26/01/2024 às 11h46min - Atualizada em 26/01/2024 às 20h09min

Mais de 90% dos brasileiros esperam melhorar a vida financeira em 2024, segundo Reclame AQUI

Pesquisa mostra que apenas 26,9% dos consumidores consideram sua vida financeira atual confortável

Reclame AQUI
reclameaqui.com.br
Stevepb/ Pixabay
Passado o final do ano de 2023 com todos os seus estímulos de consumo, como Black Friday, compras de Natal, viagens de férias, ano novo, o consumidor começa a apresentar um aperto financeiro.  Ainda assim, 92% daqueles que estão endividados e inadimplentes acham que sua situação financeira vai melhorar nos próximos meses, ao longo do ano. Apesar de 40,6% já estarem com dificuldades de fechar as contas neste início de 2024.

É o que mostra a pesquisa realizada pelo Reclame AQUI nos dias 8 e 9 de janeiro de 2024 com cerca de 4 mil usuários da plataforma. O CEO e cofundador do Reclame AQUI, Edu Neves, analisa que quando se olha para esse perfil de pessoas acumulando dívidas, no geral, há dois aspectos em dois extremos: cerca de 43% têm dívidas em atraso há mais de um ano, mas 26% estão com dívidas acumuladas atrasadas nos últimos 3 meses. Ou seja, o fim do ano gerou boa parte destes endividados.

“O consumidor mostra claramente na pesquisa que falta para ele conhecimento e educação de orçamento para lidar com tudo isso, falta uma faísca de maturidade. Poucos consumidores disseram que “alguém” tem que tirar ele da situação inadimplente; pelo contrário, ele puxa para si essa responsabilidade. O consumidor aprende a cuidar do dinheiro se endividando, prova é que 57,52% apontam que teriam se endividado menos se tivessem mais conhecimento sobre educação financeira. Ou seja, aprendem na dor, pouco se informam. Mostra que no dia-a-dia não há planejamento, e quem faz, tenta gastar dentro das suas despesas, limite mensal, mas não olha para a necessidade de poupar, não consegue fazer reservas de recursos, as emergenciais”, pontua Neves.


Pelo menos 56,3% dos pesquisados afirmam que se encontram em uma situação apertada e difícil, enquanto 16,5% estão em uma situação crítica, onde as contas estão vencendo, se sobressaindo ao dinheiro disponível. Apenas 26,9% dos entrevistados indicaram estar em uma situação confortável.

Situação atual é complicada por dívidas no cartão de crédito

Em relação aos que possuem uma dívida ou pendência financeira no atual momento, 60% confirmaram estar nessa situação, e entre esses, o cartão de crédito e os empréstimos pessoais figuram as pendências mais mencionadas pelos consumidores, sendo 40,3% e 27,6% respectivamente.

Os financiamentos também foram citados: 9,3% dos entrevistados indicaram possuir financiamento de carro, enquanto o imobiliário alcançou 8,2% das respostas.

“E isso mostra que o cartão de crédito é o grande veículo de financiamento das pessoas, elas são dependentes desse mecanismo para parcelar compras, por exemplo, a principal forma de a pessoa conseguir se alavancar. E obviamente onde ela se endivida primeiro; e depois, o empréstimo pessoal, de onde está a fonte de endividamento porque depois do crédito rotativo, quando não consegue pagar o cartão, hoje até muitos bancos e financeiras já oferecem uma forma de parcelamento quando chega a fatura para converter isso em uma dívida mais barata - acaba sendo a segunda forma de empréstimo pessoal”, completa Edu. 

Pesquisa mostra que falta educação financeira pra administrar os ganhos

Na pesquisa, quando questionados como pretendem sair da inadimplência, só 25% encontram na negociação de dívidas uma saída; 42% enxergam que cortar alguns gastos desnecessários e encontrar renda extra é o melhor caminho. Ou seja, entendem que vão sair sozinhas dessa situação sem a ajuda da instituição financeira ou que não vai adiantar procurar, colocando em si mesmo a esperança em sair da situação difícil.

Para Edu, este é um sinal de alerta em como administrar os ganhos. “Quando questionados de como as instituições financeiras poderiam ajudar na gestão de suas finanças, 48,19% apontam a redução na taxa de juros cobradas. O tema juros, que esteve em discussão no Brasil por muito tempo, começa a ser notado pelo consumidor. Ele estava disposto a pagar o juro que estivesse disponível para ele. Agora, não, entende que é importante pagar menos. E assim ele mostra como é seu método de financiamento: vai para o cartão, do cartão vai para o CDC e do CDC vai para a inadimplência, esse é o caminho do crédito”.

O quadro atual de endividamento e inadimplência dos consumidores diz muito do que foi vivido no ano passado. Neves entende que 2023 foi um ano onde o consumidor se segurou no consumo durante 6 meses, pelo menos, e depois soltou as rédeas, motivado pelo medo da crise segurou o consumidor com receio no primeiro semestre.

“O Reclame AQUI costuma ouvir com frequência os consumidores ativos no site, ou seja, aqueles que estão em pleno consumo, e eles apontaram que no segundo semestre, nas pesquisas pré-Black Friday, por exemplo, que ele já se sentia mais confortável com suas finanças. Foi acelerando sua confiança para o final do ano, em novembro apareceu a coragem de adquirir parcelamentos no cartão de crédito, em detrimento do PIX, e assim passou a comprar mais, culminando janeiro de 2024 amarrado no cartão de crédito”.

Mas a esperança não morre nunca, e 92% acham que as finanças vão melhorar e não existe a sensação de que a economia piore. “Conforme a pesquisa, os consumidores entendem que precisam melhorar a renda e administrar melhor seu dinheiro. E a percepção é de que a renda dele melhore também. Esse otimismo pode ser um risco para quem está endividado, podendo fazer com que os brasileiros demorem muito para resolver refinanciamentos de dívidas e gerir melhor seu dinheiro”, finaliza Neves.

 

 

Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
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