores e fornecedores.

Para alcançar tais objetivos é necessário investir em treinamentos e avaliações, o que estamos fazendo pelas próprias pessoas com deficiência, o que legitima a inclusão.

Todo esse projeto é muito gratificante, porque se aprende muito com as pessoas com deficiência, é uma troca muito rica, mas se faz necessário investimento de tempo e 
recursos materiais para desenvolver o projeto, e o resultado é uma consequência, incluindo o resultado financeiro.

As pessoas com deficiência precisam de oportunidades, meios e ferramentas de trabalho, para que elas apresentem resultados, e posso falar sobre isso, pois contratamos uma funcionária com deficiência auditiva (surda), que apresenta excelentes resultados. Sim, ela é vendedora e consegue bater meta e já conseguiu ficar em primeiro lugar em vendas, tudo isso com muito esforço, dedicação e treinamentos constantes de toda equipe.

E nessa baila, seguimos a nossa missão que é proporcionar alegria e beleza, através da comercialização de produtos e serviços, acessíveis ao maior número de pessoas, gerindo o negócio de forma socialmente responsável com metas compatíveis ao desenvolvimento socioeconômico sustentável e inclusivo, estimulando a diversidade no ambiente de trabalho e contribuindo positivamente para o meio em que atuamos, para nossos colaboradores e para sociedade no geral!
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