25/09/2023 às 11h42min - Atualizada em 25/09/2023 às 11h36min

Cirurgia para estimulação cerebral profunda no tratamento da doença de parkinson

Lucas Widmar Pelisari

Lucas Widmar Pelisari

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A doença de Parkinson (DP) é um distúrbio neurológico progressivo que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, comprometendo principalmente o controle dos movimentos. Caracterizada pela degeneração dos neurônios produtores de dopamina no cérebro, a DP resulta em uma variedade de sintomas motores e não motores.

Embora ainda não exista cura para a DP, progressos significativos têm sido alcançados em seu tratamento. Um desses avanços é a cirurgia para estimulação cerebral profunda (ECP), procedimento cirúrgico que tem apresentado resultados notáveis ao proporcionar melhoria na qualidade de vida e aumento da expectativa de vida para pessoas que vivem com a doença de Parkinson.




















 

A cirurgia na doença de parkinson envolve a implantação de eletrodos em regiões específicas do cérebro, geralmente no núcleo subtalâmico (NST) ou no globo pálido interno (GPI). Esses eletrodos são conectados a um dispositivo neuroestimulador, que emite impulsos elétricos controlados para modular a atividade cerebral anormal. Ao direcionar e regular de maneira precisa a atividade dos circuitos motores, a ECP auxilia no alívio dos sintomas motores e na melhoria da função geral.

 

Estudos têm demonstrado que a cirurgia de estimulação cerebral profunda pode aumentar a expectativa de vida de pessoas com DP. Essa melhoria pode ser atribuída a diversos fatores. Em primeiro lugar, ao reduzir significativamente os sintomas motores, como tremores, rigidez e bradicinesia, a ECP permite que os pacientes se envolvam em atividades físicas e realizem exercícios regularmente. A prática regular de exercícios físicos tem sido associada a diversos benefícios para a saúde, incluindo a melhora da saúde cardiovascular, o aumento da força muscular e o bem-estar geral, os quais contribuem para maior expectativa de vida.

 

Além disso, a estimulação cerebral contínua reduz as complicações relacionadas ao uso prolongado de medicamentos. Muitos pacientes com DP experimentam flutuações motoras e discinesias devido à natureza progressiva da doença e à necessidade de aumentar as doses de medicamentos ao longo do tempo. A ECP auxilia na otimização do uso de medicamentos, reduzindo a quantidade e doses dessas medicações, bem como suas complicações e riscos à saúde associados. Isso pode ter impacto positivo na expectativa de vida.

 

O que o paciente pode esperar após o procedimento?

 

Além de aumentar a expectativa de vida, a ECP proporciona melhorias significativas na qualidade de vida para pessoas com DP, mesmo em estágios avançados da doença. Ela oferece controle mais consistente e estável dos sintomas motores, permitindo que os pacientes recuperem a independência funcional e participem de atividades cotidianas. Com melhor mobilidade e independência funcional, os pacientes ganham maior autonomia, o que não só contribui para o bem-estar físico, mas também tem impacto significativo na saúde mental e emocional.



A melhoria na atividade motora promovida pela ECP tem se mostrado eficaz na redução dos sintomas depressivos e na melhoria da função cognitiva em alguns pacientes com DP. Ao restaurar o equilíbrio neuronal e aprimorar a comunicação entre as partes do cérebro responsáveis pelo controle dos movimentos, a ECP ajuda a tratar os sintomas não motores da doença, que podem ser tão debilitantes quanto os sintomas motores. Como resultado, os pacientes apresentam redução da ansiedade, melhoria do humor e aumento do bem-estar psicológico geral.

 

A ECP também possibilita redução na dependência de medicamentos para DP, especialmente a levodopa. Embora a levodopa seja altamente eficaz no controle dos sintomas motores, seu uso a longo prazo está associado a complicações como discinesias e flutuações motoras. A ECP pode reduzir significativamente a dose necessária de levodopa, minimizando esses efeitos adversos. Essa redução na dependência de medicamentos não só melhora a qualidade de vida ao reduzir os efeitos colaterais, mas também diminui os gastos com medicamentos de uso prolongado.

 

Estudos de longa duração sobre a eficácia da ECP na DP têm demonstrado benefícios sustentados por vários anos. O impacto positivo da ECP nos sintomas motores, na qualidade de vida e na redução do uso de medicamentos foi observado até 15 anos após a implantação dos eletrodos. Essas evidências destacam a natureza duradoura dos benefícios desse tratamento, oferecendo esperança para pessoas que vivem com DP e suas famílias.

 

Conclusão

 

Dessa forma, a cirurgia para estimulação cerebral profunda emergiu como opção de tratamento altamente eficaz para pessoas com doença de Parkinson. Ao aumentar a expectativa de vida, melhorar a qualidade de vida, reduzir a dependência de medicamentos e oferecer benefícios de longo prazo, a ECP revolucionou o tratamento de pessoas com doença de Parkinson. Conforme a pesquisa e os avanços tecnológicos continuam, espera-se que a ECP evolua ainda mais, trazendo resultados ainda melhores e perspectiva geral de melhoria para aqueles que vivem com essa condição desafiadora. Com o desenvolvimento contínuo, é crucial divulgar a existência dessa terapia transformadora, expandindo seu alcance para atingir o máximo de pessoas com DP possível, proporcionando-lhes um futuro mais promissor e aumentando a expectativa de melhoria na qualidade de vida.

 

Por: Dr. Erich Fonoff

 

Referências:

 

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