10/04/2024 às 16h47min - Atualizada em 11/04/2024 às 00h02min

Brasil é o quarto no ranking de países com mais óbitos decorrentes de acidentes de trabalho

O País registrou mais de 612 mil acidentes no trabalho em 2022, um a cada 51 segundos, segundo a última aferição. Aparecemos em quarto lugar no ranking de nações com mais mortalidade no trabalho

Da Redação
Dr. Ricardo Pacheco, médico, presidente da Oncare Saúde e da ABRESST
Brasil é o quarto no ranking de países com mais óbitos decorrentes de acidentes de trabalho 
O País registrou mais de 612 mil acidentes no trabalho em 2022, um a cada 51 segundos, segundo a última aferição. Aparecemos em quarto lugar no ranking de nações com mais mortalidade no trabalho 
Quase três milhões de trabalhadores e trabalhadoras morrem a cada ano no mundo devido a acidentes e doenças relacionados com o trabalho, um aumento de mais de 5% em comparação com 2015, de acordo com novas estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT).  Esse número destaca os persistentes desafios para assegurar a proteção da saúde e segurança dos trabalhadores e das trabalhadoras em todos os países.
A maioria das mortes relacionadas ao trabalho, ou seja, 2,6 milhões de vítimas, deve-se a doenças ocupacionais. Os acidentes de trabalho são responsáveis por outras 330 mil mortes, segundo a análise. As doenças circulatórias, as neoplasias malignas e as doenças respiratórias estão entre as três principais causas de morte relacionada com o trabalho. Juntas, essas três categorias contribuem com mais de três quartos da mortalidade total relacionada com o trabalho.
O relatório ressalta que morrem mais homens (51,4 por 100.000 adultos em idade ativa) em comparação com as mulheres (17,2 por 100.000). A região da Ásia e do Pacífico apresenta a mais elevada mortalidade relacionada com o trabalho (63% do total global) devido à dimensão da força de trabalho da região.
Agricultura, construção, silvicultura, pesca e indústria de transformação são os setores mais perigosos, responsáveis por 200 mil lesões fatais por ano, o que representa mais de 60% de todas as lesões ocupacionais fatais. Em particular, um em cada três acidentes de trabalho fatais em todo o mundo ocorre entre os trabalhadores agrícolas, afirma o relatório.
Além da tragédia global das mortes relacionadas com o trabalho, a OIT estima que 395 milhões de trabalhadores e trabalhadoras em todo o mundo sofreram lesões de trabalho não fatais, o que prejudica a sua saúde e acarreta faltas ao trabalho.
 
Brasil – quarto País que registra mais óbitos no trabalho
O Brasil é o quarto País que possui maior taxa de mortalidade no trabalho, ficando atrás apenas de China, Índia e Indonésia. Só em 2022 (aferição mais recente) segundo a OIT, registramos 612,9 mil acidentes, que causaram 2.538 mortes, um aumento de 22% em relação a 2021. Ainda de acordo com a entidade, um acidente de trabalho é registrado a cada 51 segundos e um óbito acontece a cada 3 horas no País.
O Dr. Ricardo Pacheco, médico, gestor em saúde e presidente da Oncare Saúde e da ABRESST (Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho), ressalta que só em 2022, registramos 612,9 mil acidentes, que causaram 2.538 mortes, um aumento de 22% em relação a 2021. “Fica muito claro que esse aumento no número de acidentes laborais tem vários motivos, e um dos mais impactantes é o reflexo da atual situação da inspeção do trabalho no País, que conta, hoje, com o menor contingente de auditores-fiscais do trabalho (AFTs) dos últimos 30 anos, operando com uma quantidade de profissionais bem abaixo da ideal. Isso dificulta muito o trabalho de fiscalização nas empresas e abre brechas para que mais acidentes aconteçam”, alerta.
         Outros motivos, não menos importantes, estão relacionados ao investimento necessário que não é priorizado, e à cultura prevencionista, que não é uma realidade no País. “As empresas infelizmente ainda veem a saúde e segurança no trabalho como um custo, e não um investimento que vai impactar nos seus caixas lá na frente. Promover uma cultura prevencionista, com todas as ações que implica essa atitude, só traz benefícios, para os trabalhadores, para as empresas e para o Brasil. Ficarmos passivos diante da morte de mais de 15 mil pessoas em acidentes de trabalho (dados do Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho entre 2016 e 2022) é um erro fatal, e os números estão mostrando isso”, alerta o médico que preside a ABRESST.
 
Doenças ocupacionais também são acidentes de trabalho
 
A subnotificação justifica o tema da campanha Abril Verde, do Ministério Público do Trabalho, neste ano: Adoecimento também é acidente do trabalho — Conhecer para prevenir. O slogan não é mero reflexo de uma opção do legislador brasileiro, mas o reconhecimento de que a afetação da saúde do trabalhador pelas condições e pela organização do trabalho emite um sinal claro de que as medidas de prevenção são insuficientes ou inexistentes.
Para o presidente da Oncare Saúde, outro fator importante que distorce as estatísticas oficiais relacionadas aos acidentes do trabalho diz respeito à quantidade cada vez menor de empregos formais. “As notificações acontecem por meio da Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT), que é possível somente para os acidentes dos trabalhadores que têm a carteira de trabalho assinada. Se for feito um levantamento dos acidentes (e doenças ocupacionais) de trabalhadores que estão na informalidade, teremos números alarmantes”, lamenta Dr. Ricardo Pacheco.
 
