26/08/2019 às 23h27min - Atualizada em 26/08/2019 às 23h27min

Falta mesmo emprego ou a mão de obra disponível não é qualificada?

O desemprego é uma realidade e as estatísticas apontam isto.

Reprodução/MF Press Global
O desemprego é uma realidade e as estatísticas apontam isto. No Brasil os dados oficiais mostram algo como 13 milhões de desempregados e uma lenta recolocação profissional como resultado da crise econômica, mas  este não é o único motivo apontado pelos especialistas para os altos índices de desemprego.

Figueiredo Gel, um dos mais proeminentes empresários baianos, que atua nos setores têxtil, logística e transportes, aponta que além da crise e da retração da economia, uma das grandes dificuldades para preenchimento de postos de trabalhos tem a ver com a qualificação dos candidatos e com questões trabalhistas: "está difícil contratar mão-de-obra, muito desqualificada. Além disto, são muitos direitos trabalhistas, que encarecem a contratação, fazendo com que contratar alguém por um salário mínimo, por exemplo, custe para o empregador mais de dois salários mínimos por mês, além da cultura de achar que o patrão é sempre o malvado da história, dificultando o empreendedorismo com taxas e mais taxas, regras e mais regras, tornando empreender no Brasil e gerar empregos uma tarefa muito difícil”. 

Exigências do mercado

Hoje é exigido para a maioria dos postos de trabalho que se tenha pelo menos o ensino médio, e conhecimento básico de inglês e informática. Mas Figueiredo Gel aponta que nem sempre isto é possível: "devido a desigualdade social, nem sempre esses requisitos serão cumpridos durante a vida escolar. Muitos não tem a oportunidade nem de completar os seus estudos, por ter de começar cedo a procurar uma forma de ajudar no sustento da família ou não consegue pagar por uma educação de qualidade. Principalmente nas regiões norte e nordeste, onde verifica-se maior déficit educacional”. 

Tendências 

De 2016 para cá, a taxa de desemprego tem crescido, e só aumenta a disputa por uma vaga no mercado de trabalho, que nunca foi tão competitivo como agora. Para ajudar a dar um norte a quem busca se reinserir no mercado, Figueiredo Gel aponta algumas das tendências e daquilo que os recrutadores têm buscado nos candidatos, considerando um mundo cada vez mais tecnológico e as inovações em computação, inteligência artificial (IA) que afetam direta e indiretamente todas as áreas profissionais:

1) As buscas por trabalho se intensificarão por meio de plataformas on-line. O machine learning (ou aprendizado por máquina) já está mudando a forma como candidatos encontram os empregos que consideram mais interessantes.

2) A demanda por profissionais não-técnicos tende a aumentar à medida que a indústria de tecnologia avança. Será preciso contratar mais profissionais de vendas e marketing para transformar a tecnologia em receita. Essa tendência deve ajudar a valorizar o passe desse tipo de profissional também em outros setores que vão competir por esses talentos.

3) Aumentar os esforços para aumentar a diversidade e os processos de inclusão nas empresas. 

4) A automação de funções aumentará com a utilização de ferramentas de IA para a realização de tarefas rotineiras. 

5) Outra tendência apontada pelo estudo foi o aumento do número de mulheres em cargos de liderança, seja na política ou no mundo corporativo.

6) A preocupação crescente com a privacidade de dados, que antes era mais forte entre os consumidores, agora passou a tirar o sono dos empregados, uma vez que os empregadores tem cada vez mais informações de quem trabalha em suas companhias.
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