26/03/2024 às 18h00min - Atualizada em 27/03/2024 às 00h03min

Criação de novos IFs traz mais possibilidades para as mulheres no setor

Andreia Souza Pereira
Internet

Neste mês de março, o governo anunciou a criação de 100 novos Institutos Federais, com a capacidade de abrigar 140 mil vagas em cursos profissionais. A maioria dos IFs será responsável por abrigar cursos técnicos integrados ao ensino médio.

 

Em muitos deles, o curso é voltado para tecnologia, fazendo com que muitos dos alunos formados saiam dos anos de curso aptos a ingressar no mercado de trabalho e com possibilidades de crescimento, a depender do caminho traçado.

 

Atualmente, o Brasil comporta 682 unidades de escolas técnicas, com mais 1,5 milhão de matrículas. Dessas, a maioria são de Institutos Federais. Com o anúncio feito pelo governo, o aumento de profissionais formados pelas instituições aumentará a concorrência no mercado de trabalho, facilitando o crescimento da área no país, a qual é estimada de ter um “gap” de 300 mil vagas, de acordo com a pesquisa feita pelo BrazilLab, em 2023.

 

De acordo com Cristina Boner, empresária de tecnologia, “A criação de mais profissionais é sempre bem-vinda para o mercado. É sabido que, quem estuda em um desses institutos, não tem a obrigação de se tornar um profissional de T.I. Um dos motivos para a pessoa não continuar é descobrir que não gosta de trabalhar na área e que sua vocação seria outra, o que é normal para a idade. Portanto, fazer com que mais pessoas estejam dispostas a aprender sobre tecnologia é um ganho para as empresas, que planejam crescer e ter mais pessoas com elas”.

 

Um dos grandes problemas na área afeta a distribuição de gênero. Em levantamento feito sobre o ano de 2020, as mulheres correspondiam, até o momento, a 12,3% dos cargos nas empresas de tecnologia. Se funções específicas forem analisadas, como full-stack, infraestrutura e back-end, a discrepância fica ainda maior, com a escala de uma mulher para cada 10 homens nesses postos.

 

Quando essa visão é voltada para as empresas em geral, dados de 2022 da Grant Thornton International mostravam que, no Brasil, 34% dos cargos de liderança em empresas de médio porte são exercidos por mulheres, ficando acima da média mundial, de 29%, mas ainda com percentual baixo. No âmbito da tecnologia, o Brasil apresenta menos de 20% de lideranças femininas no setor, de acordo com a pesquisa “Womens in Technology”, de 2021.

 

“As mulheres sofrem mais nesse aspecto e isso já é notório. Mesmo que estejamos em 2024, ainda há uma luta constante em busca pela igualdade de gênero, principalmente no mercado profissional. Há algum tempo, as mulheres eram vistas somente como donas de casa, recatadas e com o dever de aceitar o que a família, principalmente o marido, falava. Por mais que essa visão tenha mudado ao longo dos anos, até os dias atuais a noção de que nós precisamos focar nos afazeres domésticos mesmo tendo cargo de grande importância perdura. Por isso, quanto mais mulheres se especializarem onde não nos querem, mais podemos crescer no mercado e tomar os lugares mais importantes, mas, para começar esse processo, a educação é essencial”, complementa Boner.

 

Os novos IFs estarão dispostos em todo o país, com destaque para a região nordeste, que ganhará 38 unidades, seguida da região sudeste, com 27. Os estados com os maiores números serão, respectivamente, São Paulo, Bahia e Minas Gerais.

 

Veja mais em : Cristina Boner (@cristina.boner) • Instagram

 Cristina Boner | LinkedIn


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