São Paulo lidera o ranking de acidentes de trabalho
Segundo pesquisas do Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho, o estado de São Paulo lidera o ranking de acidentes de trabalho com mais de 2 milhões de registros nos últimos 10 anos. Foram registrados entre janeiro e dezembro do ano passado 204.157 acidentes no ambiente laboral nas empresas paulistas, o que corresponde a 35% do total.
Em escala municipal, a Capital paulista exerce a liderança, com 51.233 notificações, à frente do Rio de Janeiro (18.747) e de Belo Horizonte (11.776). 
De acordo com Dr. Ricardo Pacheco, as causas mais comuns de acidentes no trabalho são as quedas, seguidas pelos choques com objetos e choques elétricos. “O principal conselho para evitar os acidentes é fornecer orientação e equipamentos de proteção individual aos trabalhadores, exigir e fiscalizar o uso desses equipamentos, realizar treinamentos e manter o ambiente sempre limpo e organizado. Existem empresas especializadas para ajudar os gestores nessa tarefa - muitas vezes árdua, que realizam treinamentos, exames e atendimento médico especializado, além de executarem o gerenciamento de EPIs e cuidarem do bem-estar emocional dos trabalhadores”.
Fato é que cada vez mais, empresas precisam investir na saúde e na segurança de seus colaboradores, a fim de reduzir taxas de acidentes e mortes no trabalho.
Serviços de saúde e segurança no trabalho são essenciais para reduzir essas estatísticas
De acordo com o Dr. Ricardo Pacheco, médico, gestor em saúde e presidente da Oncare Saúde e da ABRESST, os serviços de saúde e segurança desempenham um papel fundamental na redução de acidentes, doenças e óbitos no ambiente de trabalho. Aqui estão algumas razões pelas quais esses serviços são importantes:
· *Prevenção de acidentes - os serviços de saúde e segurança no trabalho ajudam a identificar e mitigar potenciais perigos no local de trabalho. Isso inclui avaliar riscos ergonômicos, químicos, físicos e biológicos, implementando medidas preventivas para evitar acidentes.
· *Promoção de condições seguras de trabalho - eles contribuem para o estabelecimento de padrões de segurança e regulamentos que garantem que o ambiente de trabalho seja seguro e saudável para todos os trabalhadores.
· *Treinamento e educação - esses serviços oferecem treinamento e educação sobre segurança no trabalho, incluindo procedimentos corretos para lidar com equipamentos, produtos químicos perigosos e emergências. Isso aumenta a conscientização dos trabalhadores sobre os riscos e como evitá-los.
· *Identificação e controle de riscos à saúde - eles ajudam a identificar e controlar fatores de risco que podem levar a doenças ocupacionais, como exposição a substâncias químicas tóxicas, poeiras, ruído excessivo, vibrações, entre outros.
· *Apoio ao bem-estar dos trabalhadores - os serviços de saúde no trabalho também incluem a promoção do bem-estar físico e mental dos trabalhadores. Isso pode envolver programas de saúde preventiva, como exames médicos regulares, programas de condicionamento físico e apoio psicológico para lidar com o estresse e outros problemas relacionados ao trabalho.
· *Redução de custos – a implementação eficaz de serviços de saúde e segurança no trabalho pode reduzir os custos associados a acidentes, licenças médicas, compensação dos trabalhadores e perda de produtividade devido a doenças e lesões relacionadas ao trabalho.
· *Cumprimento de regulamentações - existem regulamentações e leis que exigem que os empregadores forneçam um ambiente de trabalho seguro e saudável para seus trabalhadores. Os serviços de saúde e segurança no trabalho auxiliam os empregadores a cumprirem essas regulamentações.
“Os serviços de saúde e segurança no trabalho desempenham um papel crucial na proteção dos trabalhadores e na promoção de ambientes de trabalho seguros e saudáveis, o que, por sua vez, reduz acidentes, doenças e óbitos relacionados ao trabalho”, completa Dr. Ricardo Pacheco, presidente da Oncare Saúde, empresa especializada em serviços de SST.
Sobre a Oncare Saúde
Oncare Saúde é uma plataforma de solução integrada de saúde, que oferece consultoria para empresas. Inclui assistência médica e ações de promoção, proteção, recuperação e reabilitação.
Além de auxiliar as empresas na implementação do e-Social, a Oncare promove a proteção da vida e da saúde dos trabalhadores; ajuda as organizações a entenderem e cumprirem essas regulamentações, evitando problemas legais; fomenta a redução dos custos, já que menos acidentes significam menos despesas com tratamento médico, pagamento de licenças por doença e indenizações; propicia o aumento da produtividade; melhora a imagem da empresa; minimiza os riscos de litígios e promove a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável.
A Oncare Saúde é presidida pelo médico Dr. Ricardo Pacheco, CRM-SP 87570 I RQE 22.683.
 
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