31/01/2024 às 09h30min - Atualizada em 01/02/2024 às 20h01min

Saiba como um projeto de gestão ajudou o Hospital Santo Antônio a zerar infecções hospitalares na UTI Geral

Instituição pública de Sinop (MT) é referência no Norte do Mato Grosso para atendimento de alta complexidade

redação
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Mato Grosso, janeiro de 2024 – Após 14 meses de participação no projeto Saúde em Nossas Mãos: Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil, o Hospital Santo Antônio, de Sinop (MT), chegou a zerar as taxas de infecções hospitalares nos leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Geral, gerando uma economia de R$ 5.846. A iniciativa é do Ministério da Saúde, realizada no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) pelos hospitais Alemão Oswaldo Cruz, BP - a Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hcor, Einstein, Moinhos de Vento e Sírio-Libanês. 

Localizada a 479 km de Cuiabá (MT), a instituição filantrópica é referência no Norte do estado de Mato Grosso para atendimentos de alta complexidade, reservando 60% de sua capacidade para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Andréia Queiroz, administradora do hospital, afirma que os 10 leitos da UTI Geral possuem uma taxa média de ocupação de 80%, sendo a maior demanda referente ao serviço de emergência e centro cirúrgico e atendimentos de câncer. 

"Embora nossa unidade já contasse com uma sólida estrutura e muitos processos em andamento, avançamos muito com o apoio da iniciativa. O Saúde em Nossas Mãos padronizou processos, integrou as equipes multiprofissionais, aproximou a alta liderança de quem está no dia a dia do paciente e nos ajudou a estabelecer rotinas que permitem analisar cada acontecimento", relata. 

De acordo com a enfermeira líder do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), Eva Bruna Mendes Valério dos Reis, 100% das metas de redução de Infecções Relacionadas à Saúde (IRAS) foram alcançadas. PCSL, cuja média era de 3,66 casos por mês, apresentou seis meses consecutivos de zero registros; o mesmo impacto foi apresentado em PAV, que apresentava uma média de 6,54 registros por mês; enquanto o hospital conquistou 13 meses consecutivos sem registros ITU, que apresentava uma média de 2,2 ao mês. 

"Acabam ocorrendo infecções em casos mais graves, muito específicos, mas o projeto proporcionou zerar todos os índices, inclusive de PAV, que era o nosso principal problema, assim como a maioria dos hospitais, por estar relacionado ao tempo de internação e de ventilação mecânica. Vale mencionar que o tempo de uso da ventilação mecânica também foi reduzido, sendo um destaque principalmente quando comparado com a média nacional", explica. 

As conquistas estão relacionadas a diversas mudanças de protocolos e rotinas, incluindo a cultura de trabalho. Para aprimorar as visitas dos profissionais aos pacientes, foram implantados quadros individuais, onde são registradas as principais informações sobre cada caso, os respectivos objetivos em relação à saúde e o que foi possível alcançar, de forma a esclarecer quais medidas devem ser tomadas. 

Para Karen Cristina da Conceição Dias Silva, coordenadora do Saúde em Nossas Mãos do HUB Oswaldo Cruz e responsável pelo acompanhamento do Hospital Santo Antônio, o projeto atua fornecendo práticas seguras relacionadas às principais infecções hospitalares, metodologias e ferramentas para o uso do modelo de melhoria, análise de indicadores, análise de diagnósticos, tudo em busca da melhoria da qualidade e segurança dos pacientes e dos profissionais que prestam a assistência. O trabalho inclui a aproximação com familiares e acompanhantes dos pacientes, informando-os sobre como contribuir para a prevenção das infecções durante a permanência no hospital. 

“O objetivo é fortalecer a gestão dos hospitais públicos por meio das melhores práticas em saúde, de modo a reduzir óbitos por infecções, reduzir infecções através do trabalho qualificado e, ainda, garantir economia aos cofres públicos. O resultado é nítido em cada instituição participante, que tem mérito pelo empenho de seus profissionais, que acolhem nossas recomendações e colocam em prática todo o aprendizado adquirido”, diz. 

Sobre o projeto Saúde em Nossas Mãos 

Desde 2018, quando teve início, o projeto Saúde em Nossas Mãos: Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil foi responsável por evitar cerca de 11 mil IRAS, salvar mais de 4 mil vidas e gerar uma economia de R$ 584 milhões ao Sistema Único de Saúde (SUS). Os números são referentes à atuação em mais de 300 Unidades de Terapia Intensiva (UTI) da rede pública, localizadas em todas as regiões do Brasil, e refletem o impacto da capacitação dos profissionais para estimular a implementação de práticas seguras com foco na segurança do paciente e dos profissionais da saúde que atuam no cuidado intensivo.  

Só nos últimos 18 meses, foram evitadas 3.764 Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), 1.434 vidas foram salvas e foi gerada uma economia de R$ 230 milhões ao SUS a partir dos esforços das equipes das 189 UTIs adulto, pediátrica e neonatal da rede pública. 

Alinhado ao Plano Nacional de Saúde (PNS) e ao Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), a iniciativa busca reduzir, em médio prazo, a incidência das principais infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), além de disseminar a metodologia de melhoria da qualidade denominada “Modelo de Melhoria” para os Serviços de Saúde e, demonstrar o impacto financeiro com a prevenção das infecções. A longo prazo, a expectativa é contribuir com a mudança da cultura das organizações de saúde com relação à segurança do paciente. O foco do projeto está na redução das três principais infecções: Infecção Primária da Corrente Sanguínea Associada a Cateter Venoso Central (IPCSL); Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV); e Infecção do Trato Urinário Associada a Cateter Vesical (ITU-AC).  

Nos países em desenvolvimento, 10 em cada 100 pacientes hospitalizados ficam expostos a infecções associadas a cuidados de saúde, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, acredita-se que cerca de 70% dos danos notificados nos hospitais do país sejam evitáveis, e foi com base neste contexto que, em 2013, o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), cujas equipes técnicas atuam em parceria com os hospitais PROADI-SUS nesta iniciativa, com o apoio da Coordenação Geral de Atenção Hospitalar e de Urgência do Departamento de Atenção Hospitalar da Secretaria de Atenção à Saúde (CGAH/DAHU/SAS/MS). 


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