26/03/2024 às 14h38min - Atualizada em 27/03/2024 às 00h01min

Especialistas alertam sobre os riscos do “desafio dos palavrões”

Em novo “trend” nas redes sociais, pais autorizam filhos a usarem expressões pejorativas em vídeos, o que pode acarretar problemas futuros para os pequenos

Kasane Comunicação Corporativa
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Em nova “trend” nas redes sociais, pais encorajam os filhos a usarem expressões pejorativas em vídeos para postagem na internet. A criança, que geralmente tem entre 3 e 6 anos, recebe a autorização para falar “palavrões” da forma que quiser. Depois disso, o adulto sai do cômodo, fecha a porta e deixa a criança sendo filmada com um celular “rasgando o verbo”.

Os vídeos dessa “trend” foram amplamente publicados em redes sociais como TikTok e Instagram, inclusive mostrando o rosto das crianças e dos pais. Especialistas alertam para os perigos de incentivar os pequenos a usar essas expressões, seja gravando esses vídeos ou apenas assistindo. “Ver esse conteúdo pode ser quase tão prejudicial quanto gravá-los. O ideal é que pais conversem com seus filhos sobre os perigos da internet, além de supervisionarem o conteúdo que está sendo consumido. Uma criança, seja qual for a idade, não tem maturidade para saber o que é certo ou errado”, explica Felipe Eduardo Cavichiolo, diretor do Colégio Integrado.

Pamella Cardoso é mãe de Clarice, de seis anos. Para ela, esse tipo de vídeo banaliza expressões que não deveriam fazer parte da vida de uma criança tão pequena. “Acredito que esse tipo de conteúdo pode causar confusão na cabeça da criança. Na nossa família ninguém fala palavrão e não concordo em expor os filhos a uma situação tão constrangedora, de uma hora pra outra. Antes de entrarem nos desafios de internet, os pais devem avaliar se pode ser prejudicial para a formação da criança”.

A mãe de Clarice ainda complementa: “na trend dos palavrões, em alguns casos, é visível o desconforto das crianças em serem encorajadas a falar as palavras pejorativas. E, apesar dos pais reafirmarem que a situação só seria autorizada uma vez, nada garante que a criança não adote os “palavrões” em seu dia a dia, o que pode virar um problema muito maior”.

Cavichiolo explica que não existe benefício nenhum em aderir a esse tipo de conteúdo. “Como educador não acredito que os pais tenham a intenção de colocar os filhos em situações vexatórias, mas é preciso ter a consciência dos limites da exposição das crianças à internet. Mesmo que muita gente esteja gravando os vídeos, isso não valida esse comportamento como positivo. Além disso, esse constrangimento pode trazer problemas para a criança no futuro como insegurança, confusão mental por não saber quais palavras são autorizadas pelos pais ou não. Receber likes e comentários nas postagens não compensam o prejuízo na educação da criança”.

 
 
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