07/02/2024 às 16h37min - Atualizada em 07/02/2024 às 16h37min

Em clima de despedida, Chevrolet Equinox RS ganha em custo/benefício sem perder conteúdo

SUV de ocasião

O Chevrolet Equinox está em um ponto de virada. A atual terceira geração do SUV médio encerrou o ciclo de produção no México, enquanto a quarta geração ainda não começou a ser fabricado – o lançamento deve ser no segundo trimestre, já como linha 2025. Nessas sucessões, as montadoras no Brasil tentam desviar o foco, pois o consumidor é novidadeiro e olha meio torto para modelos prestes a sair de linha, pois acha que vai sofrer muita desvalorização. Já a Chevrolet tenta explorar mercadologicamente a ocasião. Quando se trata de modelos nacionais, a marca costuma lançar uma edição de despedida, chamada Collection, algo entre um último suspiro e uma homenagem. Já no caso de um importado, a saída é reverter esta possível desvalorização a favor do consumidor, com descontos. No caso da versão RS, a mais barata do Equinox, com descontos sobre o preço oficial é de R$ 213.820, o valor se aproxima das versões de entrada SUVs médios-compactos, onde estão Jeep Compass, Toyota Corolla Cross e Volkswagen Taos.
O Equinox vem de um bom ano de mercado. Em 2023, o modelo vendeu 4.067 unidades, ritmo próximo ao que tinha antes da pandemia – em 2022, com vendas entre julho e dezembro, foram 1.768. Nessa volta, o modelo apareceu com visual renovado, estreou a versão RS, com visual mais esportivo e passou a trabalhar apenas com o motor 1.5 turbo de 172 cv. Só que na configuração, a tração deixa de ser AWD e passa a ficar apenas na dianteira. A função da versão era mesmo se aproximar dos consumidores do segmento logo abaixo, o mais carnudo do mercado. Para isso, o modelo abriu mão de equipamentos e recursos presentes na versão de topo Premier.
Na parte visual, o Equinox ganhou uma frente com linha mais fluidas, grade mais imponente e conjuntos ótimo divididos horizontalmente, separando lanterna e DLR dos faróis. O para-choque foi redesenhado e agora traz faróis de neblina verticais em led. Na traseira, a mudança mais flagrante foi na distribuição das seções internas da lanterna, que agora tem luz de posição e de freios em led. A parte inferior do para-choque também foi sutilmente redesenhada e as rodas são com aro 19.
A posição de modelo mais esportiva é marcada pelas plaquetas de identificação em preto e a inscrição RS em vermelho na grade dianteira, que perde os cromados e ganha um acabamento em preto brilhante. O mesmo acontece com o friso que envolve as janelas, que aqui é pintado de preto, assim como a barra no teto e as rodas de 10 raios. As maçanetas também perdem o cromo e passam a ser da cor da carroceira. Além da tração AWD, a RS abre mão do teto solar panorâmico, dos faróis em led tipo projetor, da tampa traseira elétrica com sensor de movimento, do carregador de celular por indução, da partida remota do motor e do sistema de som Bose.
Já os sistemas de auxílio à condução são todos mantidos: alerta de colisão com frenagem autônoma, alerta de faixa, de ponto cego e de movimentação traseira, farol alto automático, seis airbags, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, câmera de ré, sistema de estacionamento semiautomático e sensor de luz e de chuva, entre outros. Na parte de conforto, o Equinox traz ar-condicionado digital duplo e chave presencial para travas e ignição. O revestimento em couro recebe pespontos em vermelho e essa é a única diferença em relação à versão de topo. Todos os cromados no painel, console e saídas de ar foram mantidos.
A Equinox conta ainda com saídas de ar para o banco traseiro, tela de LCD no painel para o computador de bordo, controle de cruzeiro, sistema multimídia MyLink com conexão sem cabo com Apple CarPlay e Android Auto e navegador integrado, volante multifuncional e ajuste elétrico para o banco do motorista. O motor 1.5 Turbo é gerenciado por um câmbio automático de seis velocidades, com modo Low, para manter a marcha reduzida, no caso de uma descida de serra, por exemplo.

