DivulgaçãoEmbora o setor de logística ainda seja predominantemente masculino, de acordo com um estudo publicado na Transport Logistic, a contratação de mulheres em toda a cadeia logística dentro de grandes empresas mundiais aumentou 20%.
Esse avanço já reflete na porcentagem de mulheres que trabalham no setor. Em 2020, houve uma alta de 229% no volume de contratação do sexo feminino em áreas da logística, de acordo com pesquisa divulgada pela plataforma de recrutamento Gupy. Isso indica que a presença das mulheres no mercado de transporte está se consolidando, seja em áreas estratégicas ou operacionais.
Só em São Paulo, em 2022, ocorreu um aumento de 61% de mulheres contratadas no setor de Transporte Rodoviário de Cargas, porém a maioria ainda se concentra em áreas administrativas, de acordo com o Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC).
Segundo Priscila Palumbo, gerente de Recursos Humanos Sênior da Overhaul no Brasil, empresa global de gestão de risco e visibilidade logística independente de dispositivos, desde 2020 as mulheres têm ganhado cada vez mais espaço na empresa, para se ter uma ideia, há quatro anos o grupo contava apenas com 19% de mulheres no quadro de colaboradores, hoje é 42%. “O setor da cadeia de suprimentos vem adotando as medidas necessárias para uma maior presença feminina. A Overhaul é um exemplo disso e, temos investido em treinamentos, palestras e ações para promoção da diversidade, qualificação e desenvolvimento”.
Priscila explica ainda que os processos seletivos priorizam as habilidades e experiências e que para a contratação em alguns cargos, a seleção é feita às cegas, ou seja, o recrutador avalia as competências sem saber o gênero do candidato. Ainda assim, a empresa teve um crescimento de 121% no número de mulheres compondo o quadro de funcionários nos últimos quatro anos. "As mulheres têm se mostrado cada vez mais qualificadas, por isso, estão conquistando mercados antes majoritariamente masculinos e se destacando. Aqui na Overhaul, por exemplo, quase metade da liderança é feminina”.
Inclusão
Neste mês, em comemoração ao Dia da Mulher, a gerente de Operações da Overhaul, Tatiana Leite, participou do “Bate-Papo com Elas” e compartilhou sua experiência de 23 anos trabalhando na cadeia de abastecimento. Ela conta que, com muita dedicação, conseguiu crescer e alcançar o reconhecimento. Porém, segundo ela, um dos principais desafios no início da carreira foi a falta de representação feminina em cargos de liderança e de oportunidades de desenvolvimento profissional para as mulheres. “Também enfrentei preconceitos e estereótipos de gênero que muitas vezes me impediram de ser levada a sério ou de ser considerada para determinados projetos ou cargos."
Mas, nada disso a impediu de continuar acreditando no poder das mulheres. E hoje, ela colhe os resultados. "As empresas estão reconhecendo a importância de ter uma força de trabalho diversificada e criar políticas e programas para apoiar a diversidade e a inclusão. Além disso, mais mulheres estão ocupando posições de liderança e sendo reconhecidas pelas capacidades e competências, independentemente de gênero."
Para o futuro, Tatiana espera que as mulheres da cadeia de abastecimento continuem se apoiando e criando redes de apoio e programas de mentoria. "É importante que as mulheres partilhem experiências e conhecimentos para se ajudarem mutuamente a crescer profissionalmente, pois juntas, podemos criar um setor mais inclusivo e diversificado para todos."
