30/12/2022 às 10h13min - Atualizada em 04/01/2023 às 00h01min

O Governo Lula (PT) deixa seu aliado nas eleições o Partido Verde fora do comando de um dos 37 ministérios.

Patrícia Penna, dirigente do diretório Paulista do PV e esposa do presidente da sigla afirma: “ O PT perde a chance de ter o que define como charme do PV na Esplanada. "O mundo olha para a questão da sustentabilidade"

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Segundo entrevista exclusiva para o Painel da Folha ao jornalista Guilherme Seto, Patrícia Penna, dirigente do diretório Paulista do PV e esposa do presidente da sigla afirma entre outras questões que “ O PT perde a chance de ter o que define como charme do PV na Esplanada. "O mundo olha para a questão da sustentabilidade" Leia a matéria na integra.
 
Guilherme Seto
SÃO PAULO


Patrícia Penna, dirigente do diretório paulista do PV e esposa do presidente da sigla, José Luiz Penna, usa os termos "errado, feio e burrice" para classificar a decisão do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de deixar o partido de fora do comando de qualquer um dos 37 ministérios.

"A gente não estar em nenhuma dessas esferas, realmente fico sem entender. Existe alguma coisa contra o PV? Fale agora ou cale-se para sempre. Queria que o PT dissesse isso. Por que o PV não está no primeiro escalão? Temos dirigentes no partido com muita capacidade", afirma Patrícia, acrescentando que não se refere ao marido, que, segundo ela, talvez nem tenha vontade de assumir uma pasta atualmente. Ela cita a advogada Vera Motta, secretária de assuntos jurídicos da legenda.

É um desprestígio, uma pena. Daria para o governo o apoio de uma sigla com posicionamento orgânico, leal, honesto. Parece que não há interesse em ter um partido nesses moldes ao seu lado. A política está cada vez mais pragmática. Ter aliados apenas para não ser incomodado é muito triste", afirma Patricia, que também foi secretária-adjunta da Cultura em São Paulo durante a gestão Márcio França (2018-2019).

Ela afirma que, com a decisão, o PT perde a chance de ter o que define como charme do PV na Esplanada. "O mundo olha para a questão da sustentabilidade", diz, complementando que esse apelo ganha dimensão internacional por meio da existência de diversos partidos verdes pelo mundo.

Para Patrícia, o governo erra ao dar espaço generoso para siglas como PSD, União Brasil e MDB, e não é coerente ao dizer que o PV não tem tamanho no Congresso para ser contemplado.

"Dizem que somos pequenos. Nós teremos seis deputados em 2023, assim como o PCdoB, e eles levaram um ministério", diz, em referência a Luciana Santos, presidente da sigla e futura Ministra de Ciência e Tecnologia.

Achamos que poderíamos ter um espaço no governo para trabalhar questões culturais, ambientais. Não estamos podendo ajudar com tudo que temos capacidade", acrescenta.

Como mostrou o Painel, o PV discute não aderir à base de Lula no Congresso diante do que tem avaliado como desprestígio. Patrícia diz que a chateação e a surpresa são grandes, e que a situação foge do controle dos dirigentes nacionais.

"Tem um partido por trás, com deputados pelo Brasil inteiro. Não sei como vai ficar", diz.

Lideranças do partido ainda têm a expectativa de comandar a Apex (Agência Brasileira de Exportações e Investimentos) ou a Embratur. O ex-governador do Acre e ex-senador Jorge Viana (PT) é o favorito para assumir a primeira.

(fonte) Painel da Folha
   

 
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