09/02/2024 às 17h57min - Atualizada em 15/02/2024 às 00h02min

É possível passar o Carnaval sem menstruar e sem medo de engravidar?

Ginecologista Ricardo Bruno explica o que pode ser feito para evitar ficar menstruada durante os dias de folia, mas, ainda assim, manter a eficácia dos métodos contraceptivos

Assessoria de imprensa
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Sempre que o Carnaval está chegando muitas mulheres se perguntam sobre como elas podem evitar que a menstruação desça justamente durante o feriado, para que possam curtir a folia sem ter que se preocupar com questões como cólicas e absorventes.

Uma sugestão muito comum de ouvir é a emenda das cartelas de pílulas anticoncepcionais, mas será que traz consequências para a eficácia da contracepção? Segundo o ginecologista Ricardo Bruno (que é Mestre e Doutor em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Chefe do Serviço de Reprodução Humana do Instituto de Ginecologia da UFRJ e Diretor Médico da Exeltis Brasil), não! “Essa situação de emendar a cartela, para retirar o sangramento da menstruação, é na realidade uma questão mais de previsibilidade, ou seja, se você não quer ter o período menstrual durante o Carnaval você pode, sim, fazer a emenda de cartela. Esse procedimento não traz nenhum prejuízo em termos de contracepção e da eficácia do método, mas o que pode acontecer é trazer um sangramento inesperado a qualquer momento, que pode ser até dentro do próprio Carnaval, apesar de ser mais difícil de acontecer”, explica o especialista.

Bruno também faz questão de ressaltar que para que essa emenda dê certo, a mulher precisa fazer o procedimento da forma correta. “O certo é, assim que acabar os comprimidos ativos, você despreza os que são placebo, a depender da cartela usada, que pode ser de 21 ativos e 7 placebos ou 24 ativos e 4 placebos, e começa uma nova cartela com os comprimidos ativos, que são os que têm realmente o hormônio da contracepção”, conta Bruno.

Além disso, o ginecologista esclarece que a possibilidade de emenda não é exclusiva das pílulas, também é possível emendar o anel vaginal e o adesivo. Para isso, após completar os 21 dias de uso do anel, em vez de fazer uma pausa de 7 dias, a mulher deve retirar o anel e, logo no dia seguinte, começar um novo. Já com o adesivo, após tirar o terceiro adesivo que vem na caixa, no dia seguinte é preciso colocar um novo adesivo, de uma nova caixa.

Para as mulheres que usam métodos contraceptivos de longa duração (LARCS), como implantes e DIUs (hormonais e não hormonais), também há uma forma de evitar a menstruação durante o Carnaval. “Quem utiliza esses métodos pode associar o DIU ou o implante com a pílula anticoncepcional durante esse período específico. Porém, é importante que toda a cartela seja tomada, independentemente de ser de 21 ou 24 comprimidos, mesmo que o feriado já tenha acabado”, aclara Bruno.

O especialista também destaca que é essencial consultar um ginecologista antes de fazer qualquer um destes procedimentos, para que ele possa avaliar seu caso especificamente, com base em seu histórico. Além disso, Bruno também enfatiza que é fundamental usar camisinha, mesmo utilizando outros métodos contraceptivos. “A camisinha é um método contraceptivo que pode ter muitas falhas, mas ainda assim é um excelente método de proteção individual para ISTs (Infecções sexualmente transmissíveis), principalmente em festas como o Carnaval, nas quais há um aumento nas relações casuais e no sexo casual, própriamente dito”, conclui o doutor.


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