Divulgação ANCPA Organização Mundial de Saúde (OMS) coloca a dor como um sintoma importante, que precisa ser tratado. E para o tratamento de algumas dores são indispensáveis a prescrição de opioides, uma classe de substâncias que incluem medicamentos prescritos para aliviar a dor. No Brasil, o uso de opioides, especialmente no contexto médico, é regulamentado e controlado, e é um assunto antigo, discutido há anos.
No caso dos cuidados paliativos, os opioides são prescritos por profissionais de saúde para tratar dor moderada a grave em situações específicas, como pós-cirurgia, dor crônica, em casos de câncer e, até, em casos de falta de ar.
O diretor científico da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), João Batista Santos Garcia, explica que no Brasil o número de pessoas que faz uso abusivo opioides é muito pequeno, não representando nem um por cento da população. "A situação brasileira é oposta à dos Estados Unidos e Canadá, por exemplo, onde o uso indevido de analgésicos se tornou epidemia e tem causado mortes. Nossa crise atual é de subtratamento e sofrimento.", diz.
Ele relembra de um caso de câncer pâncreas, de um paciente em fim da vida em Santarém, no Pará. "O paciente não tinha morfina injetável para o alívio da dor, uma vez que não era possível administrar via oral", relembra, com pesar, e salienta dados de que o Brasil, entre 81 países, ocupa a posição 78 dos piores países para morrer.
Para João, é preciso um equilíbrio, pois há pessoas que precisam de opioides em cuidados paliativos para o alívio da dor e sofrimento. Os opioides controlam dores moderadas e fortes, especialmente em pacientes com câncer. "A morfina, por exemplo, melhora a dor e a falta de ar, em pacientes em fim de vida", ressalta Garcia.
Segundo o paper*, Latin American Pain Federation position paper on appropriate opioid use in pain management, na América Latina a situação em relação ao acesso e a disponibilidade de opioides ainda é limitada e está estatisticamente abaixo de 100 doses diárias definidas. Países com os mais baixos registros de consumo incluem Guatemala, Equador e Bolívia. No Chile, Argentina, Colômbia, Brasil e Uruguai, o consumo de opioides foi aumentado com sucesso para 200 diários definidos estatisticamente doses. No entanto, este número ainda não é suficiente para uma avaliação adequada da gestão da dor.
Opiofobia
A falta de estatísticas atualizadas também reflete na compreensão do que falta ou não para os pacientes. O paper* acima salienta a importância das organizações envolvidas na educação, regulamentação e comercialização de opioides trabalharem em conjunto para incentivar a utilização e monitorização adequadas destes medicamentos. "Estas medidas poderão levar a uma diminuição da opiofobia (medo de usar fármacos opioides), que aumentou na América Latina", finaliza Garcia.
Sobre a Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP)
Fundada em 2005, a Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) é uma associação científica que tem como objetivo congregar profissionais com interesse no desenvolvimento, ensino e implementação dos Cuidados Paliativos no Brasil. É a entidade oficial de representação multiprofissional da prática paliativa no Brasil.
Sua atuação abrange a representação dos profissionais que trabalham em Cuidados Paliativos, promovendo ações de fomento e desenvolvimento de educação, pesquisa e atividades profissionais, estimulando a implementação de serviços de Cuidados Paliativos no Brasil. Busca, também, parcerias com instituições, públicas e privadas, governamentais nacionais e internacionais, entidades de classe e associações de apoio a pacientes e familiares.
Informações: https://www.paliativo.org.br/
Informações para imprensa
Marina de Capistrano
[email protected]
(41) 99814-6669
Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
U | U
U
