Nos últimos anos, o setor condominial brasileiro tem enfrentado um considerável aumento na taxa de inadimplência, fenômeno que desafia administradoras e síndicos a buscar soluções eficazes para manter a saúde financeira dos condomínios. Um levantamento feito pela APSA revela que a inadimplência em condomínios teve uma alta expressiva de 42% no último ano, influenciada principalmente pelo empobrecimento da população e pelo aumento da taxa Selic.
Este cenário de crise econômica, agravado nos últimos anos, colocou muitas famílias diante de difíceis decisões financeiras, priorizando despesas como alimentação e saúde em detrimento do pagamento das taxas de condomínios. A pandemia, apesar de ter arrefecido, deixou como legado uma significativa perda de renda e endividamento entre os brasileiros, impactando diretamente na capacidade de cumprir com obrigações financeiras, incluindo as relacionadas à moradia em condomínios.
Neste contexto, Gustavo Ferreira, CEO da Fesan - Administradora de condomínios em São Paulo, aponta algumas dicas valiosas para enfrentar essa crescente onda de inadimplência. Segundo Ferreira, é crucial adotar uma gestão financeira eficiente e transparente, incentivando o diálogo constante com os moradores. Ferramentas como negociação flexível de dívidas, parcelamento e o uso de tecnologias para facilitar o pagamento são essenciais para mitigar o problema. "A inadimplência não só compromete a gestão condominial mas também a convivência entre os moradores. Por isso, buscar soluções inovadoras e inclusivas é fundamental para reverter esse quadro", destaca Ferreira.
Para além das questões econômicas, medidas práticas e estratégias de gestão são sugeridas como forma de enfrentamento à inadimplência. Entre elas, a implementação de uma gestão eficiente do fluxo de caixa, o monitoramento e previsão de inadimplência e a conformidade legal e uso de proteções para o condomínio, como seguros, são fundamentais para garantir a estabilidade econômica dos condomínios.
Olhando para o futuro, existe uma perspectiva otimista de que a inadimplência nos condomínios possa diminuir em 2024, conforme sugerem dados recentes da uCondo. Esta expectativa baseia-se nas mudanças no cenário financeiro nacional e na possibilidade de facilitação do acesso ao crédito, o que poderia permitir a regularização das dívidas por parte dos inadimplentes.