05/02/2024 às 11h27min - Atualizada em 06/02/2024 às 20h02min

Boca Rosa relata dificuldade no inglês e especialista tira dúvidas sobre barreiras do aprendizado

Metodologia de “transferência linguística” quebra barreiras para o aprendizado em inglês

Canal A Comunicação
https://transferenglish.com/
Reprodução
Bianca Andrade, a influenciadora digital mais conhecida como Boca Rosa, decidiu dedicar dois meses em Londres para aprimorar seus conhecimentos em inglês. Desde o início de sua estadia na Inglaterra, ela compartilha detalhes da experiência de viver no exterior através de suas redes sociais. Na última quarta-feira (31), ela revelou aos seus seguidores que tem enfrentado uma crise emocional devido aos desafios encontrados durante o processo de aprendizado do idioma:

"Para você que sonha em fazer um intercâmbio que tudo que é muito forte e vai transformar a gente, transforma para o lado bom, mas tem consequências difíceis, então se prepare. Hoje eu chorei. Chorei porque me acho e me sinto muito ruim no inglês. Às vezes penso como posso ser tão boa numa coisa e tão ruim em outra? Achar isso me deixa ainda pior", compartilhou a influenciadora nas suas redes sociais.

Para o professor de inglês da Transfer English, uma das maiores plataforma de inglês online, com mais de 70 mil alunos inscritos, Vergílio Melo, a dificuldade dos brasileiros em aprender inglês vai além de aspectos linguísticos e cognitivos, sendo fortemente influenciada pela relação psicossocial que o aprendiz estabelece com a língua estrangeira. Questões históricas parecem gerar a necessidade de uma performance "para gringo ver", onde a constante preocupação com a avaliação pelos falantes nativos cria barreiras no processo de aprendizado.

Observa-se que, ao contrário dos nativos de inglês no Brasil, que se preocupam menos com sua adaptação linguística, os brasileiros se sentem pressionados a se alinhar aos padrões dos falantes nativos da língua inglesa. Quando comparada à língua portuguesa, a inglesa é mais sintética, com estruturas e conjugações menos complexas. “Cognitivamente, para quem aprendeu o português como língua materna, o inglês pode ser mais acessível do que outras línguas. No entanto, décadas de associação negativa entre o uso do português e o aprendizado do inglês geraram barreiras para aprendizes iniciantes”, explicou Vergílio, que possui certificado pela Delta de Cambridge.

Na Transfer English, a metodologia de ensino se baseia na “transferência linguística”, ou seja, é voltada justamente para esse aluno que possui uma barreira de aprendizado. Nesse caso, utiliza-se a “língua mãe” como ponto de partida para o raciocínio em inglês, “quando entendemos as diversas semelhanças estruturais das duas línguas, conseguimos utilizar o nosso repertório, já desenvolvido em português, para executar uma ´Transferência Linguística’ para o inglês, encurtando muito o processo de operacionalização da língua”, explicou Vergílio.

Outras barreiras podem surgir no aprendizado, mas é importante se perguntar se são barreiras reais, ou se podem ser contornadas na medida em que nos desvencilhamos da pressão imposta. O professor de inglês tirou algumas dessas possíveis dúvidas:

1.      Idade é um problema?
Estudos indicam que adultos mais velhos possuem experiência de vida e habilidades que facilitam a aprendizagem de idiomas, desde que se abram para novas experiências. Entretanto, rótulos impostos pelos adultos inibem o instinto exploratório presente nas crianças. Enquanto o erro é uma ferramenta pedagógica valiosa para as crianças, na fase adulta torna-se muitas vezes um motivo de punição. Aceitar o erro como parte do processo é essencial para uma prática exploratória e para a descoberta de novos conhecimentos.

2.      Tempo é proficiência
O aprendizado de inglês é comparado ao condicionamento físico para o verão. O tempo investido é crucial, mas é necessário observar os limites do corpo e criar um ecossistema propício para a aprendizagem.

3.      Fluente sem sotaque
É fundamental conscientizar-se de que a ampliação de conhecimentos é motivo de aplausos, não de julgamentos. Aceitar a própria identidade linguística é essencial; tentar parecer nativo não cria autenticidade, como exemplificado pelo sucesso de Sofia Vergara em Hollywood, com sotaque marcado e pequenas inconsistências gramaticais.

“Em síntese, aprender inglês é uma jornada pessoal, orgânica e fisiológica. Superar medos, aceitar erros e valorizar a identidade linguística são passos importantes para uma experiência de aprendizado mais enriquecedora e menos traumática”, completou Melo. 

 
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