05/02/2024 às 21h10min - Atualizada em 06/02/2024 às 20h02min

Miomas: Especialista tira as 5 principais dúvidas sobre a doença

Os miomas são um problema muito comum em Angola, mas com informações corretas é possível identificar o problema precocemente e ter melhores resultados no tratamento, afirma o especialista em ginecologia e obstetrícia, Dr. Alexandre Silva e Silva

Fabiano de Abreu
© Divulgação/Freepik

Os miomas são um dos problemas mais comuns quando se trata de saúde feminina afetando pessoas em todo o mundo. Na Angola, a presença desse problema é uma das maiores do mundo. De acordo com o Hospital Augusto Ngangula, 80% dos casos ginecológicos são miomas uterinos.

Isso ocorre porque a doença é mais prevalente nas mulheres afro-descendentes, muito provavelmente por apresentarem uma maior concentração de hormônios esteróides na corrente sanguínea, o que estimula o crescimento dos nódulos.

Cada vez mais técnicas e métodos têm sido desenvolvidos para tornar o tratamento de miomas ainda mais eficiente, mas apesar disso, muitas mulheres ainda têm dúvidas sobre o problema. Confira as principais dúvidas e suas respostas de acordo com o especialista em ginecologia e obstetrícia, Dr. Alexandre Silva e Silva.

5 principais dúvidas sobre miomas:

01 - O que são miomas?

“Os miomas são tumores benígnos que surgem na matriz extra-celular, o tecido que faz a junção entre as fibras musculares uterinas. Geralmente, iniciam-se do tamanho de uma célula e, com o passar do tempo, respondem aos estímulos hormonais e passam a crescer e ganhar volume”.

02 - O que causa os miomas?

“As causas dos miomas não são totalmente conhecidas, mas sabe-se que alterações das células tronco uterinas, mudanças nos níveis hormonais como o aumento da quantidade de estrogênio, contato com substâncias químicas e herança genética podem influenciar no seu desenvolvimento”, explica Dr. Alexandre Silva e Silva.

03 - Como identificar precocemente os miomas?

“É preciso sempre fazer um acompanhamento e check–ups médicos para identificar os miomas o mais breve possível, mas também é possível observar alguns sintomas característicos como aumento do sangramento menstrual, dores abdominais, cólicas e  aumento do volume abdominal. Em alguns casos podem apresentar dores durante ou após as relações sexuais, urgência miccional, obstipação intestinal (intestino preso) e dificuldade para engravida”.

04 - Miomas têm cura?

“Com certeza tem cura! Mas a cura, na grande maioria dos casos, só ocorre com a retirada do útero, o que não é a melhor opção para muitas mulheres que ainda desejam gestar. O controle da doença pode ser feito com o uso de hormônios que podem ser veiculados através de DIUs medicados com progesterona ou com implantes hormonais contendo anti-estrogênicos potentes, com a intenção de impedir o seu crescimento e controlar os sintomas”.

“Nem todas as pacientes respondem bem a esses tratamentos hormonais e os mesmos não paliativos, ou seja, não fazem com que os miomas regridam e desapareçam. O tratamento cirúrgico conservador, preservando o útero, é com certeza o mais indicado para aquelas mulheres que desejam gestar. Através de procedimentos minimamente invasivos, os nódulos de mioma podem ser removidos e a anatomia e função do útero podem ser restaurados, mantendo assim a capacidade reprodutiva dessas pacientes”.

“Vale ressaltar que não são todos os casos em que são possíveis de preservação uterina, pois em alguns deles, os miomas crescem tanto e estão tão grandes que ao serem removidos não permitem mais a reconstrução e restauro do órgão. O quanto antes as mulheres com diagnóstico de mioma tiverem acesso à tratamento especializado, maiores são as chances de preservação”, afirma o Dr. Alexandre Silva e Silva.  

05 - É verdade que os afrodescendentes têm mais chances de ter miomas?

“Sim, mulheres afrodescendentes têm uma maior predisposição para desenvolver miomas uterinos, sendo praticamente duas vezes maior que a média. Não se sabe exatamente o que causa esse maior risco, mas há indicativos que uma relação com a maior concentração de estrogênio concentrada no sangue dessa população”, explica.


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