Nos últimos anos, a adesão aos procedimentos estéticos está em alta. Em meio à onda de cirurgias e correções na aparência, uma em especial desponta no cenário nacional: a harmonização facial. De acordo com relatórios do Google Trends, ferramenta que monitora as tendências do buscador, as pesquisas pelo termo “harmonização facial” saltaram 540% entre janeiro e julho de 2020.
O período coincide com a quarentena em muitas das cidades brasileiras e reflete o aumento da curiosidade sobre a técnica, mas não influencia, necessariamente, no valor final de procedimentos estéticos. Para esta constatação, há os dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, que apontam o aumento de 72 mil para 256 mil ao ano nesta categoria entre 2014 e 2019, levando em conta apenas dados referentes aos homens. O valor equivale a um crescimento de 255%.
O que é harmonização facial?
O termo refere-se a um conjunto de técnicas e procedimentos feito em busca de uma estética mais assimétrica e proporcional ao rosto. O processo dispensa cortes e, por conta disso, proporciona uma recuperação mais simples e rápida. Ele pode ser caracterizado pelo aumento dos lábios, redução de olheiras ou papada, alterações no nariz, alargamento ou afinamento do queixo e mandíbula, entre outras intervenções.
Geralmente, o principal motivo para a vontade de passar por uma harmonização facial é o encaixe do rosto em padrões de beleza presentes em filmes, séries, mídia e redes sociais.
Técnicas
Por não necessitar de cirurgia, os procedimentos são feitos, na maioria dos casos, apenas com o auxílio de agulhas. Neste cenário, há duas técnicas usadas pelos profissionais: a primeira, com a aplicação de toxina botulínica, popularmente conhecida como botox, para suavizar traços, marcas e linhas de expressão, assim como o arqueamento de sobrancelhas e a diminuição das narinas; a segunda, com a aplicação de ácido hialurônico, responsável pelo preenchimento nos lábios e contorno do rosto em geral.
No primeiro caso, as alterações podem durar de quatro a seis meses, enquanto na segunda alternativa há um período maior: de 12 a 18 meses.
Cuidados
Para quem deseja realizar algum dos procedimentos da harmonização facial, é essencial buscar por dermatologistas e profissionais formados na faculdade de Estética prioritariamente. Isso porque, em ambas as carreiras, há o conhecimento necessário de métodos que evitam infecções e outros efeitos colaterais.
De maneira geral, dentistas também podem atuar nesta área, segundo a resolução do Conselho Federal de Odontologia, emitida em 2019. A decisão foi criticada pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Médica Brasileira por conta dos principais riscos aos pacientes, já que os profissionais não são totalmente habilitados na prática.
“Não é um curso de fim de semana ou de poucos dias que substituirá esse preparo. Além disso, algumas complicações necessitam de atendimento médico de urgência, diagnóstico imediato e tratamento com medicações injetáveis”, afirmou Sergio Palma, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia.