10/02/2024 às 05h42min - Atualizada em 14/02/2024 às 00h15min

Pequenas Atitudes

Mudanças Climáticas

José Renato Nalini
Arquivo pessoal
            Os africanos dizem que gestos mínimos, praticados por indivíduos anônimos, isoladamente, quando somados, podem significar enormes mudanças no mundo. É o que acontece com a questão climática, a mais séria e a mais urgente, apesar de não ser assim considerada pela maior parte da população.
            O aquecimento global produzido pela excessiva utilização de gases causadores do efeito-estufa gera fenômenos extremos. Chuvas torrenciais, com alagamentos, enchentes, inundações e deslizamentos de terra vão resultar em mortes plenamente evitáveis.
            Algumas décadas atrás, dizia-se que essas coisas aconteceriam dentro de um século. Elas chegaram já. Estão nos dias presentes. Isso teria de fazer a humanidade acordar e se convencer de que não é possível continuar com os maus-tratos infligidos ao ambiente.
            Desmatar é acabar com a vida presente e com a possibilidade de vida futura. Ao contrário, precisamos plantar mais árvores. Há um déficit tremendo de árvores em todo o Brasil e também em São Paulo, com vastas regiões desprovidas de vegetação. É científico, embora comprovável por experiência de cada um, que as áreas cobertas com árvores oferecem um conforto que a ausência de cobertura verde transforma em cenário hostil.
            Se cada brasileiro se encarregasse de plantar algumas árvores, em médio prazo teríamos um Brasil melhor, mais próximo daquilo que já foi e que destruímos com nossa insensata atuação sobre o habitat.
            Ruas arborizadas têm temperatura mais amena. Ruas sem árvores são corredores de aquecimento e saunas antinaturais. Um cidadão consciente coletaria sementes que as espécies ainda existentes deixam cair sobre as calçadas e que são deixadas ali, para que eventual chuva as conduza até às bocas de lobo. Por que não fazer mudas e destiná-las a recuperar espaços degradados e terrenos ociosos?
            Parece coisa pouca, mas se houver escala, a cidade poderá sonhar com dias mais saudáveis, com paisagens menos inóspitas, com lugares em que a saúde física e mental será a rotina dos munícipes.

*José Renato Nalini é Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas do Município de São Paulo.
 
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp