O príncipe Harry e sua esposa, a atriz Meghan Markle, causaram verdadeiro rebuliço na comunidade internacional ao anunciarem em suas redes sociais, logo nos primeiros dias de 2020, a intenção de abandonar o
prestígio inglês de fazer parte da realeza.
Segundo o Palácio de Buckingham, a partir de março, os dois não utilizarão mais o título. O anúncio oficial foi feito após a rainha Elizabeth II, avó do príncipe, convocar uma reunião de emergência com todos os membros do núcleo real — além de Harry e Meghan, William, duque de Cambridge (irmão), e Charles, príncipe de Gales (pai).
O que isso significa, na prática?
Na prática, além de renunciar ao título, o duque e a duquesa de Sussex pretendem abandonar gradualmente os compromissos oficiais impostos pelo Palácio e viver de forma independente na América do Norte. Apesar disso, eles garantiram que vão continuar apoiando a rainha e as organizações do patronato inglês.
Eles também devem parar de receber dinheiro público e já afirmaram que vão trabalhar para ser economicamente independentes. Segundo o comunicado oficial do Palácio, eles não receberão mais fundos públicos para os deveres reais, mas devem continuar mantendo seus patrocínios e associações particulares.
Além disso, o duque e a duquesa de Sussex pretendem reembolsar os cofres públicos pela reforma do Frogmore Cottage, que continuará sendo a casa de sua família no Reino Unido. A obra custou cerca de 2,4 milhões de libras.
O plano é que o casal passe agora por um período de transição para se adaptar à nova realidade financeira e para que o príncipe abandone de vez o cargo no primeiro plano da realeza.
Quais podem ser os motivos por trás da decisão?
Apesar de encarada com surpresa, a decisão não é tão surpreendente assim. Desde que a união dos dois foi oficializada, em 2017, a mídia britânica faz críticas constantes à união e ao comportamento de Meghan, além de comparações com Kate Middleton, esposa de William.
Essa exposição, que certamente contribuiu para dificultar o convívio familiar e as relações com o Palácio, começou a incomodar o casal. Para preservar sua privacidade, Harry e Meghan já vinham manifestando o desejo de se afastarem dos deveres oficiais.
Eles adiaram a apresentação de seu herdeiro, Archie, e preferiram se mudar para o campo a morar no Palácio de Kensington. Além disso, o casal não compareceu à parte das comemorações natalinas reais, pois estava em viagem para o Canadá.
Como isso afeta o Reino Unidos?
Ainda não é possível prever os impactos da decisão ao Reino Unido, embora a mudança não afete a sucessão de forma direta. Harry seria o sexto na sucessão do trono, ou seja, era muito pouco provável que ele de fato viesse a ocupar o cargo máximo da realeza — antes dele vem seu pai, William e os três filhos do irmão.
Apesar de demonstrar insatisfação, a rainha, como é de costume, manteve uma postura firme ao endossar a decisão do neto. Assim, a tendência é de que a sensação de estabilidade, reforçada pelo compromisso de Charles e o bom comportamento de William e sua família, seja mantida.
Além disso, essa não é a primeira vez que um membro da família real abdica da posição. O Duque de Windsor, que chegou a ocupar o trono por cerca de um ano, deixou o cargo para se casar com Wallis Simpson, que era divorciada. Ele passou a coroa para o seu irmão, pai da rainha Elizabeth II, e isso tem tudo a ver com a linha sucessória que conhecemos hoje.