07/02/2024 às 11h42min - Atualizada em 09/02/2024 às 00h10min

Defendemos uma revolução! Uma revolução inclusiva

Ieda Aparecida Rodrigues
Lettera Comunicação
Divulgação
A inclusão social e a acessibilidade são pilares fundamentais para o desenvolvimento de uma sociedade justa e equitativa. No Estado de São Paulo, dados do Observatório dos Direitos da Pessoa com Deficiência, baseados no IBGE, revelam que 7,48% da população enfrenta algum tipo de deficiência. Dentre essas, 3,68% são pessoas com deficiência visual. Diante desse cenário, é urgente e imperativo que busquemos tornar o mundo mais acessível para todos.

Um exemplo inspirador de acessibilidade é encontrado nos elevadores, onde a legislação estabelece a presença obrigatória de sinalização em braile nos botões e botoeiras, além de sinalização tátil de alerta e direcional. Essa abordagem inclusiva não apenas facilita a locomoção, mas também promove a participação ativa na sociedade. A sinalização em braile deveria já ser realidade em todos os espaços públicos, garantindo autonomia e segurança de quem não enxerga ou tem baixa visão.

A implementação de informações em braile em produtos também é um passo significativo na direção da inclusão. Exemplificando essa tendência positiva, o recente lançamento da linha de pincéis de maquiagem acessível pelo Boticário destaca-se por seu design inovador. Os cabos quadrados e a identificação em alto relevo conferem autonomia às pessoas com deficiência visual, tornando o processo de embelezamento mais acessível e inclusivo.

A indústria farmacêutica já adotou práticas inclusivas, incorporando o braile nas embalagens, conforme exigido pela Anvisa. No entanto, é essencial que outras indústrias, como a alimentícia, sigam esse exemplo. A ausência de informações em braile nas embalagens de alimentos e a falta de cardápios acessíveis são desafios que precisam ser superados para garantir que a autonomia se estenda a todas as áreas da vida cotidiana. Eu, como uma pessoa de baixa visão, sei bem o que é estar num restaurante e depender de outras pessoas para escolher um prato. De ir ao mercado e ficar perdida na busca de um determinado produto porque, de maneira geral, nada é escrito em braile.


O projeto Enxergando o Futuro, que idealizei, oferece cursos de braile gratuitos e a distância. É uma iniciativa que não apenas capacita as pessoas com deficiência visual, mas também promove a conscientização sobre a importância da inclusão. É uma chamada para que todos nós, enquanto sociedade, nos engajamos na construção de um mundo mais inclusivo e acessível.

Ações concretas, como a implementação de sinalização em braile, o design acessível de produtos e a adoção de práticas inclusivas pelas indústrias, são passos essenciais. O Enxergando o Futuro convida todos a trilhar esse caminho juntos, construindo um futuro onde a acessibilidade seja uma realidade para todos.

Daniela Reis Frontera é empresária, mulher de baixa visão, paratleta e palestrante. É a idealizadora do projeto Enxergando o Futuro, que ensina braille de graça e a distância por meio de plataforma online.

 
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