08/02/2024 às 16h57min - Atualizada em 08/02/2024 às 20h00min

Carnaval prejudica a economia do país

Para o economista e investidor Bruno Corano, “com algum exagero, seria como fazer uma comparação com um mês em que trabalhássemos apenas 5 dias. Seria um mês produtivo?”

assessoria de imprensa Bruno Corano
Bruno Corano
Bruno Corano
O Carnaval, uma das festas mais esperadas do ano, já dá o tom em todo o país. Mas sob a perspectiva econômica, não há o que comemorar. 

Existe país sem feriado nenhum? Não existe. Mas há países com o número muito grande de feriados (se é excessivo ou não, é relativo), e o Brasil está entre esses eles, quando o comparamos com os mais de 180 países economicamente ativos.

E por que a pausa para o Carnaval é ruim sob a perspectiva econômica? Esse feriado diminui a capacidade produtiva brasileira. Com algum exagero, seria como fazer uma comparação com um mês em que trabalhássemos apenas 5 dias. Seria um mês produtivo? Cheio de realizações, entregas, vendas, ou seja, com o que estivéssemos envolvidos? Certamente não. Dias de trabalho tem correlação direta com produtividade, tempo, e, consequentemente, produção de riqueza por meio da atividade econômica.

É a produtividade que vem da atividade econômica que gera riqueza, reduz a pobreza, ajuda e melhora a educação, acesso à saúde, segurança e a prosperidade como um todo. Existem várias formas de se produzir riqueza, mas, essencialmente, é por meio do trabalho.

Feriados têm diferentes motivações. Em geral, variam entre datas religiosas, históricas e culturais. Seja qual for a originação, o fato é que outras culturas também as festejam, mas não entendem que precisam deixar de trabalhar. Nos EUA são pouquíssimos os feriados em que realmente a maior parte dos negócios não abre ou não opera. Diria que três dias no ano apenas. Todos os demais, pouco ou em nada interferem nas atividades econômicas do país.

Uma grande empresa multinacional americana no Brasil, por exemplo, percebe a distorção facilmente, já que os pares no país de origem notam a frequência com que os colegas em terras brasileiras param.
Um outro ponto na mesma esteira do tema produtividade, que chama a atenção, é sobre as empresas adotarem ou não o regime de trabalho de quatro dias por semana.

Alguns defendem que a produtividade não será afetada num regime de quatro dias de trabalho por semana, que ele, ao contrário, poderia até aumentar a demanda por mais profissionais e, dessa forma, gerar fomento econômico.

Tenho minhas dúvidas, pois, na maioria dos setores, já enfrentamos estrangulamento de produtividade versus tempo disponível. Acredito que isso até poderia funcionar para alguns poucos setores, mas, em geral, certamente diminuiria a produtividade dos negócios e das empresas.

Mas não poderia deixar de destacar, e pontuar, que a vida não é só dinheiro, muito pelo contrário. Dinheiro é apenas o meio. O fim é perseguirmos, pela qualidade, o que pode representar para cada um de nós entendimentos completamente diferentes.

Por isso defendo para todos os casos o liberalismo, completo e total, em que o próprio mercado deveria ter liberdade e autonomia para decidir a adoção ou não a feriados, ou quaisquer outras políticas de trabalho.

Lembre-se, não existe certo e errado. Existe o que te faz bem.
 
 
 
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