Os extremos climáticos devem ampliar os prejuízos dos municípios brasileiros. “Para enfrentar esse desafio, as cidades devem investir em planejamento em curto, médio e longo prazo”, alerta o engenheiro Luiz Pladevall, vice-presidente da Apecs (Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente) e presidente da Abes-SP.
De acordo com um estudo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), as cidades brasileiras registram R$ 401,3 bilhões em prejuízos causados por desastres, entre 2013 e 2023. A pesquisa mostra ainda 59.311 decretações de emergência e estado de calamidade pública em todo Brasil, no período. A seca e a chuva são os desastres que apresentam um maior número de decretos nos últimos dez anos.
“O crescimento desordenado dos municípios nas últimas décadas, principalmente nas regiões metropolitanas, trouxe impactos diretos para o escoamento das águas das chuvas. O investimento em ampliação e manutenção dos sistemas de drenagem deve ser um dos instrumentos para minimizar o problema”, explica Pladevall. Caso contrário, ele afirma que continuaremos a ver casos de enchentes frequentes, bem como deslizamento de encostas.
O dirigente aponta ainda a necessidade de cumprimento das legislações municipais referentes ao uso e ocupação do solo: “Esse é um instrumento de gestão capaz de garantir equilíbrio no desenvolvimento de uma localidade, bem como garantir condições adequadas de moradia”.
Por outro lado, Pladevall afirma a urgência de programas para a garantia de melhoria de gestão dos sistemas de abastecimento de água: “Até mesmo na região Amazônica, com a maior bacia hidrográfica do mundo, registrou recentemente falta de água. Por isso, precisamos acelerar a implantação de programas melhorias de gestão para redução desses impactos”.
“O planejamento é o principal instrumento para impulsionar programas diante desses novos desafios. Sem a adoção de medidas técnicas, corremos o risco da multiplicação dos problemas, inclusive com a morte de milhares de brasileiros. Ainda é tempo de reverter esse quadro”, destaca Pladevall.
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