08/03/2024 às 13h04min - Atualizada em 10/03/2024 às 00h10min

Celebrando a força feminina: 8 de março e a constante luta por igualdade, mesmo nos dias atuais

Por: Norma Mosic

Norma Mosic
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O Dia Internacional da Mulher é um dia muito especial, dedicado a nós, mulheres, que desafiamos limites, quebramos barreiras e construímos um caminho de igualdade. A data sempre me traz muitas reflexões e, geralmente, busco me ocupar com atividades que me façam pensar e gosto de estar na companhia de pessoas que me nutrem e me inspiram, tanto como mulher, quanto como cidadã. E hoje não será diferente!

Os desafios ainda persistem. A história nos mostra a árdua luta de mulheres que nos antecederam; batalhas repletas de preconceito, estereótipos e, consequentemente, desigualdades. A cultura da sociedade, por muitas vezes, impõe questões sobre o que é ou não de direito da mulher e o que é possível ou não a ela de alcançar. Esses pensamentos se enraizaram de uma forma que até nós mesmas, por décadas e décadas, duvidávamos de nossa capacidade.

A realidade ainda está longe de ser a ideal, mas temos que reconhecer que conquistais sociais, políticas e econômicas datam desde 1827, até os dias atuais, como as mais recentes, a seguir:

1988 -  A Constituição Federal concedeu direitos trabalhistas às mulheres, estabelecendo que "homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações";
1997 - A Lei das Eleições (9.504/1997) estabeleceu que "cada partido ou coligação preencheria o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo". No entanto, o Brasil está em 143º lugar no ranking mundial de participação feminina em parlamentos nacionais, segundo dados de outubro de 2020.
2006 – Instituída a Lei nº 11.340/2002 - Maria da Penha,  para combater a violência contra a mulher. Infelizmente, o Brasil ainda é o país que lidera o 5º lugar no ranking de mortes mais violentas de mulheres no mundo;
2015 – Sancionada a Lei do Feminicídio - 13.104/15, termo associado aos homicídios de mulheres assassinadas por razões de gênero;
 2018 – A importunação sexual feminina passa a ser considerada crime, definido pela Lei nº 13.718/18; 
2023 – Instituída a Lei n º 14.611/23 que trata da igualdade salarial e de critérios remuneratórios entre homens e mulheres.

Contudo, essas são algumas mudanças, dentro de todo um cenário. Afinal, a sociedade somente prospera quando todos prosperam e os índices ainda são ruins com o público feminino. Vejamos:

O mercado de trabalho brasileiro segue mostrando distorções entre os gêneros. No levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - Dieese 2023, mulheres são minoria na força de trabalho, mas a maioria entre os desempregados (55,5%);

As brasileiras também têm maiores taxas de subocupação e, mesmo nos dias de hoje, ganham uma média de 21% a menos do que os homens! Os dados do Pnad, reunidos nesse mesmo estudo, pelo Dieese, reforçam essas informações;

Três a cada dez brasileiras já foram vítimas de violência doméstica. Esses são dados recentes, de acordo com a 10ª Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, feita pelo Instituto DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV). Esse mesmo levantamento mostra que, de fato, 74% das brasileiras perceberam um aumento da violência doméstica e familiar em 2023.

Segundo o The Economist, em estudo recente intitulado “Pena de Maternidade”, as mulheres ainda possuem seus empregos impactados, em quase todos os países, ao se tornarem mães. A pesquisa ainda aponta que, mesmo nos países ricos, quase todas as diferenças de gênero na taxa de atividade econômica surgem após o parto, onde mulheres em uma posição de ascensão, após a maternidade, precisam retomar a carreira em posições muito inferiores, comparado à sua própria jornada. Enquanto isso, os homens geralmente não são impactados.

Além de todos esses fatores comprovados e que permanecem ocorrendo em nossa sociedade, mascarados ou não, as pautas relativas ao feminismo e ao dia da mulher também contemplam consciência do machismo, combate à violência de gênero, desconstrução de estereótipos, solidariedade feminina, autonomia de escolha, sororidade, dentre tantas outras. Infelizmente, mulheres ainda são criadas para enxergar outras mulheres como rivais - e principalmente rivais da atenção masculina. Somos classificadas de acordo com a roupas, o estilo, a maquiagem e por aí vai. Mesmo que meninos e meninas sejam diferentes biologicamente, a sociedade potencializa as diferenças.

Você já se perguntou o que pode ser feito? Que tal começarmos por mudar nossa postura, a nossa mentalidade? Que tal criar crianças ressaltando seus talentos? Que tal deixarmos de acreditar que quanto menos feminina for a aparência de uma mulher, mais chances ela terá de ser ouvida?

Eu sou divorciada, independente, amo minhas escolhas e o que faço.  Porém, por muitas vezes e por diferentes pessoas, incluindo outras mulheres, fui questionada sobre tudo isso. E o que sempre digo é que nós mulheres podemos fazer o que quisermos.

Eu, Norma, apoio o movimento e quero ser respeitada pela minha feminilidade. Então, deixo um pedido. Homens, respeitem as mulheres da vida de vocês. Líderes, dêem empregos para mulheres. Pais, criem seus filhos nos princípios da equidade.

Mulheres, vamos lutar juntas, sem competições. Vamos nos ajudar e empoderar! Um mundo diverso e inclusivo certamente será muito mais feliz.

Que neste 8 de março – Dia internacional da Mulher, possamos renovar nosso compromisso com a prosperidade, igualdade e justiça. Que o Dia da Mulher seja um momento de celebração da força e da determinação feminina, e de reconhecimento da importância das mulheres em todas as áreas da sociedade.
Um dia especial a todas nós!

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