03/04/2024 às 14h45min - Atualizada em 04/04/2024 às 04h01min

Projeto de estudante autista ganha destaque em Congresso Acadêmico 

Fernanda Beatriz Ataíde Silva, estudante de Educação Física da Unisa, recebe reconhecimento pela pesquisa realizada sobre comportamento ativo e comportamento sedentarismo entre pessoas autistas e não autistas 

Unisa
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Divulgação

No último censo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estima-se que exista no país 2 milhões de brasileiros autistas. Contudo, o número pode ser ainda maior, em decorrência da dificuldade de diagnosticá-lo, pois o Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma alteração das funções do neurodesenvolvimento, atua de forma diferente em cada indivíduo, com interferência na comunicação, na linguagem e muitas vezes no comportamento e na interação social.  

Com o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista aos 22 anos, Fernanda Beatriz Ataide Silva, estudante de Educação Física da Universidade Santo Amaro (Unisa), se libertou de uma vida de questionamentos sobre a sua capacidade e até de quem era. “Cresci ouvindo as pessoas me chamarem de estranha e esquisita” “Receber o diagnóstico me permitiu iniciar um processo de autoconhecimento, mas também de muito esclarecimento”, comenta Fernanda. A partir deste momento, a estudante passou a compartilhar a sua história por meio de palestras sobre as dificuldades enfrentadas pelas pessoas autistas, entre elas a prática de atividade física em grupo.   

E, então, em uma de suas palestras lhe sugeriram cursar Educação Física. Hoje Fernanda está no penúltimo ano do curso e acumula as funções de presidente da Diretoria Acadêmica de Educação Física, faz estágio no Programa de Atividades Esportivas Extensivas à Comunidade (PAEC), uma iniciativa da Universidade para estimular a prática esportiva na comunidade no entorno da instituição; e é membro do grupo de Iniciação Científica da Universidade.  

Convidada pelo pesquisador do Mestrado em Ciências da Saúde e professor da Unisa, Doutor Lucas Melo Neves, para participar do grupo de Iniciação Científica. Fernanda ajudou o pesquisador na compreensão das barreiras enfrentadas pela pessoa autista, no decorrer do projeto, eles optaram em desenvolver o estudo: O Tempo de Atividade Física e Comportamento Sedentário da Pessoa Autista e não Autista. A pesquisa conclui que as pessoas autistas são menos engajadas na prática dos exercícios físicos do que o indivíduo que não possui autismo.  

“Podemos concluir que, o autista, muitas vezes, tem dificuldade em interagir e socializar com outras pessoas, a exposição em grupo, até por falta de compressão das pessoas, pode levar a questionamentos sobre o seu comportamento, que podem abalá-lo ao ponto de ele optar pelo isolamento”, esclarece Fernanda. O estudo aponta que o comportamento sedentário é similar entre as pessoas autistas e não autistas. O trabalho de pesquisa da estudante conquistou o segundo lugar na premiação realizada no 26º Congresso de Iniciação Científica da Unisa.       


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