Arquivo/Find HRO ano está apenas começando para profissionais de tecnologia que buscam novas oportunidades em 2024. Como muitos trabalhadores tiram férias em janeiro, aproveitam os recessos de carnaval e aguardam os pagamentos dos planos de participação nos lucros, que geralmente caem no início do ano, agora é um bom momento para trocar de empresa. “Há sinais positivos de uma melhora de mercado e um aumento de demanda de profissionais, inclusive com uma retomada de investimentos externos em startups digitais”, afirma o empreendedor e investidor, Fabio Gabbay.
Não se pode negar que 2023 foi um ano desafiador para os trabalhadores das empresas de tecnologia. Segundo o levantamento da plataforma Layoffs.fyi, foram 262,9 mil demissões no setor em todo o mundo. Big techs como Apple, Microsoft, Amazon e Meta puxaram a fila das demissões e deixaram um rastro de incertezas no mercado.
Porém, segundo Gabbay, o setor está mais otimista em 2024. Ele é cofundador da Find HR, especializada em atração e seleção de executivos de tecnologia, e da Recrutaê, que tem foco no recrutamento e seleção de profissionais operacionais. “Há um humor melhor no mercado, as taxas de juros estão caindo e há uma demanda reprimida”, aponta.
Além dos layoffs do ano passado, houve uma queda de 56,8% nos investimentos em startups brasileiras em 2023, segundo a Distrito, plataforma que monitora o setor. No entanto, Gabbay acredita que o mercado reagirá melhor neste ano, com demissões mais pontuais e a retomada gradual dos investimentos.
Paralelamente a esse cenário, um levantamento da empresa de consultoria em recrutamento Robert Half revelou que 50% dos trabalhadores querem trocar de emprego em 2024, especialmente os mais qualificados, que incluem profissionais do setor de tecnologia.
O mesmo levantamento mostra que há 5 principais motivos para a busca pela renovação: melhores oportunidades de crescimento, salário mais alto, novos desafios, benefícios mais atrativos e flexibilidade (em trabalho remoto ou híbrido).
Gabbay acrescenta um outro ponto nessa lista de motivos: a falta de lideranças inspiradoras. “É preciso treinar melhor as lideranças e criar um plano de sucessão, uma vez que este é um dos principais motivos de turnover nas grandes empresas”, comenta.
Neste contexto de mudanças, com trabalhadores buscando novos ares, Gabbay ressalta que um elemento é crucial: as soft skills, ou seja, as habilidades comportamentais desses profissionais. Já é sabido que as empresas contratam pelas hard skills, que são as habilidades técnicas, mas demitem pelas soft skills, mas então, como se destacar neste mercado?
Para o especialista, é muito importante que o profissional invista em si mesmo, sem ficar esperando a iniciativa da empresa. “É importante que o profissional siga se atualizando e se desenvolvendo. Numa era de dados e informações disponíveis a todos e, muitas vezes, com cursos e treinamentos a baixo ou nenhum custo, não há justificativa para a não realização deste planejamento”, comenta.
Gabbay acrescenta que o profissional que busca uma melhor oportunidade deve ter um mindset certo de crescimento. “Se ele é um coordenador e quer ser gerente, ele deve agir como tal dentro da sua atual função para ser elevado a essa posição desejada”, diz. Com esse olhar, o caminho para o novo emprego será mais fácil em 2024.
