20/02/2024 às 16h44min - Atualizada em 21/02/2024 às 00h08min

Ousadia e crítica nas redes: uma análise sobre o vídeo do Burger King com Kid Bengala

O modelo atual do mercado publicitário está diretamente conectado com as ferramentas digitais

MP News
Divulgação

Gustavo Alonge*

A rede Burger King provocou uma grande polêmica recentemente ao colocar no ar uma campanha publicitária com o ator de filmes adultos Kid Bengala. A peça de marketing despertou um grande alvoroço nas redes sociais, pois muitos seguidores e até mesmo os não seguidores da marca resolveram reclamar que a ação teria um apelo sexual elevado e indesejado. No vídeo patrocinado pela redes de fast food, já removido dos canais oficiais da marca, o ator fazia determinada brincadeira: "O Whopper é nada artificial. Gigante que nem eu". A produção destacava uma nova promoção da marca, que vendia dois sanduíches por R$ 25. E em outra cena, o ator simulava dificuldade de comer o sanduíche da marca e explica que o tamanho é um problema. "O negócio é grande e não cabe na minha boca. Isso é vingança", em tom de brincadeira.

Vale destacar que uma parte dos usuários das redes sociais reclamou que o comercial poderia ser visto por crianças, pois as mensagens tinham um tom de duplo sentido.

Importante analisar que, em um primeiro momento, a empresa alcançou o seu objetivo de chamar atenção para a marca e para sua promoção de lanches. O Burguer King sempre foi uma marca popular, que trabalha sempre uma comunicação jovem, com personagens e conteúdos que têm apelos ao novo público das redes digitais. E a escolha e contratação do Kid Bengala foi exatamente pensando em atingir o público conectado nas redes mais jovens. Isso porque o ator é um influenciador, uma marca conhecida pela maioria dos brasileiros, que participa de uma série de podcasts e entrevistas, em programas que possuem uma grande audiência. O ator tem essa personalidade mais arrojada e fez viralizar a campanha do Burguer King.

Apesar da campanha ser um sucesso de engajamento, a empresa teve que retirar do ar e pedir desculpas, pois recebeu uma série de críticas da parte conservadora do público. Não acredito que o mote da campanha e nem a sua retirada do ar tenham sido erros da marca e da sua equipe publicitária. Atualmente, o termômetro dos canais digitais comandam essas ações e um erro estratégico pode ser fatal. Uma marca cancelada nas redes sociais tem dificuldades para recuperar sua credibilidade. 

O Burger King, em sua posição oficial, apesar de não expor quantidade de comentários negativos ou críticas que recebeu, disse que para não ampliar “as discussões e polarização nas redes”, optou por “retirar o material do ar”. 

Nesse modelo atual do mercado publicitário que está diretamente conectado com as ferramentas digitais, se o público consumidor enxerga que o material não é apropriado ou não se conecta aos valores da marca, o melhor a se fazer é retirar a campanha do ar e se retratar, assim como fez o Burguer King. A marca deve ser preservada. Entretanto, acredito que a empresa não deve perder a sua personalidade de criar novos produtos e ações ousadas nas redes sociais. São esses tipos de campanhas que inovam  e fazem o mercado pensar diferente.

*Gustavo Alonge é especialista em marketing digital e CEO da Engajatech
 
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