Ponto a ponto
Desempenho – O motor 1.5 Turbo, de 172 cv e 27,8 kgfm, anima com bastante desenvoltura o Equinox, sem deixar a sensação de falta de potência em nenhum momento. Na versão RS, toda a potência é direcionada para as rodas dianteiras, o que ajudou de forma importante a deixar o modelo 114 kg mais leve, com 1.561 kg no total. Essa mudança melhora a relação peso/potência de 9,74 para 9,08 kg/cv em relação à versão Premier, mas isso não foi convertido para melhorar o desempenho, mas para reduzir o consumo. Por a aceleração de zero a 100 km/h é a mesma de 9,2 segundos, com máxima de 199 km/h – 3 km/h a mais. O propulsor se entende bem com o câmbio automático de seis velocidades, com ganhos de velocidade progressivos e suaves e um turbo lag sutil quando é solicitado repentinamente. Nota 8.
Estabilidade – A carroceira do SUV da Chevrolet é bem controlada pelo conjunto suspensivo com McPherson na frente e multilink atrás. A arquitetura bastante rígida impede maiores torções da estrutura, o que se converte em bom equilíbrio. O comportamento em curvas transmite bastante segurança na condução, com boa comunicação entre volante e rodas e pouca rolagem lateral. Nota 8.
Interatividade – O Equinox RS tem os recursos normais para o segmento, como multimídia com boa interface e bom nível de conectividade, volante multifuncional e som de boa qualidade. Os comandos são bem localizados, nos locais tradicionais. O computador de bordo é bem completo e permite uma boa interação com o condutor, como em relação ao consumo instantâneo. Nota 8.
Consumo – Mesmo sendo cerca de 5% mais econômica que a versão AWD, o Chevrolet Equinox RS recebeu a nota C, tanto na categoria quanto no geral, na tabela do Programa de Etiquetagem do InMetro. As médias de consumo de gasolina foram de 9,3 km/l na cidade e 11,5 km/l na estrada. Índices bons diante do porte do SUV. Nota 7.
Conforto –As características do Equinox são bem favoráveis nesse aspecto. A altura facilita o acesso ao interior, que por sua vez mostra um ótimo aproveitamento do entre-eixos de 2,73 metros. Os assentos têm ótima ergonomia e regulagem elétrica para o motorista, inclusive lombar. A adoção do piso plano também ajuda a incrementar o conforto dos passageiros traseiros, assim como saídas de ar-condicionado específicas para eles. Nota 8.
Tecnologia – A plataforma modular D2XX não é recente, mas tem uma concepção ainda atual. O trem de força também é moderno. A lista de itens de série está de acordo com a posição do modelo no mercado e não falta nada fundamental. Tem chave presencial, sensor de chuva, sistemas de auxílio à condução, câmera e sensor de ré, etc. A central multimídia é bem completa e antenada com a atual tendência de conectividade. Só faltou mesmo o carregador por indução. Nota 7.
Habitabilidade – O habitáculo conta com bons nichos para organizar a vida a bordo, como os nichos nas portas, no console central e sob o apoio de braços. O porta-malas é amplo, com 468 litros de capacidade e traz um espaço sob o piso. Com a segunda fileira rebatida, a capacidade chega a 930 litros e trono possível transportar até volumes bem grandes. O espaço para cabeças, ombros e pernas é generoso e por dentro parece um carro de segmento superior. Nota 9.
Acabamento – Por dentro, o modelo traz revestimentos de boa qualidade com materiais agradáveis, tanto em textura quanto ao ato. Os detalhes cromados criam um ambiente requintado e agradável. O único ponto que revela que se trata de uma versão com visual esportivo são os pespontos em vermelho nos bancos, painel, coifa do câmbio e volante. Há, no entanto, áreas de toque com revestimento em plástico rígido, que certamente não estarão presentes na próxima geração do modelo. Nota 7.
Design – O Equinox conta com um desenho frontal mais agressivo e moderno. As linhas são discretas e os acabamentos em preto emprestam uma dose de esportividade. A frente alta dá uma certa imponência e reforçam a ideia de robustez. O modelo está prestes a sair do mercado, mas a próxima geração representa apenas uma evolução e não uma quebra de paradigma. Nota 8.
Custo/benefício – No subsegmento específico de SUVs médios superiores, o Equinox se destaca pelo arsenal tecnológico e pelo espaço interno. Atualmente, este nicho está um tanto esvaziado, mas entre os que ainda brigam, o SUV da Chevrolet está entre os mais luxuosos e equipados. E como está em promoção pela saída de linha em poucos meses, apresenta atualmente um custo/benefício muito favorável. Nota 8.
Total – O Chevrolet Equinox RS somou 78 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir
Dinâmica de conforto

Os elementos visuais inseridos no Chevrolet Equinox RS conseguem imprimir uma imagem despojada, mais jovial. Além do porte, que faz parecer ser maior do que é pela frente alta e imponente, em preto brilhante. O interior tem um generoso espaço, dado o bom aproveitamento do entre-eixos de 2,73 metros, eleva o conforto a bordo a um ótimo nível. O generoso espaço para cabeças e pernas atrás ganha ainda mais com o piso plano.
Em movimento, o motor 1.5 Turbo com injeção direta oferece muito agilidade à 1,5 tonelada do SUV, com seus 172 cv e 27,8 kgfm. A relação peso/potência de 9,1 kg/cv é bem razoável, mas não reflete a esportividade do exterior. Na prática, o SUV oferece boas acelerações e retomadas, ajudado pelo câmbio com um bom escalonamento e ágil para equalizar as ações. Em relação ao consumo, é melhor que o da versão Premier, que tem tração integral, mas não permite classificar como modesto.
A estabilidade do Equinox RS não chega a sofrer com a ausência da tração integral, muito por conta da suspensão bem acerta e pela redução em mais de 100 kg na comparação com a versão Premier. Mas também torna mais arriscada a aventura em situações de baixa aderência. E mesmo com o visual mais malvado, o SUV não instiga uma tocada esportiva. Em contrapartida, oferece conforto, acabamento caprichado e alguns bons recursos tecnológicos.

Ficha técnica
Chevrolet Equinox RS

Motor: Gasolina, dianteiro, transversal, 1490 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, turbocompressor. Injeção direta e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático de seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira e controle eletrônico de tração.
Potência máxima: 172 a 5.600 rpm.
Torque máximo: 27,8 kgfm entre 2 mil e 4 mil rpm.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 9,2 segundos.
Velocidade máxima: 199 km/h.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com barra estabilizadora ligada a hastes tensoras e molas helicoidais com carga lateral. Traseira independente tipo multilink com quatro braços. Controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 235/50 R19.
Freios: Discos na frente e atrás. ABS com EBD e sistema automático de frenagem de emergência.
Carroceria: Utilitário esportivo médio em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. 4,65 metros de comprimento, 2,11 m de largura, 1,70 m de altura e 2,73 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais, de cabeça e laterais para os passageiros da frente.
Peso: 1.561 kg, em ordem de marcha.
Capacidade do porta-malas: 468 litros e 930 litros com os bancos traseiros rebatidos.
Tanque de combustível: 59 litros.
Produção: San Luís Potosí, México.
Preço: R$ 213.820.

AVALIAÇÃO DO CHEVROLET EQUINOX RS, por Eduardo Rocha | Auto Press

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