22/05/2024 às 17h35min - Atualizada em 22/05/2024 às 20h05min

ALEP reuniu cientistas e pesquisadores para discutir fenômenos climáticos e formas de prevenção de tragédias ambientais em Curitiba

Proposta pelo deputado Ney Leprevost (União Brasil), a audiência pública lotou o Auditório Legislativo da Casa; projetos de lei foram apresentados

EDUARDO BETINARDI
Divulgação/ALEP
Após a tragédia climática no Rio Grande do Sul, a Assembleia Legislativa do Paraná agiu rápido e realizou, nesta quarta-feira (22), a audiência pública “Enfrentamento dos fenômenos climáticos e prevenção de desastres ambientais em Curitiba”. Proposta pelo deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil), a audiência discutiu estratégias e ações fundamentais para a construção de soluções efetivas e duradouras para os desafios relacionados às mudanças climáticas, além de abordar formas de prevenção de desastres ambientais em Curitiba.

A audiência, aberta ao público, contou com a participação de alguns dos maiores especialistas do país, entre eles Abdel Hach, Mariana Schuchovski, Eduardo Gomes Pinheiro e Carlos Luiz Strapazzon, além do tenente-coronel Eduardo Gomes Pinheiro, do Corpo de Bombeiros, e do coronel Fernando Raimundo Schuning, coordenador da Defesa Civil Estadual. “Queríamos ouvir especialistas que tivessem facilidade para dialogar com a população. A preocupação com o aquecimento global deve ser uma preocupação de todas as autoridades. Os desastres devem ser prevenidos e é possível estabelecer planos de contingência para os mesmos”, destacou Ney.

Durante o encontro, a doutora em Ciências Florestais pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mariana Schuchovski, alertou como a emissão de gases de efeito estufa podem colocar o planeta em risco. "No Brasil, já estamos vivenciando a temperatura com 1,5 grau Celsius acima da era pré-industrial. Conseguimos suportar isso, mas estamos mexendo em um elemento importante, que é uma engrenagem de funcionamento e capacidade de produção da natureza. O que precisamos entender é o efeito causado por gases poluentes que se prendem na atmosfera e aquecem o nosso planeta. Com isso, estamos esticando os extremos climáticos. Isso tem reflexos nas atividades agropecuárias e industriais", destacou a pesquisadora.

Já o presidente da Associação dos Geólogos do Estado do Paraná, Abdel Hach, reforçou a necessidade de um olhar mais profundo sobre o tema, principalmente sobre as ações do homem no meio em que vivemos. “As chuvas não causam nada. O que causa são os momentos e condicionantes resultantes de ações antrópicas, ou seja, de responsabilidade do homem”, alertou ao destacar a importância de políticas públicas que contribuam para a prevenção de desastres.

A mesa principal do evento contou ainda com a presença de gestores públicos e parlamentares: o deputado estadual Goura (PDT); o  secretário estadual de Desenvolvimento Sustentável, Everton Luiz da Costa Souza; o diretor de Programas e Projetos da COHAPAR, Luis Antonio Werlang; o coordenador do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade da FIEP, Nilo Cini; o presidente do Instituto Água e Terra (IAT), José Luiz Scroccaro; e o representante do Ministério Público do Paraná, Dr. Daniel Pedro Lourenço.

Projetos de Lei

Os deputados Ney Leprevost e Goura aproveitaram a audiência pública para entregar diretamente ao secretário Everton Luiz da Costa Souza dois Projetos de Lei com foco em prevenção de tragédias climáticas. O texto de Leprevost destaca a aplicação do conceito de "Cidade Esponja", modelo que busca fortalecer a infraestrutura ecológica e os sistemas de drenagem, com o objetivo de absorver, capturar, armazenar, limpar e reutilizar a água da chuva como um mecanismo de redução de inundações.

“A promoção de medidas eficazes para o controle de enchentes e alagamentos é de extrema importância nas áreas urbanas, especialmente em um contexto de mudanças climáticas e crescimento acelerado das cidades. Nesse sentido, foi apresentado um projeto de lei que visa incentivar a adoção de mecanismos sustentáveis”, diz Leprevost. “Com o aumento da conscientização sobre os riscos das mudanças climáticas e a necessidade de preservação de recursos naturais, medidas como essas são cada vez mais importantes para garantir a sustentabilidade das cidades e a qualidade de vida da população”, complementou o deputado.

Já a proposição do deputado Goura propõe o reconhecimento de emergência climática no Estado do Paraná, propondo a adoção de metas para seu enfrentamento. “Reconhecer oficialmente o estado de emergência climática no Paraná é essencial para mobilizar recursos e coordenar esforços em todas as esferas do governo, bem como envolver a sociedade civil e o setor privado na implementação de medidas de mitigação e adaptação. Ações urgentes são necessárias para proteger ecossistemas vulneráveis e fortalecer a resiliência das comunidades frente aos impactos das mudanças climáticas”, destaca o texto proposto pelo parlamentar.

Para completar, Ney Leprevost destacou a importância da audiência pública, que serviu como uma grande mobilizadora de ideias e conceitos que podem contribuir diretamente para o futuro saudável do Planeta e, consequentemente, do Estado do Paraná. “Não podemos fugir da realidade: a tendência, segundo os cientistas, é que daqui para frente sejam cada vez mais comum tragédias climáticas ao redor do Planeta. Precisamos pensar com muita inteligência no futuro da humanidade, e isso passa por muito diálogo entre os atores sociais. Durante a audiência pública, ficou claro que precisamos fazer algo com urgência pensando no mundo em que queremos viver daqui 5, 10, 30 anos. O saldo do encontro foi extremamente positivo, com a análise de dados, discussão de ideias e apresentação de projetos de lei”, completou Leprevost.
 

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EDUARDO BETINARDI
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