Com a implementação da reforma tributária em 2024, síndicos e administradores de condomínios em todo o Brasil enfrentam um novo cenário econômico. As mudanças propostas pelo governo incluem a consolidação de diversos impostos em um único imposto sobre bens e serviços, o que pode alterar significativamente as despesas operacionais dos condomínios.
Os condomínios, que já lidam com os custos de manutenção predial, serviços de portaria e a limpeza do condomínio, podem ver essas despesas aumentarem ou diminuírem dependendo das alíquotas e bases de cálculo que serão redefinidas pela nova legislação. Este ajuste fiscal busca simplificar o sistema tributário mas traz incertezas quanto aos impactos finais nas taxas de condomínio.
O aumento das taxas de condomínio tem sido uma realidade em várias cidades. Por exemplo, em São José dos Campos, observou-se um aumento de 4% a 9% em 2024, refletindo reajustes em serviços essenciais como água e esgoto, além dos dissídios coletivos das categorias de limpeza e portaria.
Gustavo Ferreira, CEO da FESAN, administradora de condomínios em São Paulo, destaca a importância da gestão atenta neste período: “É crucial que os administradores de condomínios estejam preparados para revisar os orçamentos e adaptar-se rapidamente às novas exigências fiscais. Aconselhamos sempre uma revisão detalhada das despesas para identificar possíveis economias, sem comprometer a qualidade dos serviços oferecidos.”
Além das preocupações com o aumento dos custos diretos, há também a possibilidade de que novos itens sejam incluídos na lista de tributação, impactando ainda mais as finanças dos condomínios.
A gestão eficiente torna-se ainda mais importante diante desse cenário. Estratégias como a revisão de contratos e a busca por fornecedores mais competitivos são fundamentais para manter as taxas condominiais sob controle.
A inadimplência, que já é um desafio para muitos condomínios, pode ser agravada pelos aumentos das taxas. Em 2023, a taxa de inadimplência em condomínios fechou o ano em 24,04%, quase o dobro do registrado em 2020. Este aumento está diretamente relacionado com os reajustes das taxas, ressaltando a necessidade de uma gestão financeira sólida e transparente.
A reforma tributária de 2024 promete mudar o panorama para os condomínios em todo o país. Síndicos e administradores devem estar atentos e preparados para adaptar suas práticas de gestão e finanças, a fim de enfrentar os desafios que estão por vir. A participação ativa dos moradores em assembléias do condomínio e decisões financeiras é essencial para manter a estabilidade dos condomínios diante das mudanças econômicas e legislativas.