30/06/2021 às 13h41min - Atualizada em 30/06/2021 às 20h38min

A pandemia e a retomada do turismo no Brasil

(*) Franciele Marilies Estevam (*) Renata Adriana Garbossa Silva

SALA DA NOTÍCIA NQM
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Divulgação
Com a pandemia da covid-19, tanto o turismo mundial quanto o brasileiro sofreram quedas nunca vistas antes na história, afetando diretamente os destinos cuja economia é mais dependente da atividade turística. Uma das características intrínsecas ao turismo e que o diferenciam fundamentalmente de outras atividades econômicas ou produtivas é o fato de ser uma prática social e um objeto de consumo, antes de qualquer coisa.

No Brasil, neste período de pandemia que se prolonga, muitos atrativos não podem permanecer abertos por serem locais de grande aglomeração de pessoas. Soma-se a isso a necessidade de medidas de isolamento social, que ocasionaram quedas na arrecadação no setor que, somente em 2020, encolheu quase 40% em receitas provenientes dos serviços ligados à atividade. Contudo, mesmo com essa retração significativa, o turismo continua, não cessou. E vivendo ainda nesse contexto a pergunta que fazemos é: como ficará a retomada do turismo pós pandemia?

A resposta para esse questionamento é complexa e exige diversas análises. Porém, um caminho é fato reconhecido e aposta para todo o setor: o Turismo Doméstico. Isso se deve à pandemia, é claro, que fez alguns países se fecharem para os brasileiros, impedindo a saída para destinos internacionais. E ainda nesse sentido a conjuntura econômica atual contribui já que o dólar se encontra supervalorizado, encarecendo muito viagens internacionais.

Para os que trabalham diretamente com o setor, no sentido de retomada, é preciso ficarem atentos às transformações que estão ocorrendo na atividade. De acordo com alguns especialistas existe uma grande demanda para o “Staycation”, ou seja, o Turismo de Escapada que é aquele para lugares próximos das grandes cidades, com intuito de passar alguns dias e com deslocamento em veículo próprio. Isso significa destinos de, no máximo, 300 quilômetros dos centros urbanos, possibilitando fugir da rotina e do isolamento social até que toda a população possa ser imunizada. 

Além disso, grande parcela da população está trabalhando de forma remota, o que permite que continuem viajando. Esse novo comportamento incluiu nas preferências dos hóspedes espaços com boa infraestrutura para o home office, e que também permitam o contato com a natureza e com um fluxo pequeno de pessoas. Neste sentido, se destacam opções de Ecoturismo, Turismo Rural e de Aventura. Eles também são grandes apostas nessa retomada da atividade turística no período pós-pandemia e uma grande oportunidade de negócios.

Para que a retomada do turismo – sobretudo voltado para a natureza – seja de fato concretizada é imperativo seguir todos os protocolos de segurança, bem como manter a cooperação com algumas esferas envolvidas. Ou seja, criar parcerias com empresários locais que fortalecem o turismo de base comunitária, a fim de utilizar o que o entorno do empreendimento oferece como alimentação, lazer, infraestrutura, etc. Ansiosos por deixar para trás essa retração histórica do turismo enquanto atividade econômica e prática social, os profissionais do setor esperam que a sua recuperação ocorra de forma rápida, sustentável e ressignificada, com o desenvolvimento de uma atividade mais amadurecida, planejada e valorizada localmente.

(*) Franciele Marilies Estevam é professora do curso de Geografia da Área de Geociências do Centro Universitário Internacional UNINTER

(*) Renata Adriana Garbossa Silva é doutora em Geografia e professora da Área de Geociências do Centro Universitário Internacional UNINTER

 
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