12/04/2024 às 12h43min - Atualizada em 12/04/2024 às 20h08min

Obras de artes, quadros e personagens compõem o rico acervo do museu no estado do Amapá

“Nossa coleção compreende objetos arqueológicos, documentos e marcas de um passado esquecido e que carregam a dor e sofrimento do povo africano escravizado no Amapá e a identidade cultural do Brasil”

HIROSHI KOGA
Hiroshi Koga
O Museu Afro-Amazônico Josefa Pereira Lau, localizado em Macapá, capital do Amapá, preserva a história de figuras marcantes de uma sociedade ancestral. Com um acervo que inclui artefatos africanos centenários e relíquias, o museu revela a rica cultura amapaense e a história oculta da escravidão na região.
Parte interna do Museu onde estão quadros, bustos, roupas e utensílios usados por pretos e descendentes no Amapá. Foto: Hiroshi Koga

Parte interna do Museu onde estão quadros, bustos, roupas e utensílios usados por pretos e descendentes no Amapá. Foto: Hiroshi Koga


Parte interna do Museu onde estão quadros, bustos, roupas e utensílios usados por pretos e descendentes no Amapá. Foto: Hiroshi Koga
 
O museu é dirigido pelo Padre Paulo Roberto Matias, que se empenha na preservação e divulgação dessas memórias. O Padre conta a história velada de uma escravidão de perdurou durante a construção da cidade de Macapá: “Nossa coleção compreende objetos arqueológicos, documentos, marcas de um passado esquecido, que carregam a dor e sofrimento do povo africano escravizado no Amapá e a identidade cultural do Brasil. O Amapá é um estado que guarda segredos do passado e que precisa trazer à luz para que se possa refletir sobre o impacto desses eventos na sociedade atual”, disse o Padre.
Paulo Roberto Matias é o diretor Presidente da Fundação Estadual de Políticas Públicas para Igualdade Racial do Município de Macapá e fundador do Instituto do Câncer Joel Magalhães-Ijoma, uma organização não governamental que oferece assistência a pessoas em tratamento contra o câncer. Foto: Hiroshi Koga
Umas das atrações que compõe o acervo é a sala do Marabaixo, uma manifestação cultural tradicional que envolve música, dança e crenças religiosas. Ambos são símbolos importantes da identidade e do patrimônio cultural do estado do Amapá.
Sala do Marabaixo. Foto: Hiroshi Koga
 
A origem do Marabaixo remonta ao período colonial e está associada à resistência dos afrodescendentes escravizados. A palavra "Marabaixo" significa "Mãe do batuque" e representa a força, a fé e a identidade do povo amapaense. Através de músicas, danças típicas e rituais religiosos, o Marabaixo celebra a ancestralidade e mantém viva a cultura e as tradições locais.
                                                                                                                                                                                            
Júlio Andrade, Pesquisador de genética molecular, se encanta ao visitar o museu: "Com relação ao museu, eu achei encantador, excepcional. É uma quantidade de informação gigantesca, que se comunicam e convergem para o objetivo do museu. É um ambiente muito rico e que merece ser visitado por todos no Amapá”.
Júlio Andrade é pesquisador de genética molecular e trabalha no Laboratório de DNA Forense da Universidade Federal de Alagoas. Foto: Hiroshi Koga
João Monteiro expressa sua satisfação ao ver a diversidade cultural retratada no museu: "Minha experiência no museu foi incrível, foi como ser bombardeado por uma riqueza de informações que me fizeram refletir sobre a importância da preservação da história e cultura local. Fiquei impressionado com a diversidade de conteúdos apresentados, mas ao mesmo tempo, percebi a falta de representatividade da história dos afrodescendentes. É fundamental que essas narrativas sejam incluídas e valorizadas, para que todos os visitantes possam se identificar e se conectar com o passado da nossa região.”
João Bamileke Monteiro, graduado em História e membro da ONG Campanha da Biaspa, que promove conexões entre africanos e afrodescendentes. Foto: Hiroshi Koga
 
Júlio Andrade e João Monteiro estão colaborando em um projeto inovador que visa explorar a ancestralidade genética da população negra, com foco especial nas comunidades quilombolas do Amapá. O projeto, em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), faz parte de um projeto maior chamado "DNA do Brasil", que tem como objetivo buscar a ancestralidade e conexão dos negros, principalmente das comunidades quilombolas, em todo o país.
O Museu Afro-Amazônico Josefa Pereira Lau oferece um espaço para o reconhecimento e valorização da herança africana na região amazônica. Além disso, o museu promove a conscientização sobre a história da escravidão e as injustiças enfrentadas pelos afrodescendentes, contribuindo para o combate ao racismo e para a construção de uma sociedade mais igualitária. Através de exposições e atividades educativas, o museu também estimula o diálogo intercultural e o respeito à diversidade étnica, fortalecendo a identidade cultural local.


Fotos:



   
 




At.te,
Hiroshi Koga- Jornalista
Perito ambiental 
Mestrando em Desenvolvimento Sustentável-UNIFAP
DRT-0464/AP
https://lattes.cnpq.br/2430190832432702
https://www.linkedin.com/in/hiroshi-koga-3198371b
Site: k-1.press
WhatsApp: (96) 99141-5082






 





 
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