13/05/2022 às 15h34min - Atualizada em 13/05/2022 às 17h40min

Programa vai capacitar MPES para entrarem no mercado de exportação

A iniciativa pretende ampliar a participação das Micro e Pequenas Empresas nas exportações brasileiras. Segundo o Sebrae, hoje, essa participação, em relação a valores negociados, é de apenas 1%. Especialista aconselha as empresas de menor porte a melhorar suas operações de logística para não terem problemas com as negociações com compradores internacionais.

DINO
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Das 25 mil empresas brasileiras exportadoras, 8,4 mil são de pequeno porte, segundo o Sebrae. Apesar desse número representar uma em cada três empresas exportadoras, as micro e pequenas empresas (MPEs) têm participação de apenas 1% no total de valores negociados. Para ampliar a participação delas no mercado exportador, a Apex Brasil, do governo federal, em parceria com o Sebrae e Ministério das Relações Exteriores, lançaram neste mês o programa MPE Global.

A ideia da iniciativa é promover no exterior, visando a realização de negócios, de empresas das cadeias de alimentos, bebidas e moda. Serão selecionadas 100 empresas de pequeno porte interessadas e habilitadas a exportar. Elas serão avaliadas e, caso não estejam totalmente aptas a comercializarem seus produtos no exterior, passarão por capacitação. Além disso, a equipe do programa fará a identificação de potenciais compradores nos mercados da América do Sul, Europa e Oriente Médio e a intermediação de contatos que possibilitem a negociação entre as partes.

De acordo com a Apex Brasil, para participar do Programa, as MPEs terão que disponibilizar material promocional em idioma estrangeiro, ter registro no Sistema Radar Sicomex, elaborar lista de preços internacionais e possuir em seu quadro de funcionários um profissional com fluência em idioma estrangeiro.

Na experiência da especialista em Gestão de Operações Logísticas e Supply Chain, Daiane de Lira Camilo, as empresas de pequeno porte que pretendem entrar no mercado de exportações precisam fazer um bom planejamento de logística para não terem problema com falta de espaço físico na fábrica ou dificuldade com transporte e custos de enviar a mercadoria até o comprador.

“Empresas de pequeno porte podem sofrer com a falta de espaço físico para armazenar ou manusear suas cargas. A localização, organização dos materiais, arranjo das prateleiras, etiquetagem, divisão de espaço impactam diretamente no andamento do processo logístico. Por isto é importante que a empresa faça um layout de armazenagem de insumos e produtos prontos ou opte por alocar galpões de armazenagem que possam atender a demanda da empresa”, aconselha. 

Sobre a logística de transporte, Daiane Camilo aconselha que se verifiquem alguns requisitos antes de contratar uma empresa terceirizada, que cuidará dessa etapa. Para não haver erros com a entrega dos produtos até o porto de embarque para o exterior, é preciso fazer um planejamento de transporte, com todas as informações devidamente alinhadas entre a exportadora e a empresa de transporte.

“Antes de contratar uma transportadora, é importante que a empresa contratante saiba qual é a capacidade e/ou disponibilidade diária de veículos, e se ela a atenderá, pois caso toda a frota esteja em uso ao mesmo tempo, o recebimento ou envio de materiais sofrerá atrasos consideráveis, prejudicando outras operações”, ressalta a profissional, que tem mais de 10 anos de experiência na área.

E para amenizar os custos do transporte, que vêm aumentando devido aos últimos reajustes de combustíveis, a gestora de logística recomenda a utilização de diferentes tipos de modais de transporte, negociando melhores tarifas junto aos prestadores de serviço. “É uma opção para tentar driblar estes altos custos que encarecem a operação. Assim as empresas que iniciarão suas atividades de exportação conseguirão manter seus produtos com preços atrativos para o mercado internacional e, também, reduzirão as despesas para adquirir insumos de outros países”, conclui.

Dados da CNI mostram melhor desempenho das MPEs no primeiro trimestre de 2022

O desempenho das micro e pequenas indústrias no primeiro trimestre de 2022 foi o melhor desde 2012, segundo indicadores da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador registrou 43,3 pontos, em janeiro de 2022, resultado abaixo da média histórica (43,5 pontos), porém nos meses seguintes o desempenho melhorou. Na passagem para fevereiro, o índice aumentou 1,8 ponto e, em março, cresceu mais 2,9 pontos.

Apesar do resultado positivo, o índice de Situação Financeira das pequenas indústrias recuou para 41,0 pontos no primeiro trimestre de 2022. Na comparação com o quarto trimestre de 2021, o índice mostra queda de 1,0 ponto, ou seja, revela uma piora da situação financeira.

Outra preocupação dos micros e pequenos empresários foi a falta ou alto custo da matéria-prima, que continua atrapalhando as operações de empresas, especialmente as dos segmentos de extração, transformação e construção. Mesmo assim, o índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) para as pequenas indústrias alcançou 56,4 pontos em abril neste ano, um aumento de 5,1 pontos na comparação com o mesmo mês em 2021. De acordo com a CNI, esse resultado significa que o empresário está otimista e confiante em 2022.



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