08/03/2024 às 11h14min - Atualizada em 11/03/2024 às 00h00min

Entenda como o investimento e o cuidado na saúde da mulher pode influenciar na economia mundial 

Médico e professor da Universidade Santo Amaro, Felipe Favorette, aponta as condições de saúde que mais afetam as mulheres no Brasil  

Unisa
divulgação

Estudo realizado pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com o Instituto de Saúde McKinsey, Closing the Women’s Health Gap: A $1 Trillion Opportunity to Improve Lives and Economies, indica que, até 2040 o investimento na saúde da mulher por gerar 1 trilhão de dólares por ano. O cuidado beneficiaria 3,9 bilhões de mulheres ao redor do mundo. 

A melhora na qualidade de vida permitiria então uma maior contribuição delas na economia mundial.  Ainda segundo a análise, as condições de saúde que mais afetam elas estão relacionadas a patologias, como: síndrome pré-menstrual, transtornos depressivos, enxaqueca, doenças ginecológicas, transtornos de ansiedade, doença cardíaca isquêmica, osteoartrite, asma, transtornos por uso de drogas e câncer do ovário.  

De acordo com o Felipe Favorette, médico ginecologista, obstetra e coordenador da disciplina de Saúde da Mulher da Universidade Santo Amaro (Unisa) – uma das principais faculdades médicas do país –, os males que mais afetam as mulheres no país estão associados ao câncer de mama e ovário e a falta de prevenção e cuidados com a saúde reprodutiva. No Brasil estima-se até 2025 cerca de 700 mil novos casos de câncer, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).   

No mundo, por ano, cerca de 9,6 milhões morrem pela doença, sendo o câncer de mama com maior incidência, atingindo 10,5% da população, seguido do câncer de próstata, com 10,2%. Dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), entre 30% e 50% dos cânceres podem ser evitados por meio da prevenção e do diagnóstico precoce.  

Pesquisa encomendada ao Datafolha pela Gilead Oncology aponta que, 64% das brasileiras acreditam que o câncer de mama se desenvolve exclusivamente de forma hereditária; 42% das mulheres nunca realizaram a mamografia, por se considerem jovens demais e outras alegam falta de assistência médica.  

Para o médico, embora haja avanços no entendimento dos benefícios dos métodos contraceptivos, ainda há muito para evoluirmos no Brasil, pois existe muita desinformação e desconhecimento dos direitos reprodutivos ou até mesmo envolvendo questões religiosas. “O acesso à educação sexual e primeiro passo para o entendimento aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres”, ressalta Favorette.   

 
Métodos contraceptivos: entenda quais são e os seus benefícios 
 

Pílulas anticoncepcionais são métodos contraceptivos hormonais que podem associar estrogênio e progesterona, os hormônios ajudam a equilibrar os hormonais naturais do corpo. Ela oferece rápida eficácia, controle sobre o ciclo menstrual, redução de cólicas menstruais e acne, prevenir afinamento ósseo, cistos nos seios, sintomas de endometriose, anemia, mudanças intensas de humor e alguns tipos cânceres.  
 

O órgão regulador de medicamentos nos Estados Unidos, Food and Drug Administration (FDA), apesar de ainda existir dúvidas em relação aos efeitos colaterais dos medicamentos, a entidade reforça que as pílulas disponíveis no mercado possuem níveis de hormônio baixo e seguros. 
 

Dispositivo intrauterino (DIU) pequeno dispositivo em formato de T, inserido no útero, que podem ter ou não hormônio. Entre os benefícios possui contracepção de longa duração e eficácia de 99%. O método também é oferecido pelo sistema público de saúde (SUS). Outra opção são os preservativos para homens e mulheres, eles permitem proteger contra Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Por fim, temos também a injeção de hormônios, com aplicações a cada um ou três meses.  
 

Felipe Favorette é médico ginecologista, obstetra e coordenador da disciplina de Saúde da Mulher da Universidade Santo Amaro (Unisa) Graduado pela Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, no Espírito Santo. Possui especialização em medicina fetal pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina (Unifesp) e mestrado em patologia obstétrica. Felipe tem o título de especialista em melhoria pelo Institute of Healthcare Improvement (IHI). Atualmente acumula o atendimento em consultório; e a posição de médico assistente do Departamento de Obstetrícia da Unifesp, no atendimento de gestões de alto risco. 


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