Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), quase metade dos homens acima de 50 anos sofre com a alopecia androgenética, a conhecida queda de cabelos crônica. Nas mulheres, o índice chega a 25%.
Só no Brasil, mais de 40 milhões de pessoas são afetadas pela condição. Deste total, 25% são jovens na faixa etária entre 20 e 25 anos, conforme os dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Além de afetar a autoestima, a perda dos cabelos pode implicar outras questões emocionais.
Segundo a médica dermatologista Paula Figueiredo de Marsillac, em artigo sobre o assunto publicado no portal da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Regional Rio de Janeiro, a alopecia androgenética é uma doença crônica e progressiva, que acomete indivíduos geneticamente predispostos, mas relativamente comum na população em geral, afetando até 80% dos homens e boa parte das mulheres. A condição leva ao afinamento dos fios e consequente perda do volume dos cabelos em determinadas áreas do couro cabeludo.
Há diferentes tipos de tratamentos que podem ser utilizados. Entre os mais conhecidos, está o uso do Minoxidil, medicamento indicado para estimular o crescimento capilar e encorpar os fios em situações em que a queda é mais branda.
Nos casos em que a queda é mais acentuada, é possível recorrer ao implante capilar, alternativa que tem se popularizado nos últimos anos. O procedimento, também conhecido como transplante capilar, consiste em extrair folículos capilares para depois reimplantá-los.
Segundo censo da International Society of Hair Restoration Surgery (ISHRS), a busca mundial pelo implante capilar cresceu 152%, entre 2010 e 2021. E a expectativa é que continue em alta nos próximos anos.
O relatório da Global Market Insights aponta que o mercado de transplante capilar foi avaliado em US$ 5 bilhões, em 2022, e deve apresentar uma taxa de crescimento anual de 21% até 2032, chegando a US$ 37,5 bilhões em dez anos.
Há duas técnicas mais conhecidas para a realização do procedimento. A primeira é a Follicular Unit Transplantation (FUT), pela qual os folículos são extraídos em bloco. A outra, que recebe o nome de Follicular Unit Extraction (FUE) é feita fio a fio.
Em geral, a extração é feita nas laterais ou na parte posterior do couro cabeludo, e os fios retirados são transplantados para o local de interesse, sendo comum na parte frontal da cabeça.
Ambos os procedimentos podem durar até oito horas, com o paciente em sedação. A principal diferença entre está no fato de que, ao optar pela FUT, o paciente fica com uma discreta cicatriz, enquanto na técnica FUE isso não acontece.
A dermatologista e especialista em transplante capilar, Thaiana Botarelli, destacou em entrevista à imprensa, que a técnica de separação dos fios usada no método FUE garante aos pacientes “um resultado mais delicado e natural ao transplante”.
O transplante capilar é indicado para o tratamento de perda de cabelo oriunda da alopecia androgenética e pode não ser bem-sucedido em outros casos.
A coordenadora do Departamento de Cabelos e Unhas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Fabiane Brenner, defende a indicação do implante capilar para homens com alopecia androgenética, na faixa etária entre 30 e 65 anos e que apresentam extensas áreas de calvície, conforme entrevista concedida à imprensa. Segundo ela, as mulheres também podem realizar o procedimento.
O pós-operatório exige o afastamento do paciente das atividades de rotina por uma semana para a total recuperação. Segundo Fabiana, em casos de dor, analgésicos podem ser indicados.
Ainda de acordo com a especialista, o paciente deve evitar se deitar sobre a área operada na hora de dormir, dando preferência por ficar de barriga para cima nos primeiros dias após o transplante capilar.