10/04/2024 às 15h42min - Atualizada em 11/04/2024 às 00h02min

Brasil tem um infectologista para cada 485 mil brasileiros

Especialista da Santa Casa de Bragança Paulista fala sobre os desafios da profissão

Viviane Soares Bucci
divulgação
Especialidade reconhecida desde o final do século 19, quando graves epidemias assolavam o Brasil, os infectologistas são profissionais dedicados ao tratamento de pacientes afetados por uma ampla gama de infecções, incluindo aquelas causadas por vírus, bactérias, fungos ou parasitas. Seu papel é fundamental na defesa da saúde pública, concentrando-se na prevenção e tratamento eficaz dessas doenças infecciosas.

No dia 11 de abril é celebrado o Dia do Infectologista. A data foi instituída em 2005 pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), em homenagem ao nascimento do médico sanitarista Emilio Ribas, que se destacou no combate da febre amarela, provando que a transmissão da doença se dava através da picada do mosquito Aedes Aegypti.
De acordo com dados da pesquisa Demografia Médica de 2023, o Brasil tem um infectologista para cada 485.169 brasileiros. E a área tem crescido significativamente nos últimos anos. Em 2012, havia 2.591 médicos com essa especialidade registrados, enquanto em 2023 esse número aumentou para 4.736 – crescimento de aproximadamente 82,8%.
Este aumento reflete a crescente necessidade de especialistas capacitados para lidar com desafios emergentes em saúde pública, como a pandemias de Covid-19 ou a atual epidemia de dengue enfrentada em muitas regiões do Brasil, bem como a complexidade de outras doenças infecciosas. 

"Após a pandemia do coronavírus em 2020, houve uma necessidade crítica de mais profissionais especializados como uma resposta a emergências de saúde pública. Estivemos diretamente envolvidos no diagnóstico, tratamento e controle da propagação da Covid-19, orientando protocolos, políticas de saúde pública e fornecendo cuidados especializados aos pacientes infectados", declarou o infectologista da Santa Casa de Bragança Paulista, Dr. Fellipe Godoy.

A importância da especialidade em infectologia tem sido reiterada com a chegada da epidemia de dengue em algumas regiões do Brasil. Os médicos infectologistas desempenham um papel crucial na conscientização e prevenção dessa doença, ressaltando a necessidade de eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti e promovendo o uso de medidas individuais de proteção. Além disso, enfatizam a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para evitar complicações graves e possíveis óbitos, contribuindo assim para a redução da incidência da doença.

No Brasil, assim como em países de baixa e média renda, há o desafio duplo de lidar com o aumento dos casos de doenças não transmissíveis, como diabetes e doenças cardiovasculares, ao mesmo tempo em que ainda enfrentamos uma alta incidência de doenças infecciosas. Como país tropical, o Brasil está particularmente suscetível a uma variedade de doenças infecciosas, desde aquelas transmitidas por vetores, como malária e febre amarela, até infecções bacterianas e virais.

"O Brasil tem um clima favorável à proliferação de diversos agentes infecciosos, o que aumenta a importância da educação pública sobre medidas preventivas, como o controle de vetores e a promoção da higiene, para combater essas doenças infecciosas que ainda representam um desafio significativo para a saúde pública brasileira", explica o especialista da Santa Casa de Bragança Paulista.

Sobre o Complexo Hospitalar Santa Casa de Bragança Paulista
Fundada em 31 de agosto de 1874, o Complexo Hospitalar Santa Casa de Bragança Paulista é um hospital geral, filantrópico, de atendimento secundário e referência na baixa e médica complexidade. Atualmente, possui um quadro com aproximadamente 1.200 profissionais e 350 médicos. A unidade atende a população composta por 520 mil pessoas, que residem nos 11 municípios da região bragantina.

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