09/06/2018 às 13h08min - Atualizada em 09/06/2018 às 13h08min

Transexual desabafa sobre seu dia a dia sofrido

Renato Galvão
Divulgação
"Estou revoltada com esses homens. Eles só querem as "transexuais por fetiche", cansei disso", são as palavras iniciais da trans Sabrina Santos, de Campinas, interior paulista. 
 
"Chamei alguns meninos para um show que ocorreu em Louveira (SP) e todos disseram sim, porém quando falei que sou uma transexual, afirmaram que não seria possível, sempre arrumam uma saída, uma desculpa", desabafa Sabrina. 
 
"Nós sofremos muito com isso e é justamente um dos motivos que muitas trans trabalham "vendendo o corpo", devido os homens só nos procurarem para o ato sexual. Eu não gostaria de ser uma trans, mas não tive escolha, pois nasci assim. Sabe, eu não quero sair como namorado, quero sair com um simples amigo, mas quando os homens descobrem que sou trans, tudo muda. Não adianta mudar o nome ou fazer cirurgia de mudança de sexo; ser pobre ou rica, essa frustração é de 99% de todas as trans", finaliza Sabrina, que mesmo com seu sucesso no Carnaval de São Paulo e Jundiaí, nos últimos anos, ainda está passando por estes problemas realmente terríveis. 
 
Assim como Sabrina, inúmeras outras transexuais sofrem preconceito especialmente no Brasil. Tudo começa na família, pois a imensa maioria, inclusive os pais não apreciam filhos assim e a rua se torna o destino de muitas trans, que passam a ser cafetinadas, exploradas e a prostituição é a única opção, assim como gravações de filmes eróticos. 
 
A maioria dos empregos atualmente para as trans brasileiras, situa-se nos setores de beleza (cabeleireira, manicure, pedicure, depiladora) e telemarketing (atendimento e vendas via telefone). Estudar se torna caro e difícil. O perigo de silicones industriais também é alarmante para a saúde delas e com tanta negatividade, não é difícil essas pessoas partirem para um mundo mais obscuro, como o uso de drogas e outros vícios. 
 
Aos homens que não possuem interesse em conviver com uma transexual, o recado é simples: Não as engane, pois como qualquer outro ser humano, as transexuais que hoje também são chamadas de mulheres trans, possuem sentimentos e contam com o direito de viver como um casal normalmente.
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